Projeto ‘Fera’ vai debater violência de gênero e feminicídio, em Maringá
O tema está em evidência em Maringá e no país, infelizmente. Os noticiários continuam trazendo feminicídios, violência, racismo e muitos outros tipos de preconceito. Como diminuir esses números? Por onde começar? Parece que falar abertamente sobre a violência e preconceitos é um passo para se ver o problema e identificar formas de combate-lo.
Nesses dias 1, 2 e 3 de fevereiro, Ana Clara Poltronieri Borges traz a Maringá e região a oportunidade do diálogo e do debate sobre três temas muito atuais: “Feminismo pra quem?”; “Feminismo negro e violência de gênero” e “Qual o papel do homem na luta?”
A melhor parte é que serão rodas de conversa, ou seja, que for poderá participar com perguntas e opiniões. Aa rodas de conversa serão realizadas no Teatro Reviver Magó, na praça localizada no encontro das avenidas Cerro Azul e JK (Perimetral), às 20 horas. A entrada é gratuita e não é necessário fazer inscrição.
Os eventos são parte do “FERA”, um projeto multiartístico que visa fomentar e impulsionar a discussão sobre violência de gênero e feminicídio, especialmente na cidade de Maringá. A produção é feita graças à verba de Lei de Incentivo à Cultura de Maringá (Lei 11200/2020 – Prêmio Aniceto Matti). O projeto é inteiramente dedicado a Maria Glória Poltronieri Borges, a Magó, vítima de feminicídio no Brasil, em 2020 – #MagóPresente.
Confira as rodas de conversa (todas gratuitas):
1º de fevereiro, quarta-feira, 20h, no Teatro Reviver Magó:
“Roda de conversa ‘Feminismo pra quem?´”
Violência de gênero e feminicídio de mulheres Cis e Trans e onde buscar apoio em caso de violência contra a mulher? Com Lua Lamberti, Letícia Feltrin e mediação de Ana Clara Poltronieri – TRADUÇÃO SIMULTÂNEA EM LIBRAS
2 de fevereiro, quinta-feira, 20h, no Teatro Reviver Magó:
“Roda de conversa sobre ‘Feminismo negro e violência de gênero’”
Com Eloá Lamin e mediação de Isadora Yalodê – TRADUÇÃO SIMULTÂNEA EM LIBRAS
3 de fevereiro, sexta-feira, 20h, no Teatro Reviver Magó:
“Roda de conversa ‘Qual o papel do homem na luta?’”
Serão apresentadas maneiras de aproximar os homens e instruí-los no combate à violência de gênero. Com Guilherme Ferrari e Daniel Fauth – TRADUÇÃO SIMULTÂNEA EM LIBRAS
Ainda como parte dessa contrapartida social, veja a programação de sábado:
4 de fevereiro, sábado, das 9h às 12 h, no CAC – Centro de Ação Cultura Marcia Costa – OFICINA
Além das rodas de conversa, a primeira ação formativa do projeto convida Daniel Fauth um psicólogo renomado que trabalha com grupos para autores de violência em todo o Brasil para ministrar uma oficina com o tema: “A relação entre masculinidades e violência: desafios para construção de uma democracia”.
“Quando olhamos para as estatísticas de violência letal percebemos que há algo em comum no assassinato de homens, mulheres, pessoas negras, pessoas LGBTQIA+, povos indígenas e assim por diante: homens matam. Como a sociedade tem lidado com tal questão? Como estão sendo educados os meninos para que não apenas deixem de matar, mas se engajem na construção de um mundo sem violências? O que vem sendo elaborado nas Universidades e nas Políticas Públicas em relação a tal problema? A proposta desta oficina é, juntas e juntos, pensarmos nosso papel enquanto responsáveis pelo mundo que queremos ver a partir da relação entre masculinidades e violências. Não é necessário ter conhecimento teórico para participar, apenas disposição e abertura ao debate.”
A oficina será realizada no CAC – Centro de Ação Cultural Márcia Costa, localizado Av. XV de Novembro, 514 – Zona 01, Maringá – PR, 87013-230
Inscrições para a Oficina – clique aqui.
PROJETO “FERA” – O projeto prevê a criação de um espetáculo de autoficção em dança idealizado pela artista Ana Clara Poltronieri, três anos após perder sua irmã e dupla criativa, Maria Glória Poltronieri Borges, Magó, em um brutal caso de feminicídio, em 25 de janeiro de 2020.
Como o desejo das irmãs sempre foi o de levar informação e formação de qualidade para a comunidade maringaense, o projeto pretende, além da criação do espetáculo “FERA”, oferecer formações e rodas de conversa em volta do tema violência de gênero e feminicídio a serem realizadas no Teatro Reviver Magó (conforme a programação acima). O local se transformou em marco na cidade no combate ao feminicídio e à violência de gênero.
Nesse local existem duas obras de arte em que artistas locais homenageiam Magó, além do Teatro Reviver Magó, uma iniciativa do poder público que reconhece a importância da arte dos artistas na luta contra a violência.
