Primeiros colocados da UEM dão dicas de como passar no vestibular
Anos de dedicação e frustrações são aspectos comuns à rotina de quem está em busca de aprovação em um vestibular. Seja frequentando um cursinho ou estudando sozinho, jovens passam horas a fio mergulhados em teorias e exercícios para conseguir os resultados esperados quando forem colocados “à prova”.
Um fato é certo: nem sempre se manter focado nos estudos é fácil. Diferentes realidades moldam as condições de aprendizagem dos estudantes e, em alguns casos, acabam influenciando no resultado final. É por isso que, muitas vezes, se basear em conselhos de quem já enfrentou essa realidade pode contribuir para o processo.
O GMC Online conversou com três estudantes que chegaram aos primeiros lugares em vestibulares da Universidade Estadual de Maringá (UEM), uma das melhores instituições do Brasil, para reunir dicas que possam ajudar outros alunos que estão em fase pré-vestibular.
Otavio de Castro Oliveira, 1º colocado entre a concorrência do curso de Direito no Vestibular 2020 da UEM, focou nos estudos mais intensos durante os três anos do ensino médio. Paralelamente ao ensino do colégio onde estudava, o jovem fez aulas em um cursinho e se dedicou aos estudos em casa, em uma rotina bem organizada.
Segundo ele, apesar de não ter horários fixos, todo o tempo dedicado somava aproximadamente 11 horas de estudos por dia. “Eu procurava sempre às segundas, terças, quartas-feiras estudar uma quantidade maior de tempo e nas quintas, sextas, sábados e domingos ir reduzindo gradativamente. Mas eu estudava, em média, 11 horas por dia. Tem gente que estuda 15, 16 horas por dia, mas o meu limite dentro do que é saudável, com o melhor resultado entre eficiência e quantidade de tempo que eu aguento, é 11 horas, eu não consigo mais do que isso”, citou.
De acordo com Oliveira, durante o período de cursinho, ele se mantinha regrado para conseguir aprofundar os estudos em casa dos conteúdos que haviam sido passados em sala de aula naquele dia. Aliado a esta etapa, o estudante se dedicava à resolução de exercícios, especialmente em Matemática – disciplina que, para ele, colaborou muito para o aperfeiçoamento do raciocínio lógico.
“Eu acreditava que a Matemática tinha uma função de estimular o raciocínio lógico. Quando eu parava de fazer exercícios de Matemática, eu simplesmente tinha uma queda brusca de rendimento em outras matérias. A [disciplina] sempre foi algo que eu gostei muito e que me ajudou com outros conteúdos”, afirmou.

Mesmo em meio a tantas aulas e exercícios, o estudante fazia questão de dedicar parte do tempo à prática de atividades físicas. Segundo ele, manter-se ativo o ajudou a ter a disposição e o rendimento necessários.
Essa também foi uma prática que fez diferença na rotina de Milena Babugia Pinto, primeira colocada em Medicina e na classificação geral do Vestibular 2021 da UEM. Ela, que se dedicou seis anos até conseguir a sonhada aprovação, enfrentou um desafio a mais durante o período: a pandemia de covid-19.
E para Milena, garantir que o tempo dela fosse dividido entre os estudos e os períodos de descanso foi uma decisão importante para que ela passasse essa fase de maneira saudável. “Os horários de descanso entravam sempre como um momento do estudo, faz parte do momento de estudo, porque ter esse descanso, esse relaxamento, era essencial para o processo de aprendizagem. Eu aprendi isso com o tempo”, destacou.
Milena, assim como Otávio, também pode ter o apoio das aulas de cursinho. No entanto, a estudante adotou outra estratégia que, segundo ela, fez diferença na preparação para o dia do vestibular. Além de assistir às aulas do cursinho e se dedicar à resolução de exercícios, a jovem praticava refazendo vestibulares anteriores da UEM, para ganhar familiaridade com o estilo de prova e colocar todo o conhecimento em prática. “Você já vai treinar tempo de prova, vai ver qual estilo a instituição gosta de cobrar, você vai percebendo as suas maiores dificuldades. Então, além de fazer toda a parte convencional de aulas, exercícios, eu acho extremamente interessante resolver as provas anteriores e fazer simulados”, aconselhou.

Para muitos estudantes, o processo de preparação para as provas envolve rotinas muito exaustivas, com muitas horas de estudo por dia. No entanto, é preciso se manter alerta para não haver sobrecarga e acabar causando um efeito contrário. Angelo Cezar Bolognese Junior, estudante que conquistou o primeiro lugar em Medicina e na classificação geral do Vestibular 2020 da UEM, encontrou uma rotina confortável com o tempo, sempre mantendo o controle para não haver exageros.
“Eu criei um planejamento de estudos próprio: de manhã, assistia às aulas e, por volta das 13h30, começava a estudar em casa, até às 17h. [Depois] eu ia praticar alguma atividade física, e por volta das 19h30 voltava a estudar as matérias mais importantes para mim, até às 22h. Era assim de segunda a sábado, e domingo aproveitava para descansar. Acredito que [o tempo ideal de estudo] vai do rendimento de cada um. Contando as aulas, eu conseguia manter um bom rendimento durante 11 horas de estudos, mas esse patamar eu fui conseguindo aos poucos”, disse.

Além de todas as estratégias, os estudantes consideram que é preciso ter paciência, entendendo que conquistar uma vaga em um curso concorrido é um processo que demanda tempo e, principalmente, cautela. “É importante entender que para [chegar] onde você quer chegar, você precisa fazer o que é confortável para o seu corpo e para o seu rendimento. Eu demorei para entender que rendimento e qualidade dos estudos não são quantidade. Eu acredito que todos os vestibulandos precisam levar em consideração que são seres humanos, que precisam ter tempo para respirar e que, se precisarem, podem ir atrás de auxílio, de terapia, para ajudar no psicológico. Eu espero que cada pessoa respeite o seu tempo, o seu desenvolvimento”, acrescentou Milena.