A experiência de vida foi tão incrível, que ele decidiu repetir. Uma história de amor ligada agora por três corações. O professor Valdir Zucareli, 43 anos, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), já transbordava felicidade com a adoção do primeiro filho, o Vicente, hoje com 13 anos. O lindo gesto chamou a atenção e a história dos dois se tornou uma das matérias mais lidas aqui no GMC Online no ano passado.
A família, porém, já cresceu 10 meses depois. Isso porque o professor resolveu adotar outro menino. Francisco, também com 13 anos, chegou à nova casa durante a semana do Dia dos Pais. E não poderia haver presente melhor, conta Valdir.
“Eu sempre tive a intenção de ter mais filhos, aí com planejamento dos estudos e financeiros, chegou o momento que decidi ser pai. Em 2021, fui pai do Vicente. A experiência tem sido maravilhosa. Eu já tinha cadastro para um segundo filho, e achei que não ia ser nesse momento, que seria quando eu e o Vicente estivéssemos mais adaptados. Porém, surgiu o Francisco, que foi um chamado de Deus”, afirmou.
Francisco morava em Minas Gerais e Valdir foi buscá-lo, depois de um processo legal que envolveu entrevistas e uma série de documentos. “Na penúltima etapa, ficamos 30 dias com chamadas de vídeo diárias, para nos conhecermos melhor. (…) Na sequência, eu fui para Minas e ficamos 10 dias juntos no período de convivência. Também foram realizadas entrevistas com psicóloga e assiste social, e finalmente, o juiz deu autorização para a adoção” , comentou.
O novo membro da família Zucareli ganhou um pai e também um irmão. Francisco e Vicente já estão morando juntos.
O primeiro filho
Vicente mudou por completo a vida de Valdir, em outubro de 2021. Os dois se adaptaram muito bem. “O Vicente teve uma boa adaptação. Na época as aulas ainda estavam de forma remota, então, cabia a mim a tarefa de ajudar nas lições da escola. Ao longo desses 10 meses, tivemos muitos desafios, mas todos superados com amor e diálogo. Hoje, a rotina é ir à escola, aulas de inglês aos sábados e tarefas de casa. Também frequentamos assiduamente a igreja e evangelização infantil, uma vez que somos espíritas, ligados ao Centro Espírita Allan Kardec de Umuarama, e sempre que possível, fazemos caminhada juntos. O programa preferido do Vicente é assistir serie infantis”, afirmou o professor.
Valdir diz que sempre conversou com Vicente sobre a possibilidade de um irmão. Havia um planejamento para 2023, mas que foi antecipado.
Alegria de ser pai e desafios
O professor Valdir se diz realizado com as adoções, mas, ele não descarta dividir o coração para um outro filho no futuro.
“Eu estou me sentido muito feliz, muito realizado e completo. A paternidade eu não consigo descrever em palavras, eu conheço algumas filosofias religiosas e não religiosas, sou professor de ciências, mas nenhuma ciência ou filosofia consegue explicar o que é a paternidade”, e completa:
“Eu não quero só romantizar a história, existem medos inerentes ao ser humano, mas com acolhimento e amor tudo se revolve. Pretensão de adotar mais eu tenho, por mim eu adotaria uns 6 filhos, mas temos que saber das nossas limitações, principalmente financeiras. No momento não, mas quem sabe no futuro, não estou fechado na possibilidade”, disse o professor.
Adoção tardia
A adoção do professor Valdir é considerada tardia, por conta das idade dos meninos. De acordo com o site Adoção Taredia, o primeiro passo da pessoa interessada é ir com um documento de identidade à Vara da Infância e Juventude da sua cidade. É lá que começa todo o processo de adoção legal. Duplamente legal: legal porque é bacana e legal porque é a única adoção que garante judicialmente o direito das crianças.
O estado civil não importa no processo. Pessoa solteira, casal homoafetivo, casal que não é casado no papel mas tem união estável…. todo mundo pode adotar, desde que seja maior de 18 anos de idade e seja 16 anos mais velho do que o adotado ou a adotada. O que importa é equipe técnica e o juiz ou a juíza considerarem que essas pessoas estão preparadas para adotar, e acima de tudo, muito amor.