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08 de maio de 2024

Pesquisadores de Maringá participam de descoberta de fóssil de dinossauro


Por Monique Manganaro Publicado 08/10/2021 às 15h40 Atualizado 20/10/2022 às 19h25
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Foto: Giovani T. Viecili

Uma equipe de arqueólogos de Maringá participou da descoberta de um fóssil de dinossauro encontrado no Maranhão, em abril deste ano. O material foi localizado em Davinópolis, no sudoeste do estado, e a informação sobre o achado dos pesquisadores foi divulgada nesta semana. 

O arqueólogo Jardel Stenio de Araújo Barbosa, da Arqueologística Consultoria Arqueológica, empresa que tem sede em Maringá, explica que a descoberta aconteceu em 13 de abril, enquanto os profissionais faziam o acompanhamento da obra para construção de uma ferrovia no Maranhão. Durante a vistoria em um dos pontos de escavação, um dos arqueólogos da equipe identificou um material que poderia se tratar de um fóssil. 

Foto: Giovani T. Viecili

“Nós da Arqueologística somos dedicados ao estudo dos vestígios da cultura material deixada pelos humanos no passado. A identificação desses espécimes fósseis só ocorreu porque o Daniel Ribeiro, arqueólogo de campo, possuía conhecimento na identificação de fósseis. Aos olhos de outra pessoa, seria apenas uma rocha qualquer”, avalia o coordenador de pesquisas da Arqueologística.

Segundo ele, assim que os primeiros vestígios foram encontrados, o local foi isolado para evitar qualquer tipo de interferência que pudesse danificar os fósseis. Foi então que começou o trabalho de pesquisadores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), chefiados pelo professor e paleontólogo Elver Mayer, para retirar os materiais do solo e identificar de qual espécie se tratava. 

Entre os ossos encontrados estava um fêmur com mais de 1,5 metro de comprimento, costelas, vértebras, uma tíbia, pés e mãos do dinossauro. 

“Em um primeiro momento, devido a forma e tamanho do fóssil aparente na rocha, achamos similar com uma preguiça gigante que viveu naquela região por volta de 10 mil anos atrás. Mas, ao analisar a profundidade em que se encontrava o fóssil, a 8 metros de profundidade, essa hipótese logo foi descartada e chegamos a uma primeira conclusão de que se tratava de um animal muito mais antigo, na casa dos milhões de anos. Apenas quando as escavações com a equipe de campo foram iniciadas, e que mais fósseis foram revelados, é que tivemos a noção de que se tratava de um dinossauro”, detalha Stenio. 

A partir do material coletado, as equipes suspeitaram se tratar de um titanossauro, um herbívoro considerado o maior dinossauro que já caminhou sobre a Terra. Segundo especialistas, esses animais viveram no período Cretáceo, há pelo menos 120 milhões de anos. 

Stenio destaca que essa é uma descoberta de importância internacional, já que fósseis como esse, com um alto nível de preservação, são muito raros, principalmente no Brasil. “É um grande esforço de pesquisadores desta área difundir a importância dessas pesquisas e negar a ideia de que esses achados ‘atrapalham ou embargam a obra’. Esta pesquisa foi um claro exemplo. Ressalto aqui a colaboração de todos os envolvidos, principalmente de toda a equipe de campo da ArqueoLogística de Maringá e da Master Ambiental em Londrina, do professor Elver Mayer e também da Brado, que contribuiu de forma ativa, não vendo empecilhos na preservação do fóssil e no financiamento das escavações. São colaborações e atitudes como estas que aliam o desenvolvimento da pesquisa científica com o desenvolvimento econômico do Brasil”, considera o arqueólogo.

O fóssil coletado pelas equipes de pesquisadores no Maranhão foi encaminhado ao laboratório do Grupo de Estudos em Paleontologia (Gepaleo) da Unifesspa. Os paleontólogos ficarão responsáveis por dar continuidade à pesquisa.

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