Preço do botijão de gás pode chegar a R$ 133 em Maringá

Está cada dia mais difícil manter o básico no dia a dia na mesa do brasileiro. O último aumento da Petrobrás vai deixar o botijão de gás 16% mais caro para as revendedoras. Mas quem paga o preço mesmo é o consumidor final.
A estimativa do Sinegás, o sindicato das revendas de gás de cozinha de Maringá é que o preço do botijão varie de R$ 128 a R$ 133 dentro de alguns dias. A última pesquisa de preços indicava variação de R$ 112 a R$ 120. Segundo o presidente do Sinegás, Francisco Laganar, embora as distribuidoras também não concordem com a política de reajuste que vem de cima, é uma reação em cadeia que chega ao consumidor final.
“Para nós que vendemos o gás, com o aumento dos pneus, do próprio combustível e de outras coisas que influem no preço, como a parte mecânica, a alimentação, tudo influi né, então, vai mudar tudo. Vai influir sobre o custo de vida de todos, desde o consumidor até a revenda. É uma reação de cadeia, ninguém consegue fugir disso aí. […] Nós não estamos de acordo com a maneira que está sendo feita essa precificação”, diz Francisco.
Nas ruas, os maringaenses expressam tristeza quando o assunto é o preço do gás de cozinha.
A Sônia de Souza usa dois botijões por mês. Uma realidade cada vez mais desafiadora para manter as contas em dia.
“Tá muito caro mesmo. Mas tem que comprar, nem que seja parcelado. Sem gás não podemos ficar. Sempre somos nós que somos lesados”, diz Sonia.
A Neide Gabriel diz que já está buscando outras alternativas para cozinhar em casa. Segundo ela, o gás saiu do item básico para item de luxo.
“O preço está tão salgado que estamos pensando até em catar lenha e fazer um fogãozinho de lenha. […] O gás já parou de ser necessidade, já está virando luxo no preço que tá. Não tá durando (um botijão por mês) a família é grande, a gente faz pão. Tá puxado, tá muito salgado”, diz Neide.
A alternativa de cozinhar a lenha ou a carvão também está sendo adotada na marmitaria do Danilo de Freitas. Segundo ele, a última opção é repassar o reajuste para o cliente, mas não está fácil sustentar o consumo semanal de gás.
“Não deu nem pra pensar como vamos fazer, se vamos repassar o valor pro cliente, porque o cliente também já está cansado de pagar caro nas coisas. […] Nas sextas-feiras, eu faço a carne assada no carvão, que daí já ajuda. Isso vem desde o último aumento, que a gente começou e agradou os clientes também. Agora, estamos pensando em aumentar esses dias de carne assada, que usa menos o gás. O último caso é passar pro consumidor”, diz Danilo.