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23 de novembro de 2024

Maringá tem mais de 50 mercadinhos dentro de condomínios


Por Brenda Caramaschi Publicado 28/07/2024 às 12h50
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Se há alguns anos os minimercados em condomínios se restringiam a grandes centros, em Maringá essa comodidade se espalhou para para milhares de moradores nos últimos anos. O atendimento nesses mercadinhos é automatizado e funciona 24 horas por dia, sem filas e sem ter que pegar trânsito para fazer compras.

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Moradores enxergam a chegada dos mercados não só como um ganho em praticidade, mas também como forma de valorização do imóvel. / Foto:Henrique Cruz

A praticidade é muito grande principalmente para quem mora longe do centro. Augusto Buzzo é síndico em um condomínio horizontal no Jardim Paraíso que, em novembro do ano passado, ganhou um mercado. O local é novo, hoje está com metade dos lotes ocupados e, quando o estabelecimento abriu, o número de moradores era ainda menor. 

“Nossa preocupação é se iria ter demanda, porque o consumo não seria tão grande, mas hoje o pessoal já se adequou. Como não tem nada próximo, às vezes você precisa de um produto de limpeza, de alguma coisa de cozinha  que está faltando, e ter que sair da sua casa para ir até um mercado não é tão perto. Ali, é carvão para o churrasco, sorvete, o suco para a criança levar para a escola, tem tudo ali”, conta. O síndico afirma que os mercadinhos ainda valorizam os imóveis.   

A expansão dos mercadinhos

O mercado do condomínio foi implantado pela startup maringaense Mercadinho 24h, que tem crescido 100% ao ano desde que nasceu, em 2022. A empresa estreou com cinco minimercados e atualmente soma 14, com planos de chegar a 50 em 2025, e migrou de condomínios com cerca de 60 apartamentos para empreendimentos que possuem acima de cem unidades. O condomínio não tem custo para a instalação. “A gente já saiu de alguns que não pagavam o custo da operação, e o moradores ficaram chateados, perguntando quanto tinham que pagar para a gente voltar a operar lá”, diz o sócio da startup, Henrique Cruz. 

O custo para montar uma loja varia de 30 a 70 mil reais e no primeiro ano da empresa o faturamento bruto foi de R$ 500 mil. No segundo, de R$ 1 milhão, e a expectativa deste ano é passar dos R$ 2,5 milhões. Segundo Henrique, cada consumidor gasta R$ 22,5 por mês, em média. Por apartamento, o ticket médio gira em torno de R$ 50, mas há condomínios em que esse valor chega a R$ 150, dependendo do perfil do empreendimento. São mais de 300 produtos, desde higiene pessoal e limpeza a snacks e outros alimentos do dia a dia e bebidas. A reposição acontece de segunda a sábado dependendo da demanda do condomínio.

Para a instalação, a equipe estuda possibilidades para utilizar locais subaproveitados. “Alguns condomínios novos já estão vindo com o espaço reservado para implantar mercadinhos dentro do empreendimento, na planta. As construtoras já estão demandando pelo serviço e, quando vai entregar as chaves, eles já querem ter o mercadinho para os moradores”, conta Cruz.  

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“Alguns condomínios novos já estão vindo com o espaço reservado para implantar mercadinhos dentro do empreendimento, na planta”, conta o sócio da startup Mercadinho 24h, Henrique Cruz. / Foto: Henrique Cruz

Mas a empresa não é a única em operação – e em expansão. Carin Ferraz e o marido abriram a primeira unidade do Mercado Aqui no condomínio onde moram, na Zona 8, em fevereiro deste ano. Ela tinha se mudado com a família para Maringá quando o marido foi contratado por uma empresa da cidade. “Meu meu marido perdeu o emprego e nós ficamos um pouco sem perspectiva, mas queríamos ficar em Maringá, não queríamos nos mudar. Então começamos a pensar formas de empreender e Deus nos deu essa luz, desse nicho de mercado”, diz a empreendedora.

O casal passou a estudar sobre o negócio e encontrou a oportunidade de começar sem sair de casa, já que no empreendimento onde moram não havia algo do tipo. “Não demorou muito e fomos procurados por um condomínio vizinho e abrimos a segunda unidade no dia 10 de julho”, conta Carin. A expectativa é abrir a terceira unidade ainda em 2024 e expandir o negócio no ano que vem. “Conforme a gente vai funcionando em mais prédios, as pessoas vão conhecendo, um fala para o outro, os síndicos vão começando a procurar, e temos mais chance de aumentar a rede”. 

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Carin Ferraz e o marido decidiram montar o primeiro mercado dentro do condomínio onde moram em fevereiro desse ano e, ainda em 2024, devem abrir a terceira unidade. / Foto: Carin Ferraz

Um dos diferenciais do negócio ela afirma que é a reposição constante e a variedade. “No nosso condomínio percebemos a necessidade de colocar produtos zero lactose, zero glúten, zero açúcar… Foi uma solicitação que a gente atendeu e foi sucesso. No momento em que você atende a demanda que existe, você agrada. Temos o cuidado de ouvir o que o condômino precisa”.

O mercado atende principalmente às necessidades de última hora: o ingrediente que acabou no meio da receita, o sabão que faltou no momento de bater as roupas, a bebida para servir para as visitas que chegaram sem avisar… Ali, os produtos estão disponíveis 24 horas sem ter que “sair de casa” e a praticidade faz com que o que era para ser um “socorro”, vire rotina. “As pessoas acabam comprando com recorrência porque não tem tanta diferença de preço e você não tem que gastar combustível, ir até o mercado, enfrentar fila, e essa praticidade encanta o morador”, resume Carin. 

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O mercado dentro do condomínio atende principalmente às necessidades de última hora, mas muitos condôminos aproveitam para otimizar as compras do dia a dia. / Foto: Carin Ferraz

Francisco Vinholi é morador em um dos condomínios onde o mercado dela opera e diz que é cliente fiel. “Tenho uma filha de 10 anos e posso dizer que é a cliente número um, todo dia ela quer ir lá pegar um sorvetinho, um docinho. E minha secretária, qualquer urgência que tem, consegue ir lá comprar sem ter que se deslocar. Ficou muito cômodo, muito prático, porque é um mercadinho bem completo. Todo mundo sai ganhando”, comemora. 

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