Motoristas clandestinos abordam passageiros na rodoviária de Maringá

Com poucos taxistas no terminal rodoviário de Maringá, passageiros são abordados por motoristas clandestinos que oferecem corridas como se fossem motoristas por aplicativos, mas sem qualquer segurança para o usuário. As abordagens incomodam passageiros e a situação piora próximo aos feriados prolongados.
Foi o que aconteceu com uma empresária de Maringá, que viajou no último feriadão. Ela chegou de madrugada no terminal rodoviário, não havia táxis e um único motorista por aplicativo aceitou a corrida, mas depois cancelou. Enquanto esperava, foi abordada várias vezes por motoristas sem qualquer vínculo com plataformas de transporte ou poder público, ou seja, motoristas clandestinos.
“Apareceram uns quatro motoristas perguntando se a gente queria Uber, mas eles já estavam ali, sem ninguém chamar. A abordagem foi estranha, meio intimidadora, então claro que a gente não pegou. Depois que eu saí, ainda ficaram três meninas sozinhas lá, e o pior: não tinha guarda, nem segurança nenhuma. Uma pessoa que trabalha na prefeitura e estava no local, disse que isso é um perigo, que esses motoristas são clandestinos e que já tem vários relatos na cidade. Deu medo”, diz.
Fiscalização
O secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Alves informou que as equipes monitoram a ação dos motoristas clandestinos e tentam coibir. “Esse problema com motoristas clandestinos já tinha chegado na secretaria, inclusive algumas pessoas já foram presas, multadas e tiveram os carros recolhidos. O problema é que, mesmo assim, isso acaba voltando, então a gente precisa reforçar a fiscalização de tempos em tempos, e é exatamente isso que vamos fazer agora”, afirma.
Como agem
De acordo com o secretário, os motoristas clandestinos ficam “pescando” as pessoas no terminal, oferecendo corrida fora dos aplicativos. “Em vez de você pedir o carro pelo aplicativo, como deveria ser, eles já chegam oferecendo a corrida por fora. Isso aí é um sinal de alerta. Quando você chama por aplicativo, o valor já vem fixo, tudo certinho. Com esses aí, não… eles cobram quanto querem, e ainda tem caso de ameaça depois. É uma situação séria, que tem que ser relatada para a polícia”, explica.
Segurança
Segundo o secretário, o terminal rodoviário tem vigilância privada e a guarda municipal faz rondas no local. “Lá no terminal quem faz a segurança é a vigilância privada. A Guarda Municipal faz patrulhamento, mas a gente não deixa uma equipe fixa por causa da demanda em toda a cidade, isso não seria viável. Porém, em horários de pico, a SEMOB costuma agir e, quando precisa, a Guarda vai em apoio. Se alguém se sentir ameaçado ou ver algo errado, pode ligar pro 153 que a Guarda vai até o local”, afirma.
O estacionamento privado no térreo da rodoviária não está mais funcionando. Os carros entram e saem livremente. O estacionamento só funciona agora no subsolo.
A Uber, empresa citada no relato, se manisfestou em nota reforçando que todas as viagens realizadas por motoristas cadastrados são solicitadas por aplicativo, com o fornecimento de diversas informações sobre o motorista e o veículo. A empresa também destacou que realiza uma verificação de apontamentos criminais de todos os motoristas.
Confira a nota na íntegra:
“Todas as viagens da Uber necessariamente só podem ser realizadas por meio de canais oficiais, como o aplicativo, onde o usuário solicita um carro ao toque de um botão e recebe, via app, informações do motorista parceiro que vai buscá-lo, como nome, foto, além de modelo e placa do veículo. Dessa forma, qualquer viagem feita fora desses padrões não é uma viagem de Uber e, portanto, não dispõe das diversas ferramentas de tecnologia e processos de segurança oferecidos pela plataforma, nem é coberta pelo seguro de acidentes pessoais oferecido a usuários, convidados dos usuários e motoristas parceiros durante viagens.
É importante esclarecer que o uso da marca “Uber” em roupas, acessórios e sinalizadores não implica em relação com o aplicativo.
Vale lembrar também que todos os motoristas parceiros da Uber passam por uma verificação de apontamentos criminais antes de ter acesso à plataforma, que inclui a checagem em bases de dados públicos de diferentes regiões do Brasil, de forma periódica. Nosso entendimento de segurança vai além desta verificação inicial, com diversas camadas de tecnologia em todas as etapas da viagem. Como exemplo, ao longo do trajeto, é possível compartilhar, em tempo real com qualquer pessoa, o caminho sendo feito e o horário de chegada. A Uber também possui a ferramenta U-Código, em que o usuário e motorista podem optar por receber uma senha de quatro dígitos, que deve ser dita para que a viagem seja iniciada no aplicativo, confirmando que os dois estão na viagem correta.“
Matéria atualiza às 17h13 para inclusão da nota da Uber.