Maringá vai pagar o dobro da tabela SUS para procedimentos médicos em mutirão

Foi lançado nesta quarta-feira, 24, o mutirão de consultas, exames e cirurgias eletivas para reduzir a fila de espera na rede municipal de saúde, em Maringá. Serão investidos R$ 20 milhões dos recursos que tinham sido reservados para a compra de vacinas. A situação é emergencial, diz o secretário de Saúde. Durante a pandemia a fila de espera só aumentou.
Aproximadamente 7,5 mil pacientes aguardam na fila de espera por cirurgias eletivas em Maringá. As cirurgias eletivas são aquelas que podem esperar e por isso esse tipo de procedimento foi suspenso durante a pandemia. Era preciso poupar leitos e insumos.
A fila de consultas especializadas também aumentou durante a pandemia porque muita gente deixou de ir a unidades de saúde. São perto de 100 mil consultas represadas. E 140 mil exames.
Esses procedimentos represados começaram a ser realizados num mutirão, lançado nesta quarta-feira, 24. Além do Hospital Municipal e do Hospital Universitário, outros quatro hospitais filantrópicos e privados foram conveniados para realizar as cirurgias, consultas e exames.
O Município vai pagar o dobro da tabela SUS em cada procedimento, porque do contrário não seria possível realizar o mutirão, explica o secretário de Saúde, Marcelo Puzzi. “A gente tem uma portaria interministerial que aprova em situações de emergência, como essa, de quase dois anos de pessoas sem conseguir as suas consultas, sem conseguir as suas cirurgias, serem realizadas em uma tabela duas vezes a tabela SUS. Essa é uma portaria já ministerial que a gente adotou, junto com o apoio do Conselho Municipal de Saúde para que a gente dê vasão o mais rápido possível para que essas cirurgias, exames e consultas sejam feitas tantas durante o dia, durante a noite e no final de semana”, afirma Puzzi.
Serão R$ 20 milhões para os procedimentos destinados apenas a moradores de Maringá e cadastrados nas unidades básicas de saúde. O prefeito Ulisses Maia diz que o recurso é da fonte livre, daqueles R$ 100 milhões reservados para compra de vacinas. Não é recurso da Saúde.
“Não é recurso da Saúde porque recurso da Saúde nós já ultrapassamos o orçamento há muito tempo. O orçamento da Saúde é 15% de toda arrecadação. Nós já estamos em 22/23%, chegando até 25% do orçamento. Então, são colocados muitos recursos livres da prefeitura no orçamento da Saúde, esses são mais recursos livres também, do município”, diz o prefeito de Maringá.
“O município vem trabalhando nos últimos anos com superávit, no ano passado, no superávit, a gente falou que reservaria para a compra das vacinas. Não foi possível usar e nem comprar a vacina por falta de liberação dos municípios e esse recurso acabou sendo utilizado na saúde e em várias outras áreas”, complementa Maia.
Todos os pacientes na fila das cirurgias estão sendo reclassificados, o que significa avaliação caso a caso. A prioridade é para os casos mais urgentes.
As cirurgias de urgência e emergência não deixaram de ser realizadas durante a pandemia.