Maringá lança 1º disque denúncia exclusivo para crimes contra crianças do Brasil
Maringá será pioneira no combate aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes com o lançamento do Disque Denúncia 125, o primeiro canal telefônico do Brasil com atendimento exclusivo para esse tipo de violência. O serviço começa a funcionar no próximo dia 13 de maio, das 8h às 18h, com atendimento estendido para 24 horas em uma fase futura.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 5, durante o lançamento da campanha Maio Laranja, que visa conscientizar a população sobre o abuso e a exploração sexual infantil. O mês de maio é dedicado a essa causa, tendo como marco o dia 18 de maio, reconhecido nacionalmente como o Dia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

De acordo com a delegada Karen Nascimento, do Núcleo de Prevenção a Crimes Contra Crianças e Adolescentes (Nucria), os números são alarmantes: em 2023 foram registrados 197 boletins de ocorrência relacionados a crimes sexuais em Maringá. Em apenas quatro meses de 2024, já são 40 registros. A maioria das denúncias chega por meio de professores da rede pública, reforçando o papel fundamental da comunidade escolar na proteção das vítimas.
Além do aumento das denúncias, o Nucria também passou por melhorias significativas em sua estrutura desde sua criação, em 2018. O efetivo dobrou, com mais agentes, psicólogos e viaturas, o que tem fortalecido o combate a esses crimes. Em 2023, foram 26 mandados de prisão cumpridos por crimes sexuais contra menores. Neste ano, o número já chega a 20 mandados cumpridos em apenas quatro meses.
A secretária da Criança e do Adolescente de Maringá, Carmem Inocente, destaca que o Disque 125 irá agilizar o processo de acolhimento e encaminhamento das denúncias: “Queremos que a denúncia chegue com rapidez, que o atendimento seja célere e que a criança e o adolescente recebam proteção imediata”.
A maior parte dos abusos, segundo a delegada Karen, ocorre no ambiente familiar, praticado por pessoas próximas e de confiança da vítima e da família. A orientação para os pais é clara: manter o diálogo aberto com os filhos e estar atento a mudanças no comportamento.