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03 de julho de 2024

Procon suspende financeira com mais de 300 reclamações em Maringá


Por Brenda Caramaschi/CBN Maringá Publicado 07/02/2024 às 13h46
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O Procon suspendeu na manhã desta quarta-feira, 7, as atividades de uma empresa que presta serviços de intermediação e renegociação de contratos, em Maringá. O Solucionador terá que deixar de atender por trinta dias.

Fiscais do órgão de defesa do consumidor e policiais civis estiveram na sede da empresa, que opera no centro da cidade, na Avenida Duque de Caxias. O Procon recebeu mais de 300 denúncias envolvendo financiamentos de veículos em que os consumidores procuraram a empresa para renegociar a dívida e teriam sido orientados a deixar de efetuar os pagamentos, se tornando inadimplentes, e a esconder o bem para forçar uma negociação e não sofrer busca e apreensão, mas acabaram entrando em uma dívida maior e, em alguns casos, perdendo o veículo, como explica o agente fiscal Marco Antônio Azevedo.

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Procon suspende financeira com mais de 300 reclamações em Maringá. Foto: Brenda Caramaschi

“Depois de receber mais de 300 denúncias protocoladas lá no Procon contra essa empresa, que ela tinha prometido renegociações de dívidas e não entregue, que ela sugeriu a essas pessoas que elas deixassem de pagas as suas dívidas para forçar renegociações financeiras, o que aconteceu? As pessoas ficara com dívidas com eles (empresa), com dívidas com a financeira, com o nome negativado e perderam ainda o bem”, disse Azevedo.

“Agora, tudo que antecedeu esse momento de hoje, foram diversas notificações que o Procon fez à empresa e ela descumpriu. (…) A empresa está suspensa por 30 dias, devendo atender todas as demandas que foram feitas para ela até hoje, sob pena de, se ela descumprir, multa diária de R$ 12 mil. E se ela descumprir e decidir abrir, podemos avaliar a possibilidade de, inclusive, cassar o alvará dela”, completou.

Segundo o órgão de defesa do consumidor, as reclamações contra a empresa se repetem em outras cidades do Paraná. Um cálculo estimado pelo Procon indica que o volume de casos apenas envolvendo as denúncias de Maringá somariam aproximadamente R$ 1,5 milhão em negociações. A empresa é reincidente nesse tipo de situação. Em julho do ano passado foi aplicada uma multa de R$ 121 mil, que não foi paga pela empresa.

O delegado Fernando Garbelini diz que as denúncias também chegaram para a polícia, que, ao longo dos anos, recebeu diversos boletins de ocorrência.

“Eles vêm agindo mediante fraude com os consumidores, para obtenção dessa vantagem ilícita. Eles não resolviam problema nenhum e enganavam esses clientes, que estavam pagando para eles, imaginando que estavam quitando as dividas. Existe crime contra o consumidor, mas independente disso a gente apurou crime de estelionato, que houve também na minha visão. É uma medida que tem que ser apurada tanto na questão administrativa, via Procon, que é o órgão de defesa do consumidor, quanto pela polícia. Os dois órgãos agiram e a medida está sendo efetivada hoje. Desde 220 a gente observa que existem boletins de ocorrência, todos noticiando fatos semelhantes”, destacou o delegado

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Procon suspende financeira com mais de 300 reclamações em Maringá. Foto: Brenda Caramaschi

Fátima Montesso, de 62 anos, comprou um carro financiado junto com o marido no final de 2022, mas as parcelas pesaram no orçamento e ela procurou a empresa depois de ver uma propaganda na televisão. “Chegando lá eles me orientaram a parar de pagar o carro e pagar eles. Com três parcelas atrasadas o banco veio para tomar o carro. Aí fui até e eles falaram que eu tinha que esconder o carro, coisa que eles não me avisaram no começo, porque senão eu jamais faria isso. Então, o que aconteceu, a dívida deles eles ficam mandando cobrança pra mim. Eu devolvi o carro pro banco porque ia ter um monte de gasto se eu não devolvesse. (..) Essa situação é muito difícil, porque a gente é assalariado, tenta pagar um carro, não consegue, já nem tem o carro mais e eles estavam me mandado cobrança. O Procon entrou em contato com eles para que cancelassem o contrato , mas eles não cancelaram. Estou numa situação bem difícil. Gostaria que alguém me ajudasse, pelo amor de Deus”, desabafou.

Desde a autuação, há sete meses, foram registrados 56 novos casos de vítimas alegando que a empresa não estaria cumprindo com os serviços contratados. Entre as irregularidades, conforme o Código de Defesa do Consumidor, estão fomentar a inadimplência, vantagem abusiva e falha na prestação de serviços. Há ainda casos de não fornecimento de nota fiscal dos serviços prestados, recibos fornecidos para clientes de Maringá com dados da empresa de outras comarcas, entre outras situações.

A empresa tem 30 dias para responder ao Procon. Procurado pela reportagem, o responsável pela empresa em Maringá não quis se manifestar.

O Procon orienta que os consumidores que tiverem problema com O Solucionador ou outras empresas, entrem em contato pelo telefone 151 ou registrem reclamação na sede, na avenida Horácio Racanello Filho 5645, esquina com a av. Herval, ao lado do Terminal Urbano. O reclamante deve levar os documentos pessoais, um comprovante de endereço e prints ou documentos que confirmem a negociação.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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