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26 de junho de 2024

‘Museu em casa’: Historiador de Maringá tem coleção com mais de 10 mil itens da 2ª Guerra Mundial


Por Rafael Bereta Publicado 11/03/2023 às 07h50
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O historiador Paulo Reccia, afirma que o colecionismo é uma forma de preservar a história. Foto: Rafael Bereta/GMC Online

O ato de colecionar objetos ajuda preservar a história de algo importante no mundo. Foi pensando nisso que o historiador de Maringá Paulo Recchia, 57, iniciou a própria coleção de peças da Segunda Guerra Mundial, em casa. Atualmente, o acervo conta com mais de dez mil itens, incluindo militaria e outros objetos importantes como selos e moedas que fizeram parte da história mundial.

“Desde pequeno, meus irmãos e eu sempre gostamos de história. Sempre tivemos curiosidades em saber um pouco sobre a história da nossa família, da imigração que meus avós tiveram, pois vieram da Itália”, explicou o historiador e colecionador.

Após idas e vindas, em 2007 Reccia decidiu voltar a estudar e iniciou História na Universidade Estadual de Maringá. Segundo ele, durante a graduação, percebeu que realmente estava no lugar certo e os horizontes começaram a se abrir. “Sempre tive interesse na história de conflitos humanos e com o curso tive mais interesse ainda, principalmente por ter servido o Exército em Curitiba no ano de 1985”, afirmou ao GMC Online.

Colecionismo

O colecionismo é um grande aliado de quem deseja melhorar a capacidade de memorização já que quanto maior a coleção, mais da memória do colecionador é exigido. O colecionador precisa lembrar em qual lugar determinado item está guardado, qual é o valor e qual a história.

“No colecionismo eu tive esse interesse em colecionar objetos. Através dessa prática de guardar objetos que remetem à Segunda Guerra Mundial, comecei também a colecionar objetos de familiares que foram importantes para mim com uma forma de guardar e preservar a memória “, disse Paulo.

Em uma pequena sala no apartamento em que mora, em meio a livros, fotos, selos, artefatos do Exército Brasileiro Paulo tem preservado grandes artefatos que foram importantes e fizeram parte da história.

“Comecei a colecionar a parte da Segunda Guerra Mundial durante a graduação. Sempre puxava sardinha por esse assunto, principalmente pela Força Expedicionária Brasileira ainda mais quando se tratava da história do século 20”, relata.

Força Expedicionária Brasileira

A Força Expedicionária Brasileira foi uma força militar aeroterrestre constituída por 25.834 homens e mulheres, que durante a Segunda Guerra Mundial foi responsável pela participação brasileira ao lado dos Aliados na Campanha da Itália, em suas duas últimas fases — o rompimento da Linha Gótica e a Ofensiva Aliada final naquela frente.

Tal força era formada por uma divisão de infantaria completa (também batizada como 1ª DIE, 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária), uma esquadrilha de reconhecimento, e um esquadrão de caças. Seu lema de campanha “A cobra está fumando”, uma alusão irônica ao que se afirmava à época de sua formação, que seria “Mais fácil uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil participar da guerra na Europa”.

“A Força Expedicionária Brasileira é o primeiro grupo de caça na guerra que fez um papel muito importante. Foram aviões americanos para o Brasil para levarem os soldados, pois no nosso país não havia aviação. Lá os soldados brasileiros desempenharam um papel absurdo, tanto que eles têm uma confederação nos Estados Unidos”, explica Paulo Recchia.

A partir de então, Paulo se aprofundou cada vez no assunto sobre a Segunda Guerra e o Exército Brasileiro. Com tanta informação e com a internet, sua coleção só aumentou fazendo com que ele pudesse compartilhar seu conhecimento em palestras sobre o assunto para estudantes do Ensino Médio e graduandos do curso de História.

“Fiz um levantamento de pesquisas e através do colecionismo me aprofundei bastante não só na parte da Segunda Guerra. Como faço palestras sobre a Força Expedicionária, levo um pouco da minha coleção como selos, cédulas para despertar também o interesse de quem vai estar me ouvindo e geralmente em todas minhas palestras o ‘bichinho do colecionismo’ pega alguém”, diz.

Paulo se sente abençoado por ter tido a oportunidade de preservar um pouco da história do Brasil. “Apesar de ter conquistado com as minhas posses, tenho essa oportunidade de poder preservar. Sinto como se fosse uma missão que foi entregue a mim e tenho a certeza que nasci para isso, pois é algo que vem da alma”, ressalta.

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