Projeto do Rotary doa 100 próteses de mãos para Maringá e outras cidades do Brasil

Fruto de uma parceria entre a Associação Norte Paranaense de Reabilitação de Maringá (ANPR), a organização não governamental americana LN4 e os Distritos 4630 (Maringá Parque do Ingá) e 4710 (Londrina-Sudeste) de Rotary Internacional, o projeto Mãos Solidárias recebeu, na primeira semana de setembro, próteses de mãos para serem doadas a pessoas de Maringá e outros municípios brasileiros. A distribuição de cem próteses será feita pelos Rotarys Clubs do Brasil cadastrados no site do projeto.
Renato Melo perdeu a mão e parte do braço direito há 20 anos em um acidente de trabalho. Ele trabalhava como motorista canavieiro e precisou fazer a amputação. Ele chegou a receber uma prótese pelo SUS, mas não conseguiu se adaptar, porque diz que era muito pesada. Só usou uma vez e devolveu para que outra pessoa pudesse tentar usar. Hoje ele foi contemplado com outra, de material mais leve, vinda dos Estados Unidos. Na entrega, recebeu treinamento e orientação sobre como colocar e usar a prótese no dia a dia em tarefas como escrever com uma caneta, pentear o cabelo ou tomar um café segurando a caneca com a mão mecânica.
“Essa nova prótese é muito melhor, bem mais leve e super fácil de usar. Essa prótese vai me ajudar para muitas coisas até para dirigir”, diz.
Tiago Scaratti é técnico ortopédico na ANPR e ajudou Renato com a adaptação. Ele fala sobre a diferença entre essa prótese e as tradicionais. “As próteses hoje fornecidas pelo SUS basicamente são dois modelos, a funcional que vai ter um movimento de pinça e a estética que como o nome já diz serve para compensar peso e suprir ali o outro membro. No entanto, elas têm a mesma função dessa prótese do projeto, principalmente a prótese funcional, por isso, o único problema que a gente encontra é o peso da prótese que o pessoal acaba relatando para nós”, diz.
O trabalho é coordenado e operacionalizado na região pelo Rotary Club de Maringá Parque do Ingá. A coordenadora do Programa Mobilidade para Todos, Renata Krambeck, conta que outras pessoas da região já receberam a prótese, mas o projeto deve atender todo o Brasil.
“Uma pessoa de Paiçandu já recebeu a prótese, uma em Campo Mourão e nós estamos buscando pessoas que necessitam para que a gente possa então fazer a instalação e a pessoa ter essa prótese para auxiliar nos serviços diários”, afirma.
Para se candidatar às doações é preciso realizar cadastro no site do projeto. Os interessados podem procurar pessoas ligadas ao Rotary Clube para auxiliar com o cadastro e o envio das próteses. Para recebê-las é preciso ter pelo menos 14 centímetros de distância entre o cotovelo e o final do braço para que a prótese possa ser encaixada. Não há nenhum custo para receber a prótese.
Renata explica que a primeira importação começou a ser tratada ainda no ano passado e só se concretizou agora em setembro, mas depois da distribuição dos primeiros 100, outros dispositivos devem ser enviados para o programa conforme a demanda.