13 de maio de 2025

Você sabe para onde vão os trens que passam por Maringá? Conheça a história


Por Letícia Tristão, com informações do Maringá Histórica Publicado 27/12/2020 às 14h49 Atualizado 26/02/2023 às 10h47
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Para onde vão os trens que passam por Maringá? Conheça a história
Saiba para onde vão os trens que passam por Maringá. Foto: Reprodução/Maringá Histórica

Ouvir o barulho do trem passando pelas linhas férreas de Maringá é rotina. Mas você sabe qual rota fazem os trens que passam pela cidade? O transporte ferroviário foi de suma importância para o desenvolvimento de Maringá.

A construção da Estação Ferroviária de Maringá começou em 1940, antes mesmo da fundação da cidade, em 1947. Segundo o historiador Reginaldo Dias, Maringá era de muito difícil acesso por vias terrestres, por isso, a inauguração da estação ferroviária marcava um novo ciclo para a cidade, pois ampliava as possibilidades econômicas.

“No início da colonização de Maringá, não havia rodovia, para chegar por terra era uma grande dificuldade. Para ir a Mandaguari, que era a cede do município, era um terror, principalmente em dia de chuva. Aqui era uma espécie de faroeste com aviões. As pessoas chegavam de avião, mas por terra era muito difícil”, explica.

Em 31 de janeiro de 1954, foi inaugurada a Estação Ferroviária de Maringá. A chegada da Locomotiva 608 foi um dos maiores eventos da cidade. Vinda de Curitiba (PR), conduzida pelo maquinista José Mariano, a Maria Fumaça foi recepcionada por cerca de 4 mil pessoas.

Chegada do primeiro trem de passageiro em Maringá – janeiro de 1954. | Foto: Maringá Histórica

Fim do transporte de passageiros em trens

O historiador explica que houve um aumento expressivo de investimento em rodovias por parte do Governo Federal na década de 1970, o que consequentemente levou o transporte ferroviário de passageiros a perder força. “Além disso, o tempo de viagem de trem era muito longo se comparado a viagem por rodovias. A viagem de trem até Rolândia (PR) durava cerca de três horas, o que pela rodovia se faz em uma hora, por exemplo”, disse.

O transporte de passageiros funcionou na estação de Maringá até 1976. A partir daí, apenas o transporte de cargas continuou. Até que em 1991 o prédio onde ficava localizada a estação – próximo da onde hoje é o terminal urbano – foi demolido.

Junto com a estação, foi demolida a colônia com 50 residências que abrigavam os funcionários da estação. Naquele mesmo ano, foi inaugurada a atual estrutura da estação, na Avenida João Batista Sanches. O pátio de manobras foi transferido para o local na saída de Maringá para Paiçandu.

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Rotas dos trens

A linha ferroviária que passa por Maringá está dentro da Malha Sul, administrada pela Rumo Logística. Segundo a empresa, as rotas que passam pela cidade não têm necessariamente um uma estação fixa de origem, mas seguem sempre esses percursos: Maringá – Paranaguá (PR), Maringá – São Francisco do Sul (SC) e Maringá – Porto Alegre (RS).

A rota que passa por Maringá transporte somente cargas: açúcar, milho, soja, farelo, etanol, derivados de petróleo (gasolina e diesel), fertilizantes e cimento.

Em meses de safra, são transportados cerca de 1 milhão de toneladas na região de Maringá, que compreende também Marialva e Sarandi. Considerando somente Maringá, o volume é próximo de 660 mil toneladas, conforme dados repassados pela empresa que administra a ferrovia.

Como era pegar o trem em Maringá?

O historiador Reginaldo Dias relata que chegou a viajar no trem quando criança. Segundo ele, a experiência era divertida. “Naquela época existiam duas formas de viajar de trem, o transporte de passageiros e o transporte misto, que levava cargas e passageiros. Quando ia junto com o transporte de cargas, a viagem era ainda mais demorada, mas era divertido, tinha a separação em primeira classe e classe econômica, o serviço de bordo…”

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Para ele, o mais marcante foi a viagem durante a geada negra de 1975. “Uma plantação de café florida é lindo de se ver, e ficou muito marcado na minha memória a imagem pela janela do trem dos pés de café queimados pela geada”, conta.

“Houve uma mudança urbana muito grande na região do Novo Centro com a demolição do prédio onde ficava a estação ferroviária. Cenas que essa nova geração não viu. Mas saindo da Avenida Getúlio Vargas, para assistir aos jogos de futebol no Estádio Willie Davids, a gente atravessava pulando as linhas e os vagões”, lembra Reginaldo.

A construção do espaço do Novo Centro começou em 1994 e terminou em 2012.

A Locomotiva 608, restaurada em 2019, fica no Parque do Ingá.

Locomotiva 608 | Foto: Gerência do Patrimônio Histórico

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