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25 de abril de 2024

‘Maternidade é ressignificar, é olhar a vida de maneira diferente’


Por Monique Manganaro Publicado 10/05/2020 às 14h50 Atualizado 23/02/2023 às 03h24
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Entender as mudanças tão profundas trazidas pela maternidade nem sempre é uma tarefa simples. A maringaense Ana Júlia Medeiros, de 26 anos, precisou enfrentar essa realidade no ano passado, quando descobriu uma gravidez inesperada.

A maternidade não estava entre os principais objetivos da jovem, que ainda estudava para alcançar a realização profissional. Mas ser mãe às vezes leva mulheres a abrirem mão das próprias prioridades em função de outro alguém.

Ana Julia e o atual marido, na época, ainda namoravam e não tinham planos de ter filhos naquele momento. Mas aconteceu.

Sem imaginar que poderia estar grávida, a jovem passou por exames para trocar o método contraceptivo e a gravidez foi descoberta durante um ultrassom. Ela já estavam com uma gestação de quatro semanas.

Nos primeiros momentos, o sustou levou ao quase desespero. “O João sempre quis ser pai, mas para mim, nunca passou pela cabeça ser mãe. Eu queria terminar a faculdade, casar com festa e vestido de noiva, viajar… Eram muitos planos feitos que eu estava deixando para trás”, afirma Ana Júlia.

Para ela, a vida nunca mais seria a mesma, e conceber a ideia ainda era muito difícil. “Demorou um pouco para cair a minha ficha. Fiquei desnorteada por um tempo. Eu acho que aceitei que estava realmente grávida depois de uns três meses, quando eu consegui falar para todo mundo. Eu tinha uma gravidez de risco, [por causa] de um descolamento de placenta, então tive muito medo de contar antes de ter certeza de que ia dar tudo certo”, relembra a jovem.

O sonho de realizar os próprios objetivos antes de formar uma família precisavam, então, serem conciliados com a nova realidade. Ana Júlia viu as prioridades profissionais precisando ceder espaço para uma gestação e a criação de um filho. A pequena Ísis estava a caminho.

Apesar do complicado início de gravidez, a jovem ainda precisava aliar a gestação aos estudos. Mesmo com o apoio da família – imprescindível, segundo ela -, foram madrugadas em claro, muitas delas acompanhadas de dores e enjoos. “Depois que eu descobri que estava grávida, eu ainda tinha mais da metade do ano da faculdade para terminar. Entrei de atestado e fiquei 70 dias sem ir para a faculdade por causa do descolamento de placenta”, diz.

O nascimento e o amor (re)construído

Mesmo com todas as transformações já causadas pela gravidez, a maternidade, efetivamente, ainda seria descoberta. O significado da palavra mãe ainda seria colocado em prática e o laço entre Ana Júlia e Ísis começaria a ser construído.

“O momento mais difícil foi depois que ela nasceu, o momento de me reconhecer como mãe, aprender a cuidar dela, saber que ela dependia de mim 24 horas [por dia]. Eu acho que o pós-parto é um momento de sentimentos muito intensos”, considera.

Para ela, apenas a rotina e a nova vida com a filha a fizeram entender que já estava exercendo a maternidade. “Eu nunca achei que seria tão capaz de me doar por alguém de uma maneira tão completa e espontânea. É uma doação, e doação por amor. Hoje eu sou muito muito grata e feliz por ter a Isís na minha vida. A maternidade é algo que excedeu as minhas expectativas. A partir do momento que eu comecei a me pensar como mãe, eu tinha muito medo de não ser uma boa mãe, de não dar conta, e hoje eu sei que Deus é perfeito, que as coisas acontecem na hora certa, mesmo quando a gente não acha que é a hora certa. Ela é o meu presente.”

A transformação da maternidade transcende. Para Ana Júlia, a filha se tornou a causa e a razão de todos os propósitos de vida.

“É engraçado porque depois que você vira mãe, os seus objetivos podem ser os mesmos, mas os motivos se tornam diferentes. Antes, eu queria me formar para ser uma boa profissional, para me destacar. Hoje, eu quero me formar para dar exemplo, para ela ver que mesmo com as dificuldades eu não desisti e também para poder suprir as necessidades dela quando for necessário. Eu poderia dizer que a maternidade é, em grande parte, ressignificar, é passar a olhar a vida de uma maneira diferente. Antes, eu tinha um olhar mais egoísta em relação ao mundo, era tudo ao meu redor. Hoje, não é mais assim que eu enxergo as coisas. Tudo o que eu faço eu penso em outra pessoa. O amor é imenso!”.

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