A Secretaria de Saúde de Maringá confirmou o primeiro caso suspeito registrado na cidade de Monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira, 14, pela Prefeitura de Maringá.
A paciente é uma mulher, entre 20 e 30 anos, que apresentou sintomas compatíveis com a doença (lesões na pele) e foi atendida em um hospital privado da cidade. Ela teve contato com uma pessoa de São Paulo, também sintomática. A paciente está estável, em isolamento domiciliar e sendo monitorada pela equipe de saúde.
Segundo a prefeitura, os exames foram encaminhados para o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen) e outros dois laboratórios em São Paulo e Santa Catarina para análise detalhada.
Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura destacou que “antes de registrar casos suspeitos, já estava capacitando os profissionais da saúde para a detecção e diagnóstico precoce da varíola dos macacos. Na semana passada foram realizados treinamentos com a médica infectologista Ana Cristina Medeiros Gurgel e, nesta quinta-feira, 14, a epidemiologista Jussara Titato ministra a capacitação no Auditório Hélio Moreira. Podem participar médicos e enfermeiros da rede pública e privada”.
No Paraná
Na segunda-feira, 11, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) confirmou o terceiro caso de Monkeypox no Paraná. De acordo com a pasta, trata-se de um homem de 29 anos, residente em Curitiba, com viagem recente para São Paulo. O estado já havia confirmado outros dois casos nos últimos dias, sendo dois homens de 27 e 31 anos, também residentes na capital paranaense.
Sobre a doença
A varíola dos macacos é uma doença viral e a transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A infecção causa erupções que geralmente se desenvolvem pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo.
Os principais sintomas envolvem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfadenopatia, calafrios e fadiga. Mais de 200 casos da doença já foram confirmados em outros estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Apesar do nome, a doença viral não tem origem nos macacos, apenas foi identificada pela primeira vez nesses animais. A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas.
A transmissão secundária (pessoa a pessoa) pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de um infectado, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão. A transmissão ocorre também por gotículas respiratórias.
Quais os tratamentos para a varíola dos macacos
Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves. Os pacientes vêm se recuperando em algumas semanas apenas com repouso, hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle de sintomas como febre ou dor.
Existem medicamentos antivirais, como o tecovirimat e o cidofovir, que podem ser usados em pessoas sob risco de complicações, mas que não são facilmente disponíveis comercialmente. E, assim como na maioria das viroses agudas, o próprio sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus.
O maior risco de agravamento ocorre, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos.
Como prevenir a varíola dos macacos
Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda fora do continente causa preocupação. O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica.
Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. A monkeypox coloca os virologistas em alerta porque está na família da varíola, embora cause quadros menos graves.
A varíola foi erradicada pela vacinação em 1980, e a vacina desde então foi descontinuada. Diante do aumento de casos em países onde ela não é endêmica, a OMS convocará uma nova reunião de seu comitê para definir como proceder com a questão e não descarta declarar a varíola dos macacos como emergência de saúde global, mesmo status da covid-19.
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Com informações da Agência Estado