Piracema faz vendas caírem até 60% nas lojas de materiais de pesca em Maringá
Piracema começa no próximo sábado, 1, e vai até 28 de fevereiro de 2026. Nesse período, pescar em rios no Paraná é proibido
A piracema no Paraná, que é o período de defeso da pesca de espécies nativas, começa no próximo sábado, 1º de novembro, e vai até 28 de fevereiro de 2026. Durante esse tempo, a pesca de espécies nativas é proibida em todos os rios do Estado, para garantir a reprodução dos peixes, que nadam contra a correnteza e queimam gordura, o que estimula o desenvolvimento de órgãos reprodutivos devido às alterações hormonais, preparando-os para a desova. A pesca de espécies exóticas como tilápia, carpa e tucunaré é permitida, desde que em lagoas e represas.

Mas o que passa a ser proibido nos rios, por um bom período também é sentido nas cidades, particularmente nas lojas especializadas na venda de materiais de pesca, como é o caso de algumas delas na Avenida Brasil de Maringá – que por sinal ficam próximas umas das outras, formando uma espécie de nicho de mercado para os pescadores. Os impactos que derrubam as vendas variam de 30% a 60%, conforme relatos dos proprietários e gerentes de lojas ouvidos pela reportagem. Nas lojas mais voltadas para pesca em pesqueiros, as vendas caem menos. Nas mais focadas em rios, caem mais.
Piracema dá ressaca no pescador
“Na piracema o pescador fica de ressaca pelo menos um mês, depois de um tempo acaba cedendo e vai a um pesqueiro mesmo”, brinca Jhow, dono de uma loja focada em materiais de pesca para rios. Ele próprio, “para curar a ressaca”, já tem viagem marcada para o Mato Grosso. Vai fazer pesca esportiva no Rio Apiacás, onde a prática é permitida. Vai ter como guia ‘Chumbinho’, que acompanhava Pedro Henrique Fortes Gullar na manhã de domingo passado, 26. Pedro fisgou um jaú de 1m65cm e quase 100 kg.
Evandro, dono de uma loja próxima a de Jhow, trabalha mais com produtos para pesca em pesqueiros. Ele explica que os equipamentos voltados para pescas em rios são mais diversos e bem mais caros, a começar pelas iscas: nos tanques e represas, se usa massa; nos rios, as iscas são vivas ou artificiais. A linha de pesca comum fica nas águas paradas e as de multifilamentos vão para as águas correntes. “Muitos pesqueiros proíbem o uso de linha de multifilamentos, porque machuca os peixes”, observou. Além desses detalhes, pescas em rios exigem mais equipamentos, como coletes, cadeiras e quebra-sóis para embarcações, assim como anzóis mais resistentes.
