Professores da UEM fazem paralisação por reposição salarial de 47%
Os docentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), representados pela Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), decidiram realizar uma paralisação de um dia no próximo dia 29 de abril. A mobilização tem como principal pauta a reivindicação por reposição salarial de 47%, referente às perdas acumuladas desde 2016.
Segundo o sindicato, os salários dos servidores públicos estaduais do Paraná não são reajustados conforme a inflação há pelo menos nove anos. A defasagem salarial acumulada, de acordo com cálculos da categoria, chega a 47%.

No último dia 10 de abril, representantes dos professores se reuniram com a Secretaria de Administração e Previdência do Paraná (Seap), mas o encontro terminou sem acordo. Para pressionar o governo estadual e chamar a atenção para a causa, a categoria deliberou em assembleia por um dia de paralisação. O presidente da Sesduem, professor Thiago Ferraiol, do Departamento de Matemática da UEM, destaca que o dia escolhido tem forte valor simbólico.
“Essa defasagem acumula 47% em todos os salários, e estamos nesse processo de luta pela recomposição. Além disso, o dia 29 é simbólico, remete ao massacre do Centro Cívico, ocorrido em 29 de abril de 2015, quando o então governador Beto Richa fez um rombo de R$ 8 bilhões na nossa Previdência”, afirmou Ferraiol.
Segundo o presidente do sindicato, as atividades do dia ainda estão em fase de organização, mas estão previstas manifestações públicas, debates, exibição de filmes e palestras. A mobilização também deve contar com a participação de outras categorias do funcionalismo estadual.
“Professores da educação básica também vão aderir à paralisação. A Assembleia da APP-Sindicato, realizada no último final de semana, decidiu pela participação. Também estamos em contato com estudantes universitários, secundaristas e profissionais da saúde para fortalecer as ações do dia 29”, completou Ferraiol.
Questionado sobre a adesão de outros trabalhadores da universidade, Ferraiol explicou que a mobilização dos agentes universitários depende da deliberação do sindicato que os representa, o Sintemar.
“A orientação geral é que todos os servidores públicos estaduais façam paralisações ou mobilizações. No caso dos agentes universitários, eles devem realizar assembleia própria para decidir se aderem à paralisação ou apenas às mobilizações”, explicou.
A Seção Sindical dos Docentes da UEM representa cerca de 1.500 professores atualmente.
A reitoria da UEM informou, por meio de nota, que não irá se manifestar sobre o assunto neste momento. A reportagem da CBN também entrou em contato com a Secretaria de Administração e Previdência do Paraná e aguarda retorno.