Primeiro alerta sobre situação do abrigo infantil de Maringá foi dado em 2022

Em 2022, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) emitiu uma resolução em que alertava para uma “grave superlotação do Abrigo Provisório de Crianças de Maringá”. A resolução foi publicada no diário oficial do município em julho.
Na época, o então presidente do CMDCA, Ailton Morelli, afirmou que era preciso contratar mais funcionários porque durante a pandemia o quadro de servidores foi reduzido.
“No período da pandemia, tivemos saída de funcionários, troca de funcionários e precisamos repor. Hoje, uma parte dos funcionários acaba fazendo hora extra, mas seria interessante ter uma equipe mais permanente. Na verdade, o ideal seria ter mais um abrigo para evitar que o número de crianças abrigadas passe de dez, justamente para preservar o sentimento de acolhimento que essas crianças precisam”, afirmou em julho de 2022.
Condições do Imóvel
Há quase dois anos, Morelli falou também sobre as condições do imóvel onde vivem as crianças. “Precisamos de uma grande reforma na casa. Ali, o acolhimento já está há cinco anos. O local foi pensado para até dez crianças, mas chegou a 20 e não é uma casa própria, é uma casa alugada, então precisa de ajustes na casa para que seja um local bonito e acolhedor para abrigar essas crianças que estão em uma situação de vulnerabilidade grave, que perderam o momento de estar com a família por um motivo ou outro, que sofreram algum tipo de violência, além da violência de não estar com a família”, disse.
Ainda de acordo com o então presidente do CMDA, na época, já havia denúncias sobre a situação do abrigo. “Tivemos denúncias do Conselho Tutelar no começo do ano. Depois outras denúncias até na Câmara Municipal, em relação principalmente à situação da casa e a questão da superlotação. Estamos mantendo contato com o Ministério Público e com a Secretaria da Assistência e, diante disso, tiramos algumas resoluções para encaminhamento. O município está fazendo a discussão do Plano Municipal de Acolhimento Geral, também indicando alguns pontos e, principalmente, precisamos, no caso dali, de uma grande reforma na casa e ampliar a equipe”, disse.