Prosdócimo, Musamar, Aeroanta, Pilekinho Bar…relembre locais que marcaram época em Maringá


Por Ivy Valsecchi, com Projeto Maringá Histórica
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O Pilekinho Bar reunia milhares de pessoas durante os vestibulares da Universidade Estadual de Maringá e marcou época na cidade. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Muitos lugares já não abrem mais as portas, mas continuam vivos na memória de muitos maringaenses. Se você viveu essas épocas, provavelmente irá se lembrar. Se não viveu, é possível que tenha ouvido histórias sobre esses lugares.

Portal GMC Online preparou uma lista locais de diversos segmentos que marcaram época na Cidade Canção. As informações estão documentadas no site do projeto Maringá Histórica. Confira abaixo:

Churrascaria Galeto Sulino

Churrascaria Galeto Sulino, fundada em 9 de janeiro de 1962. Foto: Acervo Maringá Histórica. .

Fundada em 9 de janeiro de 1962, a Churrascaria Galeto Sulino funcionou na avenida XV de Novembro, número 840 e foi um dos estabelecimentos que mais marcaram a memória dos maringaenses. Por mais de 40 anos, o casal Luiz Pedro Poltronieri e Olivia Poltronieri foi proprietário do local. Segundo depoimentos de Olivia, quando o casal chegou na cidade para fundar o restaurante, Maringá não tinha churrasqueiros com experiência e seu marido, Luiz, teve que trazer profissionais de Curitiba. 

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Fotos: Anúncio do Galeto Sulino – 1986 e Publicidade do Galeto Sulino – 1962.

Frigorífico Central

Sócios e prefeito em frente ao Frigorífico Central – 1979. Foto: Acervo/Maringá Histórica.

Localizado no final da avenida Itororó, o Frigorífico Central ganhou grande destaque entre as décadas de 1950 e 1980, sendo um dos mais importantes da região e um dos mais modernos do Brasil. No início de sua operação, a via onde ele estava instalado chegou a ficar conhecida como estrada “Boiadeira”, devido ao grande fluxo de animais que seguiam para o abate. A empresa foi fundada em 1954 com o nome de Frigorífico Luso-Brasileiro Central pelos portugueses Joaquim Duarte Moleirinho e Joaquim Gomes Caetano. Ocupava uma área com quase 20 alqueires ao lado do Bosque II. Um dos produtos de destaque era a mortadela central.

Anúncio do Frigorífico Central – Anos 1970. Foto: Acervo/Maringá Histórica.
Vista aérea do Frigorífico Central – Anos 1990. Foto: Acervo/Maringá Histórica.
Frigorífico Central – 1992. Foto: Acervo/Maringá Histórica.

Casas MM

Registro da Casas MM feito em fevereiro de 1976. Foto: Acervo Maringá Histórica.

O estabelecimento comercializava tecidos e confecções e ficava instalado na avenida Brasil (onde hoje está a Casas Bahia), entre a avenida São Paulo e a rua Piratininga. 

Churrascaria Guarany

Raríssimo registro da Churrascaria Guarany, provavelmente, na década de 1960. Foto: Acervo Maringá Histórica.

De propriedade de Cildio Castanho e sua esposa, dona Aurora, esse estabelecimento ficava na rua Néo Alves Martins, onde hoje está o Hotel Golden Ingá.  Embora fosse de madeira e bastante rústica, segundo relatos, a Churrascaria Guarany tinha uma bela decoração interior. Em 1965, Pelé esteve na churrascaria. Veja abaixo.

Raríssimo registro do jogador Pelé na Churrascaria Guarany, possivelmente, em maio de 1965. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Pelé, aparece de terno preto ao lado dos garçons que estão de terno branco e esteve na cidade junto de seu time, o Santos, para jogar contra o Grêmio Esportivo Maringá (GEM). O confronto ocorreu no dia 16 daquele mês, com o time paulista vencendo por 11 a 1. 

Hermes Macedo S.A.

Raríssimo registro da rua Santos Dumont esquina com a então rua General Câmara (atual Basílio Sautchuk), possivelmente, na segunda metade da década de 1960. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Uma das poucas imagens que registrou, pelo menos, parte da fachada da loja Hermes Macedo S.A., de comércio varejista, que ficava localizada na Rua Santos Dumont esquina com a Rua Basílio Sautchuk, ao lado da Prósdocimo. Ao julgar pelos cortes das árvores que ficavam na que ficou conhecida como Praça da Rodoviária, atual Napoleão Moreira da Silva, o registro foi feito no final da década de 1950.

Anúncio da Hermes Macedo S.A. veiculado na revista Isto é Maringá, de Manuel Silveira e Ivens Lagoano Pacheco, em maio de 1957. Foto: Acervo/Maringá Histórica.

Lojas Prosdócimo

Um raríssimo registro do belo edifício das Lojas Prosdócimo, localizado na Rua Santos Dumont esquina com a então Rua General Câmara (atual Basílio Sautchuk). No local, hoje funciona a sede da Associação Comercial e Empresarial de Maringá. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Um raríssimo registro do edifício das Lojas Prosdócimo, localizado na Rua Santos Dumont esquina com a então Rua General Câmara (atual Basílio Sautchuk). O local era considerado um dos estabelecimentos varejistas de maior referência da época. No local, hoje funciona a sede da Associação Comercial e Empresarial de Maringá.

As Lojas Prosdócimo formavam uma rede de eletromóveis que estava instalada em diversas cidades do Paraná. A empresa foi vendida para o grupo Arapuã, quando o setor passava por um período economicamente complicado. Esse foi o mesmo momento que outras redes acabaram fechando: Mappin, Mesbla, Disapel e Hermes Macedo.

Após a venda da empresa, um dos filhos de João Prosdócimo constituiu a Refripar, fabricante de eletrodomésticos, e adotou o nome da família para assinar a marca. Os produtos Prosdócimo, da chamada linha branca, passaram a ser sinônimo de qualidade.

Interior da Loja Prosdócimo – Década 1970. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Supermercado Musamar

Supermercado Musamar em junho de 1978.

Localizado na esquina das avenidas Colombo e Paraná, sua área foi originalmente prevista para ser ocupada por um hospital público. Como as obras não foram executadas, o espaço abandonado se transformou na favela Santa Maria Goretti. O Supermercados Cravinho foi construído nesse terreno quando houve a sua desocupação. Em 1974 o Musamar assumiu as operações desse ponto e, em 1995, a loja nº 1 do Hipermercados Condor foi inaugurada nessa área, seguindo até hoje em operação. 

Pilekinho Bar

O registro mostra a rua Lauro Eduardo Werneck tomada por jovens em 2004. Foto: Acervo/Maringá Histórica.

Na época, o local era ponto de encontro da juventude devido aos eventos promovidos por acadêmicos da Universidade Estadual de Maringá. Ainda, havia grande concentração de bares pela via, como o Don Juan e, sobretudo, o mais badalado da época, o Pilekinho. 

Por essa razão, os conflitos entre antigos moradores da Zona 7, os proprietários dos estabelecimentos e os acadêmicos eram constantes.

Para sanar o problema, em 2008 uma lei gerou muito polêmica no Município (Lei Municipal nº 11.092/2008). Com o aval do legislativo, o Poder Executivo determinou a proibição da venda de bebidas alcóolicas em um raio de 150 metros dos portões principais das instituições de ensino superior de Maringá. Depois da determinação, tornaram-se raros registros como o da foto. 

Car-Wash

Choperia Car-Wash na década de 1990.

Alguns locais públicos tendem a ficar popularmente conhecidos pelos estabelecimentos das proximidades. A praça Napoleão Moreira da Silva, por exemplo, é conhecida como praça das Pernambucanas. Outro exemplo é o da Praça Manoel Ribas, que em janeiro de 1986 ganhou um novo nome, quando ficou popularmente conhecida como “praça do Car-Wash”. Isso se deve a inauguração da choperia dos irmãos Jorge e Júlio Hilgermberg. O Car Wash Choperia nasceu com uma proposta inovadora para Maringá. Enquanto os proprietários esperavam seus veículos serem lavados, podiam desfrutar de um pequeno bar que havia no local. Com o tempo o lava rápido perdeu espaço para o bar, mas o nome permaneceu. 

Com o sucesso, o espaço foi remodelado, vindo a ser reinaugurado em 8 de novembro de 1989. A partir daquele momento, o Car-Wash passou a contar com instalações mais amplas, em estilo hexagonal. Com projeto de Claudinei Vecchi, a choperia foi apresentada com amplos janelões, que ofereciam melhor circulação de ar, guarda-sóis multicoloridos na parte externa, além de fachada com luminosos. Com shows de música ao vivo, o Car-Wash se tornou ponto de encontro da elite maringaense. Em 2017, depois de 30 anos de atividades, o estabelecimento fechou as portas. 

Reinauguração da Car Wash, em novembro de 1989. Foto: Acervo/Maringá Histórica.

Aeroanta

Maringá já esteve na rota dos grandes shows de rock, pop e MPB. Entre 1997 e 1998, a cidade teve algumas casas de espetáculos que funcionaram simultaneamente e foram responsáveis por esse movimento artístico. Entre elas, sem dúvidas, uma das que marcou a memória dos maringaenses foi o Aeroanta. Em 10 de julho de 1997, a banda Camisa de Vênus se apresentou no Aeroanta Maringá. O Maringá Histórica contou em um vlog a história do lugar. Clique aqui para assistir.

Ópera Bar

Foto: Acervo Maringá Histórica.

Esta é uma rara imagem do Ópera Bar. Possivelmente, o registro foi feito no início de 1996. Ao centro da imagem aparece Ana Lucia Neves, esposa do jornalista Marcelo Bulgarelli. 

Instalado em uma casa de madeira na avenida Cidade de Leiria, o estabelecimento deu espaço para o Tribo’s Bar a partir de maio daquele ano.

Peixinho’s Bar

Foto: Peixinho’s Bar em 1997. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Localizado na avenida Tiradentes, nº 1.427. o Peixinho’s Bar, Cervejaria e Petiscaria, foi o ponto de encontro de muitos maringaenses durante anos. O registro em destaque é de 1997.

Manhattan Disco Club

Manhattan Disco Club na década de 1980. Foto: Acervo Maringá Histórica.

O Manhattan Disco Club foi inaugurado no início dos anos 1980, sob o comando de Jorge e Valdir Rossi. Localizado na avenida Herval, ao lado do atual Hotel Deville Maringá, a casa noturna fazia referência a ilha de Manhattan, em Nova York, com sua decoração cosmopolita. Alguns de seus painéis foram executados pelo artista plástico Marcos Antonio Dias de Oliveira, o popularmente conhecido Mado. Aliás, Mado foi homenageado nesse local com a medalha de destaque do ano em artes plásticas, em dezembro de 1983.

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Fotos: Acervo Maringá Histórica.

Apoteose

Raro registro da fachada da Apoteose ao longo da década de 1990. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Inaugurada em março de 1991, a casa noturna funcionou na avenida Paraná, nº 577. O estabelecimento tinha capacidade para atender até 900 pessoas. Nele foram realizados diversos eventos e shows até a data de seu fechamento, que se deu no final de 1997.

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Fotos: Raros registros da casa noturna Apoteose, que foi inaugurada em março de 1991/Acervo Maringá Histórica.

Amérika Music Hall

Imagens da boate que ficou muito conhecida entre os jovens ao longo da segunda metade da década de 1990. Foto: Acervo/Maringá Histórica.


A Amérika Music Hall foi inaugurada em 1995, no prédio que havia sido ocupado pela Kalahari, em cima do Cine Teatro Plaza. O local foi ponto de encontro dos amantes da música eletrônica que estava em alta na época. 

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Fotos: Acervo/Maringá Histórica.

Balfar S/A – Indústria Brasileira de Móveis

Balfar S/A – Indústria Brasileira de Móveis, fundada em 1973. Foto: Acervo Maringá Histórica.

A Balfar S/A – Indústria Brasileira de Móveis foi fundada em 19 de janeiro de 1973. Localizada na avenida Colombo, n.º 1626, a empresa ocupava um terreno com 48.400 m², tendo 16 mil m² de áreas construídas. No início da década de 1980, a Balfar somava 200 funcionários e um faturamento mensal médio de Cr$ 200 milhões. Diversas instituições haviam sido mobiliadas com móveis fabricados pela Balfar naquela época: auditório da UEM, ACIM, Câmara dos Deputados de São Luiz-MA, Hotel Deville em Maringá, entre outros. 

Casas Karazawa

Interior das Casas Karazawa no início da década de 1970. Na época, o estabelecimento ainda estava localizado na Avenida Brasil, n.º 3.342, bem no centro de Maringá (espaço atualmente ocupado pela loja A Brasileira). Foto: Acervo Maringá Histórica.

A foto mostra o interior das Casas Karazawa no início da década de 1970. Na época, o estabelecimento ainda estava na Avenida Brasil, n.º 3.342, (espaço atualmente ocupado pela loja A Brasileira). Ao lado dos irmãos, Rubens Yokohama foi um de seus fundadores, o que lhe rendeu um novo sobrenome, Rubens “Karazawa”. Mais tarde, o estabelecimento foi transferido para a Avenida Herval quase esquina com a Avenida XV de Novembro. Rubens faleceu em um acidente de automóvel em 2012, na cidade de Apucarana, e foi sepultado em sua terra natal, Presidente Venceslau, interior de São Paulo.

Supermercado Catarinense

Localizado na avenida Brasil, quase ao lado da praça José Bonifácio, vemos o Supermercado Catarinense em novembro de 1990.  Foto: Acervo/Maringa Histórica.

A imagem mostra o Supermercado Catarinense em novembro de 1990. O estabelecimento ficava na avenida Brasil, quase ao lado da praça José Bonifácio. Aquele foi um período delicado para o grupo Catarinense S/A. Com sede em Maringá, a empresa havia entrado com pedido de concordada em 15 de novembro daquele mesmo ano. Devendo a bancos e fornecedores um montante de Cr$ 250 milhões, seus representantes justificaram a ação devido aos altos juros cobrados e a queda drástica nas vendas. 

A Comercial Catarinense teve início no ano de 1948, em Paiçandu, com uma casa de secos e molhados dirigida pelos irmãos Conrado Andrea e João Mommensohn. A vinda para Maringá ocorreu em 1956, quando foi aberto o comércio no varejo e no atacado na avenida Brasil, nº 4917, próximo à praça José Bonifácio. O estabelecimento, chamado Comercial Catarinense Ltda. funcionou como depositário dos produtos Brahma, secos e molhados, além da venda de ferragens em geral. O primeiro supermercado aberto pela Catarinense foi em Cascavel, no ano de 1971. Em Maringá, o Supermercado Catarinense foi inaugurado em 1976, no mesmo endereço da Comercial. Em 1995, o Grupo Catarinense vendeu suas lojas, que estavam instaladas em cidades do Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

Kalahari

Anúncio da emblemática boate e casas de shows Kalahari, veiculado em setembro de 1995. Então localizada na praça Raposo Tavares, acima do Cine Teatro Plaza, naquele ano o estabelecimento seria transferido para suas novas instalações, na avenida Cerro Azul. 

A emblemática casa noturna Kalahari foi fundada em 25 de novembro de 1983, com show do cantor Wando. As operações foram iniciadas ao lado da praça Raposo Tavares, mas a boate acabou sendo transferida para a avenida Cerro Azul em 1995, seguindo com as atividades até 2002, quando foi substituído pela “DOT”. No ano passado, o GMC contou com detalhes a história da Kalahari – clique aqui para relembrar.

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