Maringaense relata como é conviver com a ‘pior dor mundo’
Você tem ideia de qual é a pior dor do mundo? Dor é um sentimento muito particular. Algumas pessoas toleram mais, outras menos. Entretanto, a pior dor do mundo existe. A costureira maringaense Eselma Servente, 59, sabe qual é. Há cinco anos, ela convive com uma dor insuportável, chamada neuralgia do trigêmeo. “Eu sofro de uma doença pouco conhecida, mas super cruel. Essa doença causa uma dor considerada pela medicina como a pior dor do mundo”, diz.
A neuralgia do trigêmeo, ou nevralgia do trigêmeo, é uma doença que afeta o quinto nervo craniano e se divide em três ramos: o mandibular, o oftálmico e o maxilar. Essa dor surge quando o trigêmeo é afetado por uma artéria ou por um tumor que comprimem o nervo. Em momentos de crise, ela surge com um choque, se espalhando por várias partes da testa, olhos, ouvidos, maxilar, lábios, rosto e nariz.
“É um choque que dura alguns segundos. Só que depois deste choque, fica uma dor nesta região do rosto. Às vezes posso estar dormindo e acordo com esses choques. Um simples abraço, para mim em épocas de crise, é cruel”, descreve.
Inicialmente, Eselma sentiu as primeira dores estranhas na cabeça, na mandíbula e no ouvido. Na época, conta que pensou que poderia ser uma sinusite, mas a mandíbula doía muito. Então, procurou um especialista.
”Procurei uma especialista buco-maxilo-facial, que parecia entender sobre o assunto. Fiz um tratamento que foi pedido na época, mas não resolveu. Então, me disseram que eu precisava fazer uma cirurgia, porém ocorreu tudo errado. Saí do hospital com muita febre. Depois disso, procurei outros médicos porque a dor é muito insuportável, mas nada adiantou”, explica ela, que aprendeu a conviver com o problema.
No dia 7 de outubro, foi celebrado o Dia Internacional de Conscientização da Neuralgia do Trigêmeo. Para ajudar pessoas com o mesmo problema. Eselma abriu um grupo para esclarecer sobre o assunto e tirar duvidas sobre o diagnóstico. O grupo somente no Facebook é formado por mais de 1.400 pessoas.
“Começamos em 2018, o grupo surgiu de uma maneira até engraçada, um foi falando para o outro, e hoje tem gente até fora do Brasil, como Suíça, Estados Unidos que participam conosco. Nesse projeto, o objetivo é fazer palestras, trazer especialistas que possam ajudar e acima de tudo, alertar e trazer conhecimento sobre um assunto tão sério, mas que muitos não sabem”, declara.