Projeto ‘Espelho, espelho meu’ resgata autoestima de gestantes por meio da fotografia em Maringá


Por Rafael Bereta

De acordo com o Dicionário da Lingua Portuguesa, a fotografia é a arte ou processo de fixar a imagem de qualquer objecto ou realidade através de sensor digital ou superfície fotossensível com o auxílio da luz. Em meio ao cenário hospitalar de Maringá, um projeto especial chamado “Espelho, espelho meu” tem trazido esperança e autoestima para gestantes de alto risco que enfrentam longos períodos de internamento devido a complicações na gravidez. Idealizado pela psicóloga hospitalar Catiucia Guerrero, o projeto busca resgatar a beleza e a autoestima dessas mulheres, proporcionando momentos de alegria através de ensaios fotográficos.

Foto: Rose Martins

Catiucia, que atuou como psicóloga hospitalar por vários anos, inclusive na Santa Casa de Maringá, explica que a ideia surgiu ao perceber que muitas gestantes internadas não tinham a oportunidade de fazer o tradicional ensaio fotográfico de gestante.

“Trabalhei com psicologia hospitalar por oito anos e, antes disso, durante minha formação universitária, já atuava no Hospital Universitário. O ‘Espelho Espelho Meu’ nasceu da intenção de resgatar a autoestima dessas mulheres, especialmente aquelas em repouso absoluto, que perdem muita autonomia”, afirma.

A iniciativa ganhou força e estrutura, incluindo a participação de fotógrafos voluntários e o apoio do hospital. Rose Martins, fotógrafa com 35 anos de experiência, é uma das voluntárias do projeto. “Entrei como parceira voluntária, oferecendo maquiagem e fotografia. Selecionamos as mães, perguntamos se elas gostariam de incluir familiares nas fotos, e levamos roupas e acessórios para criar um ambiente especial dentro do hospital”, explica Rose, do projeto Espelho, espelho meu.

Impacto do projeto

O projeto já impactou inúmeras vidas, proporcionando um momento de alegria e conforto para as gestantes. Rose relembra uma história tocante de uma mãe cujo bebê infelizmente não sobreviveu. “Criamos uma caixinha de memórias com as fotos. Ela nos disse que foi o melhor atendimento que recebeu, algo que a ajudou a passar por aquele momento difícil”, diz.

Carina Bezerra, uma das beneficiadas pelo projeto, compartilhou sua experiência. Internada devido à pressão alta, ela não pôde realizar um ensaio fotográfico fora do hospital.

“As meninas vieram até o meu quarto, me arrumaram, vestiram, e foi um momento incrível. Receber as fotos depois me fez perceber o quanto sou forte, por ter passado por tudo isso e ainda conseguir sorrir”, conta Carina, que deu à luz seu filho, Léo Henrique, logo após a sessão de fotos.

Para a fotógrafa Rose Martins, ver o trabalho realizado é motivo de orgulho e gratidão. “É uma sensação de gratidão enorme. As mães sempre me abraçam e agradecem, dizendo que nunca imaginaram ter fotos assim, e que isso as faz sentir tão felizes e bem consigo mesmas”, afirma.

As fotos finalizadas e editadas são entregues digitalmente às mães. “Recebi as fotos em poucos dias, e ver o resultado foi emocionante”, comenta Carina Bezerra.

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Fotos: Rose Martins

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