Ele anda pelas ruas de Maringá normalmente. Nem parece que está pilotando uma motocicleta que pesa 275 quilos, quando o normal seria ela pesar 93 quilos.
O peso extra se deve a dezenas de penduricalhos. “Mas eles não atrapalham, não”, garante o dono do veículo “diferentão”, Jesus Benício Cardoso, de 53 anos. “Pesa um pouco, mas já estou acostumado”, acrescenta.
Morador do Conjunto Residencial Rodolpho Bernardi, na zona norte da cidade, e funcionário da Ceasa, a motocicleta enfeitada garantiu a ele o apelido de “Negão da Moto”.
“Tem churrasqueira, chuveiro, umas 30 bonecas, tem uma até que ‘urina’. São mais de 60 objetos”, descreve ele.
E a motocicleta não é só para dar um “rolê” nos fins de semana. Jesus usa a Harley-Davidson Motovi, ano 1977, no dia a dia, seja para trabalhar ou ir ao mercado.
“É uma paixão. É tudo amarrado com arame, corda ou pendurado. Comecei a fazer isso há 32 anos, depois que comecei a participar de encontros de moto na região”, lembra.
Para ele a moto é um xodó e vai estar ao seu lado até o fim da vida. “Eu gosto, mas alguns não gostam não. Uns pensam que é coisa do mal, ficam bravos. Mas não dá nada não”, garante.
Por isso, se você se deparar com essa moto trafegando pela cidade, não se assuste. É só Jesus desfilando sua irreverência sobre duas rodas.