Relembre 6 ‘personagens’ históricos do dia a dia de Maringá
Se você morou, mora ou conhece muito bem Maringá, com certeza vai se lembrar de um ou mais desses personagens históricos que marcaram o cotidiano da cidade. São pessoas que chamam atenção por onde passam e ficam eternizadas na memória da população.
Para relembrar esses nomes, o GMC Online fez uma lista de 6 “personagens” históricos de Maringá. Entre eles, alguns continuam em Maringá, outros mudaram de cidade e outros já faleceriam. Veja abaixo:
Galo Cego
Quem nunca ouviu falar do famoso Galo Cego de Maringá? Daniel Orivaldo da Silva, hoje com 38 anos, virou meme na internet há mais de dez anos após a divulgação de duas reportagens em que aparece ‘filosofando’. Na primeira, quando era flanelinha, ele foi entrevistado na delegacia após atingir um carro com uma pedra e ser preso. A segunda reportagem, feita dois anos depois, repercutiu ainda mais.
Muitas histórias sobre ele circularam na internet nos últimos anos, até mesmo a de que o Galo Cego de Maringá morreu. Tudo mentira. Atualmente, o Galo Cego de Maringá, que tem deficiência intelectual, mora com os pais em Marialva, em um conjunto popular. Em maio deste ano ele recebeu uma visita da reportagem do GMC Online. Ele falou sobre como está atualmente e sobre a pandemia da covid-19. Veja o vídeo:
João faminto
O João Marcos de Castro, de 32 anos, ficou conhecido como o “campeão do apetite” por causa do tamanho do seu prato do almoço no Restaurante Popular de Maringá. São dez conchas de arroz, mais quatro de feijão, carne, acompanhamento e salada, cerca de 3 quilos – e ainda uma sobremesa. Ele almoça no local durante a semana. Enquanto come, quem já o conhece passa perto para cumprimentá-lo. Já quem o vê pela primeira vez, fica impressionado e pede uma foto.
Em 2019, o GMC Online foi almoçar com ele no Restaurante Popular para conhecê-lo e entender como ele consegue comer tanto. Assista abaixo:
A garota do apito
Há cerca de dez anos, era comum encontrar em avenidas movimentadas de Maringá e em meio aos veículos, uma mulher caminhando apressadamente e apitando sem parar. Conhecida como “garota do apito”, ela se apresentava como Ivone, mas, na realidade chama-se Dulcelina.
A história contada pelos familiares é que Dulcelina ganhou o apito de um comerciante de Maringá. A orientação que teria recebido era que fizesse bastante barulho quando estivesse caminhando na rua, para que os motoristas a notassem e ela não fosse atropelada. Ela tem esquizofrenia, segundo a família. A doença está controlada com o uso de medicação.
Dulcelina, hoje com 43 anos, se mudou para o interior de São Paulo após os pais e irmã que moravam em Maringá morrerem. Atualmente ela não usa mais o apito. As restrições impostas pela pandemia também têm dificultado um pouco os passeios.
Jesus da moto
Jesus Benício Cardoso, de 55 anos, ficou famoso em Maringá por pilotar uma motocicleta que pesa 275 quilos, quando o normal seria ela pesar 93 quilos. O peso extra se deve a dezenas de penduricalhos. “Mas eles não atrapalham, não”, garante o dono do veículo “diferentão”. A motocicleta Harley-Davidson Motovi ano 1977 enfeitada garantiu a ele o apelido de “Negão da Moto”.
São mais de 60 objetivos pendurados no veículo. “Tem churrasqueira, chuveiro, umas 30 bonecas…”, descreve ele. E a motocicleta não é só para dar um “rolê” nos fins de semana. Jesus usa o veículo no dia a dia, seja para trabalhar ou ir ao mercado.
Veja o vídeo:
Motorista que usava chupeta
Ilário Valentin Laureano, motorista da empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), ficou famoso na década de 1990 porque usava chupeta.
Ele nasceu em fevereiro de 1932 na cidade de Varginha, em Minas Gerais, e veio para São Jorge do Ivaí no fim da década de 1940, junto dos pais e irmãos. Depois de se casar, em 1954, Ilário se mudou para Maringá e, posteriormente, foi morar em Sarandi.
Ele trabalhou como caminhoneiro por 40 anos, foi motorista na Expresso Maringá, na Viação Garcia e, por fim, na TCCC, onde trabalhou de 1988 a 1996, conduzindo a linha de prefixo 141, que fazia a rota Parque Avenida.
Ilário Valentin Laureano trouxe o hábito do uso da chupeta de sua infância, segundo informações do projeto Maringá Histórica. Aos três anos de idade sua mãe tentou tirar a chupeta, mas ele ficou doente. Posteriormente, aos 14 anos, ele tentou deixar o vício trocando a chupeta pelo cigarro, mas não funcionou. “Era tirar a chupeta para colocar o cigarro na boca e vice-versa”, relevou. Com isso, seu apelido se tornou “chupeta”.
Depois de idoso, Ilário Valentin conseguiu abandonar o vício. Hoje, aos 89 anos e muito lúcido, brinca que “trocou a chupeta pelos beijos de sua esposa”.
Dona Maria, a vendedora cega
Maria Aparecida Rosani, que nasceu cega, ganhou popularidade em Maringá vendendo guardanapos pela cidade. Carregando uma mala de rodinhas, a vendedora pegava o ônibus e contava com a ajuda de moradores para andar pelas ruas.
Moradora do Jardim Alvorada, Dona Maria morreu em fevereiro de 2018, aos 62 anos. Ela foi vítima de um infarto, enquanto dormia. Segundo a sobrinha dela, Kelly Fernanda Rosani, a tia não apresentava problemas de saúde, mas, acabou falecendo devido ao infarto.