Maringá: Planta que nasceu de semente da China é recolhida para testes


Por Fábio Guillen

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) vai enviar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília, uma amostra da planta que nasceu de semente da China em um quintal de Maringá

A planta está crescendo e se reproduzindo desde o fim do ano passado, quando a dona de casa Silvia Rufino, de 45 anos, recebeu as sementes pelos Correios e plantou em um balde. A supervisora da Adapar, regional de Maringá, disse que uma parte da planta foi enviada para testes. 

“Ontem mesmo já foi encaminhado para o nosso gerente uma parte da planta com as sementes também que foi o material que foi entregue aqui”, disse a supervisora, acrescentando que uma parte da planta foi enviada para Curitiba e, de lá, o material seguirá para Brasília, na capital federal. 

Definição de protocolo para planta que nasceu de semente da China

Ainda segundo a supervisora, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está criando um protocolo para o recolhimento de plantas que nasceram a partir destas sementes que estão sendo enviadas pelos Correios. 

“Plantas vivas não se têm um procedimento padrão ainda, mas já se entrou em contato com o Ministério da Agricultura para saber qual procedimento tomar. Não se sabe se vai retirar a planta viva somente ou se tem que pegar um pedaço do solo junto para análise. Estamos aguardando essa informação pra poder resgatar sementes que já foram plantadas”, explicou. 

A recomendação da Adapar é para que os paranaenses que receberam as sementes misteriosas entreguem em uma das 100 unidades espalhadas pelo Paraná. Clique aqui e encontre a unidade mais próxima de sua casa. 

Moradora que plantou as sementes em Maringá ficou preocupada após alerta da Adapar 

Planta que nasceu de sementes da China está crescendo em quintal de Maringá
Foto: Silvia Rufino

A dona de casa Silvia R plantou as sementes na inocência, sem imaginar que poderia ser algo que oferecesse risco à agricultura do País. Logo após o alerta da Adapar, na última sexta-feira, 18, Silvia ficou preocupada e procurou o orgão para avisar. 

“A gente recebeu pelos Correios. Veio em nome do meu marido que era agricultor e a gente pensou que fosse algo normal. Achamos até que fosse suculentas porque estava no auge as sementes de suculentas. Mas aí essa planta cresceu, não solta flor e é bem estranha. A gente fica pensativa”, disse a dona de casa. 

Silvia aguarda ansiosa o resultado dos testes que serão feitos com um pedaço da planta que está crescendo no quintal da casa dela. A planta está soltando muitas sementes e algumas já começaram a nascer no quintal. 

“Vamos esperar para ver o que vai dar. Tomara que não seja nada de mau. Tomara que seja alguma planta normal, mas se for alguma coisa ruim a gente se livra dela”, acrescentou. 

Paranaenses continuam recebendo sementes misteriosas da China 

Até a última quinta-feira, 17, os fiscais da Adapar recolheram três pacotes de sementes, que serão encaminhados ao Ministério da Agricultura, dois vieram da região de Curitiba e um, da região de Paranavaí. 

Nos três casos, as pessoas relataram que a origem do pacote é chinesa, e não se sabe a razão do envio. Uma delas, segundo a Adapar, havia realizado uma compra pela internet no ano passado, e agora recebeu apenas as sementes, da mesma origem.

O coordenador do Programa de Certificação, Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal da Adapar, Juliano Farinacio Galhardo, reforça o alerta para que as sementes não sejam plantadas, mesmo que pareçam estar sadias. 

“Muitas das pragas e doenças que elas podem conter são invisíveis a olho nu, e somente podem ser detectadas por meio de análises laboratoriais. Por isso, a importância de serem entregues à Adapar ou ao MAPA, para providenciar as análises e o descarte adequado, a fim de evitar a introdução de novas pragas no Estado”, explica. 

Os exames laboratoriais para identificar as espécies e eventuais patógenos presentes no material serão realizados pelo Ministério da Agricultura. 

Veja fotos de alguns pacotes que os paranaenses receberam nos últimos dias com sementes da China

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