12 de junho de 2025

Maringá: Relembre o incêndio que destruiu uma igreja na noite de Natal


Por Lethícia Conegero, com informações do projeto Maringá Histórica Publicado 08/08/2020 às 20h12 Atualizado 25/02/2023 às 02h57
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Você sabia que a antiga igreja matriz de Santo Antônio de Pádua, primeira paróquia instituída após a instalação da Diocese de Maringá, foi completamente destruída pelas chamas na noite de Natal, em 1969?  Inaugurada oficialmente em maio de 1959, a estrutura mantinha uma bela arquitetura em madeira.

Maringá: Relembre o incêndio que destruiu uma igreja na noite de Natal
Foto: Acervo Maringá Histórica
Maringá: Relembre o incêndio que destruiu uma igreja na noite de Natal
Foto: Acervo Maringá Histórica

De acordo com informações dos antigos moradores da região, suspeita-se que o incêndio foi causado por uma pane elétrica nas luzes instaladas em uma árvore de Natal que estava no interior da igreja. O pároco Adelino Fórmolo, que estava na gestão da igreja na época, foi avisado sobre o incêndio durante a ceia de Natal, em que celebrava com Dom Jaime Luiz Coelho e outros padres. Quando chegou ao local, a estrutura já havia sido dizimada pelo fogo. 

Reconstrução

Em meio ao desespero, o padre Adelino Fórmolo mobilizou a comunidade e empresários da cidade em prol da reconstrução de um novo tempo, maior e mais representativo. E em 11 de junho de 1972, foi inaugurada a nova igreja matriz de Santo Antônio de Pádua. Naquele ano, a paróquia atendia uma área de cerca de 71 quilômetros quadrados, onde moravam quase 19 mil pessoas.

Nova igreja matriz de Santo Antônio de Pádua – Foto: Acervo Maringá Histórica

A nova igreja matriz foi apresentada à comunidade com uma nova arquitetura, e quem conduziu a solenidade foi o padre Adelino Fórmolo. No convite, ele dizia:

“Vossas colaborações na reconstrução da igreja Santo Antônio estão aí aplicadas. Vede como está linda. Já podemos inaugurá-la, porém ainda há muito o que fazer: iluminação, pintura, bancos, altar, portas etc. Se, em então pouco tempo, fizemos o que está aí, o resto também não vai demorar: basta não esmorecer. Não podemos parar. Um pouquinho de cada um e fazemos o resto. A paróquia Santo Antônio também quer prestar sua homenagem a Maringá no seu 25º aniversário. Maringá merece. Continuai a nos ajudar e Santo Antônio nos ajudará”. 

O padre Valério Odorizzi, que representou Dom Jaime na solenidade, fez uma declaração durante sua benção: “Esta é a igreja da solidariedade, pois sua construção contou com o apoio de toda a população maringaense, aqui hoje representada”. 

A paróquia Santo Antônio de Pádua é conhecida pela tradicional Festa de Santo Antônio, realizada anualmente em junho. A principal atração é o bolo de Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro. Neste ano, a festa não foi realizada devido à pandemia do novo coronavírus.

Outros incêndios

Do Maringá Velho ao Parque do Ingá, passando pelo centro e bairros. Há registros de incêndios na área urbana da cidade desde a década de 1940. Como o primeiro cinema de Maringá, por exemplo, o Cine Primor, que foi consumido pelas chamas em 1949, dois anos após ser inaugurado. Não sobrou nada do prédio, que ficava localizado na Avenida Brasil, no “Maringá Velho”. Na mesma região, pouco tempo depois, a Escola Isolada do Maringá Velho também pegou fogo e só restaram cinzas.

As informações são do livro “Curiosidades Históricas de Maringá: sugestões e dicas para pesquisa”, de 2019, escrito pelo historiador da Gerência de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura (Semuc), João Laércio Lopes Leal.

Outro caso marcante, desta vez causado pelo homem, foi da casa do senhor Aníbal Goulart. Em 1956 a população ateou fogo em sua residência em represália por ter agredido o prefeito Américo Dias Ferraz. No ano seguinte, em evento em comemoração ao aniversário de dez anos de Maringá, a população assistiu a uma cena inusitada e triste: a queda de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) no centro da cidade. Ao cair no chão, o avião pegou fogo e explodiu.

Parque do Ingá também foi vitimado pelo fogo em 1963. “Alguns dizem que foi proposital, outros afirmam que foi em decorrência da geada do ano anterior, deixando a mata extremamente seca, portanto suscetível a queimadas”, destaca o Leal na obra.

E em meados dos anos 1970, foi o Supermercado Superbom, localizado no antigo terreno do aeroclube, que pegou fogo. Após as chamas, o teto do prédio desabou. No fim da mesma década, a Boate Senzala foi engolida por um incêndio.

Já em 1984, um incêndio de grandes proporções destruiu a empresa atacadista “Casas Alô Brasil”. O historiador cita na obra que esse talvez tenha sido o maior incêndio da história de Maringá. E até o Royal Garden, maior edifício residencial da cidade, teve um princípio de incêndio enquanto ainda estava em fase de construção, o que comprometeu andares da parte superior.

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