Por quais motivos maringaenses procuram um pai de santo?


Por Lethícia Conegero

São muitos os motivos que levam alguém a buscar a ajuda dos orixás, por meio de um pai de santo. Em Maringá, no Centro Pai João de Angola, que existe desde 1991, o pai de santo é “Beto de Ogum” ou “Pai Beto”, de 50 anos, que atua na umbanda há cerca de 30 anos.

O centro fica em um salão comercial localizado no Jardim Alvorada. Santos, imagens, tambores, colares e velas compõem o cenário da casa, que recebe pessoas diariamente, com as mais variadas queixas e pedidos.

Pai Beto descreve a umbanda como um pronto-socorro. “As pessoas chegam aqui carregadas, pesadas, e nós ouvimos, ajudamos, damos conselhos, orientamos, indicamos banho e santos que podem ajudar. É uma assistência emocional”, explica.

Alguns, procuram o pai de santo com o objetivo de alcançar algo que desejam muito e não sabem como conseguir. Segundo Beto, o motivo que mais leva os maringaenses a buscarem o Centro Pai João de Angola é relacionamento.

“Separaram por algum motivo e, do outro lado da moeda, tem alguém que não aceita, que acha que é trabalho feito e quer a outra pessoa de volta. Quatro fatores levam à separação: desgaste natural, quando existe uma terceira pessoa, trabalho feito ou quando você erra muito. Nosso objetivo é fazer a pessoa parar para pensar em qual situação ela se encaixa. Tem situações que tem volta, e outras não, porque muitas vezes aquela pessoa não está mais no seu destino. Aconselhamos a pessoa a, antes de amar alguém, amar a si mesmo”, destaca.

O segundo motivo que faz com que as pessoas procurem uma casa de umbanda é emprego e dinheiro. “São pessoas que nos procuram por estar em busca de um emprego, profissionais liberais dos mais diversos segmentos que buscam por melhores condições, comerciantes em dificuldade, dentre outras situações”, frisa Beto.

Saúde é o terceiro motivo que leva os maringaenses à casa de umbanda. “Quando a pessoa não está muito bem, ou quando alguém da família não está bem, eles buscam ajuda do Deus da doença”, explica.

Há também os curiosos, que procuram o pai de santo para conhecer a umbanda e saber mais sobre seu orixá. Ou até para pedir orientação e conselho sobre quais decisões tomar em situações de conflito. Além de situações inusitadas.

“Um dia chegou um homem aqui no centro, todo engomado, de terno, e disse que queria fazer um pacto, que estava cansado de ser pobre e sofrer, e que queria vender a alma para ficar rico. Orientamos que ele não poderia vender o que não é dele, porque a alma dele pertencem a Deus, e que o único caminho que conheço para crescer na vida é trabalhando. Então tem que buscar Deus, para trabalhar e ganhar dinheiro. O pacto não existe”, afirma.

Além das consultas, o Centro Pai João de Angola também realiza reza e benzimento. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, mediante agendamento pelo telefone (44) 99956-8463. O endereço é avenida Sophia Rasgulaeff, nº 177, Jardim Alvorada. É cobrada uma taxa pelo atendimento.

“Cobramos uma consulta porque vivemos disso. O centro tem manutenção, aluguel, luz, água e telefone. Mas se a pessoa estiver precisando e disser que não tem condições de pagar, não deixamos de atender”, acrescenta.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, os atendimentos na casa estão sendo feitos individualmente e com uso de máscara.

Umbanda

A umbanda é uma religião afro-brasileira que integra elementos dos cultos africanos com elementos das religiões indígenas, do catolicismo e do espiritismo kardecista. Foi fundada oficialmente em 1908, por Zélio Fernandino de Moraes.

 

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