Maringá tem mais mortes de Covid-19 em proporção que Curitiba

O Portal GMC Online fez um levantamento sobre a situação da pandemia de Covid-19 nas sete maiores cidades do Paraná. Um dos dados é intrigante: o número de mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
Nesse quesito Maringá aparece como a cidade com mais mais mortes por 100 mil habitantes. A proporção é: 1.18 em Maringá, 0,7 em Londrina, 0,6 em Cascavel e 0,3 mortes por 100 mil habitantes em Curitiba. Em Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e São José dos Pinhais não havia registro de mortes até o fechamento do levantamento.
Chama a atenção que Curitiba, com a menor proporção de mortes por 100 mil habitantes, não tenha fechado até o momento todo o comércio, ao contrário de Maringá, que em 20 de março aplicou uma das medidas mais rigorosas no estado e fechou todo o comércio e serviço não essencial.
O infectologista Luiz Jorge Moreira Neto diz que é preciso analisar os dados com muito cuidado. Mas a informação pode significar que as medidas adotadas em Curitiba foram mais eficientes.
“O que a gente sabe, que é evidente, o distanciamento social é positivo para a gente poder prevenir a doença, então, talvez, esteja acontecendo um certo distanciamento em Curitiba também pela própria característica da população ou os lugares têm se prevenido. E nos mostra também que o fechamento total do comércio talvez não seja tão eficaz assim, em comparação com medidas adequadas, sejam utilizar máscara, fazer higienização das mãos, e ter um respeito a distância entre as pessoas, manter uma determinada área livre”, pontua Moreira Neto.
O infectologista diz que neste momento Maringá está numa situação tranquila em relação à transmissão do vírus, com poucos casos. Mas deve se preparar para o pico da doença que ainda não chegou.
“Se a gente for ver as outras cidades da região como está, também são poucos casos. Então, de certo modo, a gente ainda está passando por aquela calmaria antes da tempestade. Na minha opinião, o pior ainda está por vir”, afirma o infectologista.
Para que o pico da doença não chegue ou seja menos turbulento, o infectologista acredita que é mais importante investir na mudança de hábitos da população do que recomendar que ela fique em casa. Porque o isolamento prolongado não será respeitado.
“A gente não tem, por exemplo, uma orientação para a pessoa fazer uma higienização das mãos, a gente não tem campanhas dizendo da importância disso. A gente não tem distribuição de álcool em gel para as pessoas por parte do poder público, que eu acho que é algo muito positivo, a pessoa carregar um fresquinho de álcool para poder fazer a própria higienização é essencial. Algumas cidades estão adotando o uso obrigatório de máscaras, e a gente não tem como obrigado o uso de máscara se a gente não fornecer uma máscara para essa pessoa”, complementa Moreira Neto.
A reportagem completa sobre os dados da Covid-19 nas sete maiores cidades do Paraná, você confere no site da CBN Maringá e no Portal GMC Online.
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