Onde é mais ‘tenso’ dirigir em Maringá? Motoristas de aplicativos respondem

Sobre os mais de 2,2 mil quilômetros de ruas e avenidas de Maringá, circulam 321,9 mil veículos emplacados na cidade; quase um para cada morador. A extensão das vias, entre asfaltadas, em terra e com paralelepípedo, é equivalente à distância rodoviária entre Maringá e Salvador. Com uma malha viária dessa dimensão, dirigir em Maringá tem seus desafios, e o principal deles é a segurança. Apenas no primeiro semestre de 2021, o Corpo de Bombeiros atendeu, a cada três horas e meia, um acidente de trânsito com feridos.
O GMC Online ouviu alguns dos personagens que passam boa parte de seus dias ao volante para entender, na opinião deles, quais são os principais problemas do trânsito. As entrevistas foram feitas com motoristas de aplicativos.
Paulo (nome fictício), motorista de aplicativo, considera complicado dirigir nos cinco principais cruzamentos da Avenida Colombo: as interseções com Mandacaru, Paraná, Herval, Morangueira e Pedro Taques. “Maringá já não é mais uma cidadezinha, precisa de viadutos para melhorar esses trechos.”
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A reclamação de Paulo não é à toa. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, a Avenida Colombo é a via mais violenta de Maringá, liderando o ranking de acidentes no ano. Apenas no primeiro semestre de 2021, foram 77 acidentes. Essas colisões envolveram 84 veículos – a maior parte motocicletas, 65 – e deixaram 84 pessoas feridas, além de uma morte no local. Para efeito de comparação, a segunda colocada, Avenida Pedro Taques, teve 38 ocorrências do tipo – metade do registrado na Colombo.
Luiz (nome fictício), motorista de aplicativo há três anos, aponta a Avenida Juscelino Kubitschek como a grande encrenca do trânsito. Ele cita dois cruzamentos que o tiram do sério: com a Avenida São Paulo e com a Avenida Itororó.
Em ambos os casos, e também na avenida Euclides da Cunha com a Nóbrega, o transtorno, segundo ele, está nos semáforos de três tempos. “É um problema antigo, que acontecia na Avenida Colombo, mas lá foram trocados pelos de quatro tempos e resolveu”, conta. “Na JK, é um desespero nesses cruzamentos todos os dias de manhã e à tarde, e parece que os responsáveis pelo trânsito não andam de carro, e sim de helicóptero, pois não veem o óbvio.”
O banco de dados dos Bombeiros mostra que o cruzamento com a Itororó, citado por Luiz, é o mais perigoso da JK. Do total de 14 acidentes com feridos em toda a extensão da avenida, no primeiro semestre, cinco foram naquela esquina, envolvendo seis veículos, com saldo de quatro vítimas lesionadas.
Já uma das situações mais estressantes enfrentadas diariamente ao dirigir em Maringá, pelo também motorista de aplicativo, Maurício (nome fictício), são os condutores que param em fila dupla. “Isso é uma coisa que irrita muito, mas a gente tem que levar na esportiva, né? Sempre explico para os passageiros que não posso parar no meio da rua, que atrapalha e tem risco de acidente. É que educação no trânsito é uma coisa que a gente vai aprendendo, né!”
Procurada pela reportagem do GMC Online, a Secretaria de Mobilidade Urbana de Maringá (Semob) não respondeu o pedido de entrevista.
