14 de maio de 2025

Primeira Academia da Terceira Idade de Maringá completa 15 anos


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 23/04/2021 às 13h52 Atualizado 24/02/2023 às 13h40
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Foto: Ziober Brasil/Arquivo

Quando a gente viaja pelo país e encontra uma academia de ginástica ao ar livre, logo lembra de Maringá. E faz sentido. Foi aqui que as academias surgiram. 

A primeira Academia da Terceira Idade (ATI) foi inaugurada em Maringá em abril de 2006 pelo então ministro do Esporte Orlando Silva. Em pouco tempo as academias caíram no gosto popular.  

O que ninguém sabia, quando se exercitava ao ar livre, pertinho da natureza, era que por trás daqueles equipamentos havia uma história de criatividade, empreendedorismo e superação.

A gente começa contando como uma ideia simples e criativa faz toda a diferença na vida de milhares de pessoas.

O prefeito da época, Silvio Barros, se interessou por uma reportagem sobre equipamentos para se exercitar ao ar livre na China.  

Aqui existia o Programa Municipal Maringá Saudável. Um incentivo à prática de exercícios físicos, alimentação balanceada e hábitos saudáveis de vida. Tinha tudo a ver. 

“O projeto da cidade saudável, não é aquela que tem mais médicos, mais remédios, mais postos de saúde, é a cidade onde as pessoas ficam menos doentes. E o Ministério da Saúde tinha um programa que dizia que se a gente conseguisse mudar os hábitos alimentares, as pessoas praticarem atividade física e deixarem cigarro e bebida, nós conseguiríamos reduzir em 40% os gastos com a Saúde”, explica Barros.

“Então nós resolvemos entrar nisso e começávamos a procurar uma forma de estimular as pessoas a fazer atividade física, principalmente os idosos que consomem a maior parte do recurso de qualquer programa de saúde. […] Lá na China, os idosos são os que mais usam as academias, então, por isso que a gente se interessou em participar disso, decidimos criar esses equipamentos e decidimos chamar de ATI, ‘porque quem vai para ATI, não vai para UTI’. Essa foi a proposta e começamos a implantar isso nos postos de saúde que tinham o maior número de idoso cadastrados”, detalha o então prefeito de Maringá.

“Não foi fácil arrumar uma empresa para construir esses equipamentos, mas o Roberto Nagahama, quer meu secretário de Esportes, trabalha com academia há muitos anos, ele começou a desenhar os equipamentos, baseado no que ele tinha visto na reportagem e nós encontramos o Paulo Ziober que tinha experiência em usar e trabalhar com canos de metal, e o Paulo aceitou o desafio de começar a fabricar o que a gente estava desenhando”, complementa Barros.

Como não existia nada parecido no país, a prefeitura não podia abrir uma licitação para adquirir as ATIs. Foi uma cooperativa médica que bancou o projeto e doou ao município. “Nós não tínhamos um meio de legal de fazer a aquisição e foi aí que eu pedi para a Unimed doar as academias para a gente”, conta o ex-prefeito.

A tarefa de fabricar a primeira ATI foi confiada ao metalúrgico Paulo Ziober Junior, que na verdade era dono de um pesqueiro e fazia bicos numa metalúrgica de fundo de quintal. 

A metalúrgica se tornou a principal renda da família depois de uma enchente que destruiu o pesqueiro. Eu até lembro porque a CBN Maringá fez reportagem. Da noite para o dia, a família perdeu tudo o que tinha. 

“A chuva começou de madrugada e, quando amanheceu, […] nós estávamos desesperados já, perdido tudo”, afirma Ziober.

Paulo não ficou lamentando o prejuízo. Ele e a família se agarraram à oportunidade de fabricar as duas primeiras ATIs encomendadas. Foram dias e noites de muito trabalho.

“Foram madrugadas e madrugadas. Meus filhos todos, esposa. Quando surgiu essa academia para fazer, eu vi na área da metalúrgica mais uma oportunidade na minha vida, que minha área mesmo, especializada, era a metalúrgica e construi. E acho que deu certo, né?”, diz Ziober.

O resultado, 15 anos depois, é uma história de sucesso.  A empresa que nasceu em Maringá fabrica equipamentos para todo o país e até para o exterior.

“Mercusol todo e, agora, nós estamos atingindo a Europa. Chegamos até a África, em Camarões, já exportamos para lá e a gente tem outras negociações também”, conta Ziober.

Outras empresas do mesmo segmento surgiram na esteira da alta demanda por academias de terceira idade, de primeira idade, academias para jovens adultos, para cadeirantes.

Hoje em dia a gente vê as academias ao ar livre por todo o país. E histórias de pessoas que melhoraram quadros de diabetes, depressão, hipertensão, porque passaram a cuidar melhor do corpo e da mente. 

O vereador Dr. Manoel Sobrinho, por exemplo, é um adepto das ATIs e sabe melhor do que ninguém o bem que faz à saúde.

“Eu uso a Academia da Terceira Idade desde de o ano de 2006. E eu aconselho todos os meus pacientes usarem, porque dessa maneira, usando a ATI, nós estamos investindo na nossa saúde, porque para os hipertensos, diabéticos e fazendo a dieta, nós deixamos de usar muitos medicamentos. Isso se chama investir na saúde”, decalra o vereador.

Vale lembrar que por causa da pandemia, as academias ao ar livre estão interditadas no momento.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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