Profissional do Samu de Maringá faz sucesso mostrando a rotina nas redes


Por Ivy Valsecchi
Angélica Oliver, de 31 anos, trabalha como técnica em enfermagem no Samu de Maringá, e tem quase 90 mil seguidores no Instagram. Foto: Arquivo pessoal.

A rotina de trabalho na regional do Samu de Maringá tem feito com que a técnica em enfermagem maringaense Angélica Oliver, de 31 anos, fique cada vez mais conhecida. No Instagram, ela já coleciona quase 90 mil seguidores e tem, inclusive, parcerias de trabalho na rede social.

Ela conta que o reconhecimento na internet começou aos poucos. Apaixonada pelo atendimento pré-hospitalar, Angélica buscava vídeos e fotos dos atendimentos, mas achava poucos materiais.


“Quando entrei no serviço do Samu percebi que havia vários repórteres policiais nas ocorrências que fotografavam as cenas, então comecei a pedir para eles esses materiais e assim comecei a montar um conteúdo no Instagram, querendo mostrar a rotina mesmo, e o mais importante, a conscientização para quem quer estar ali trabalhando, que precisam estar preparados, precisam treinar, pois o doente não escolheu estar ali e nós sim. Assim foi acontecendo o crescimento na minha rede. Várias páginas associadas ao atendimento pré-hospitalar e a enfermagem começaram repostar essa fotos de atendimentos, subsequentemente posto alguns stories com fotos minha e da rotina do serviço, como por exemplo algum deslocamento até a ocorrência e as dificuldades no trânsito”

Angélica compartilha sua rotina de trabalho no Samu no Instagram. Foto: Arquivo pessoal.
Em sua página no Instagram, a profissional do Samu também compartilha momentos fora do trabalho. Foto: Arquivo pessoal.
Foto: Arquivo pessoal.

Os seguidores foram chegando por terem a mesma vontade de Angélica: ver e acompanhar como é o atendimento, e além disso, segundo ela, sentir um pouco da adrenalina de quem trabalha em um cargo como esse. “Acho que consigo passar um pouco isso nos stories. Muitos estudantes, concurseiros e apaixonados pelo Samu que se identificam chegam diariamente”, conta.

Claro que tem alguns seguidores que chegam pela imagem, por alguma foto minha, mas no geral não é isso que acontece, ainda bem. Seria muito ruim me resumir a só uma imagem, a um rosto. O serviço é sério, é necessário. Deixo sempre muito claro a seriedade que meu trabalho tem. Tento sempre responder as mensagens de forma respeitosa de um modo que se for alguma cantada eles entendam que não é para isso que estou ali. Recebo muitas mensagens com dúvidas, de como entrar para o Samu, qual curso fazer, explico os cargos da minha regional e a função de cada um, e claro, mensagens com parabenizações e agradecimentos me deixam muito grata. É o que acaba nos movendo“.

A rotina de trabalho no Samu

Angélica em atendimento pelo Samu. Foto: Arquivo pessoal.

Angélica trabalha no Samu há quase 5 anos, como técnica de enfermagem na regional do Samu Maringá, na base de Paiçandu. Ela trabalha em escala de 12x36h. “Assim que chego no Samu, às 7h, começo o dia fazendo o checklist da ambulância, conferindo todos os materiais necessários para minha jornada de 12h/dia e sempre atenta ao chamado da central para alguma nova ocorrência. Às 19h encerro meu dia de trabalho no Samu. Retorno para minha casa em Maringá e aí sim vou checar mensagens das redes sociais e cumprir algumas parcerias, essas sem horário previsto para encerrar”, conta.

Ela conta que não enxerga dificuldades no trabalho, mas que algumas situações mexem com o emocional. “Mas nunca deixando transparecer e sempre fazendo o melhor para o doente”, diz.

Questionada se já sofreu preconceito por ser uma mulher a ocupar um cargo como esse, ela garante que não. “Pelo contrário, sempre tive muito apoio dos colegas, trabalhamos como um time um corpo sem distinção, com relação aos pacientes também não, por ser um serviço de urgência, eles só querem ajuda, alguém que faça algo por eles, sem se importarem se essa ajuda vem de uma mulher”, relata.

Angélica durante atendimento. Foto: Arquivo pessoal.


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