Pesquisadores da UEM criam software baseado em IA que analisa DNA em minutos


Por Brenda Caramaschi/CBN Maringá
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Foto: ASC/UEM

Professores e estudantes da Universidade Estadual de Maringá automatizaram um processo que, manualmente, pode demorar semanas, mas com a ajuda do software criado, leva apenas alguns minutos. Uma pesquisa na área de Biotecnologia iniciada, em 2021, pelo doutorando Clenivaldo Pires da Silva e o professor João Alencar Pamphile, falecido no mesmo ano, vítima da covid-19, resultou no desenvolvimento do programa de computador Gel Analysis App – Molecular Analysis Automation System.

O software reduz consideravelmente o tempo de leitura de géis de eletroforese – técnica laboratorial usada para separar proteínas com base em seu tamanho, carga elétrica ou outras propriedades em análises. A rapidez dessa análise diante do método tradicional é surpreendente, como explicam os professores Yandre Maldonado e Gomes da Costa (do Departamento de Informática e Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação) e Julio Cesar Polonio (do Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular, e Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Ambiental), que participaram da pesquisa.

Os professores explicam como o trabalho era realizado antes do desenvolvimento do software.

“É muito comum quando aparece alguma imagem relacionada a genética ou a biotecnologia, aparecer aquela imagem com um pesquisador de óculos olhando para um quadrado cheio de risquinhos. E esses risquinhos, na verdade, basicamente são o DNA ou alguma outra biomolécula que a gente está analisando. Esses sistemas, que é um sistema eletroforético, basicamente separa moléculas por tamanho ou por alguma outra característica química/bioquímica. E o que nós analisamos, basicamente, são perfis. Uma analogia que eu sempre faço com os alunos quando a gente está iniciando essa discussão é que é como se eu estivesse analisando impressões digitais de cada indivíduo. Só que essa impressão digital, na verdade, ela é uma impressão genética. Então, é como se cada indivíduo tivesse algumas linhas específicas na qual a gente vai buscar caracterizar, vai buscar agrupar indivíduos de acordo com essas características. [..] E essas técnicas, que são usadas principalmente do ponto de vista da genética de populações, quando a gente quer caracterizar diferentes grupos populacionais, elas são muito informativas e demandam um trabalho manual. O que acaba sendo algo desgastante, propenso a erros, o próprio erro humano e tudo mais. A gente até tem sistemas que são automatizados, que permitem realizar essa tarefa, mas eles são caros. Do ponto de vista de uma pesquisa laboratorial universitária, você manter um equipamento, que, por exemplo, a gente chama de eletroforese capilar, é algo que não se pagam. Então a eletroforesia clássica ainda na grande maioria dos laboratórios, não apenas a nível de Brasil, mas também de mundo, ela é uma ferramenta que é rotineira em qualquer laboratório de biotecnologia ou de biologia molecular”, diz. 

Assista a entrevista completa aqui:

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