Relembre 8 ‘personagens’ históricos do dia a dia de Maringá
Se você já viveu em Maringá, conhece a cidade ou já passou um bom tempo lá, provavelmente se lembra de alguns personagens históricos que marcaram o dia a dia local. Essas pessoas se destacam por onde passam e permanecem na memória dos moradores.
Para recordar esses nomes, o GMC Online elaborou uma lista com oito “personagens” históricos de Maringá. Alguns ainda vivem na cidade, outros se mudaram, e alguns já faleceram. Confira abaixo:
Dona Maria, a vendedora cega
Maria Aparecida Rosani, que nasceu cega, tornou-se uma figura conhecida em Maringá ao vender guardanapos pela cidade. Com uma mala de rodinhas, ela utilizava o transporte público e recebia a ajuda dos moradores para se locomover pelas ruas.
Residente do Jardim Alvorada, Dona Maria faleceu em fevereiro de 2018, aos 62 anos. Ela foi vítima de um infarto enquanto dormia. De acordo com sua sobrinha, Kelly Fernanda Rosani, na época ao GMC Online, Maria não tinha problemas de saúde conhecidos, mas infelizmente sucumbiu ao infarto.
A garota do apito
Os familiares contam que Dulcelina recebeu o apito de um comerciante de Maringá. A orientação era que fizesse bastante barulho enquanto caminhava pela rua, para que os motoristas a notassem e evitassem atropelá-la. De acordo com a família, Dulcelina tem esquizofrenia, que está controlada com medicação.
Dulcelina, mudou-se para o interior de São Paulo após os pais e irmã que moravam em Maringá morreram. Hoje em dia ela não usa mais o apito. Entretanto em conversa ao GMC Online, a irmã de Dulcelina, Gisele explicou que a personagem então icônica de Maringá ganhou o coração de muitos comerciantes de Hortolândia, cidade onde moram e que todos os dias Dulcelina passeia e toma café em algumas lojas da cidade.
João faminto
O rei do apetite, conhecido em Maringá como João faminto ficou conhecido na cidade devido ao tamanho impressionante de seu prato no Restaurante Popular de Maringá. Seu almoço consiste em dez conchas de arroz, quatro de feijão, carne, acompanhamento, salada, e ainda uma sobremesa, totalizando cerca de 3 quilos.
Ele almoça lá durante a semana e, enquanto come, é frequentemente cumprimentado por quem já o conhece. Aqueles que o veem pela primeira vez ficam impressionados e muitas vezes pedem para tirar uma foto.
O homem dos versículos coloridos
Outro personagem muito querido na Cidade Canção era o aposentado Divanir José Boscolo, conhecido por confeccionar e entregar papéis com versículos bíblicos.
Originalmente de Cambé, o homem relatava que sua inspiração e desejo de evangelizar surgiram após um grave acidente, que o deixou em coma por 30 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele estava trabalhando em um sobrado quando caiu de cabeça e foi diagnosticado com traumatismo craniano.
No entanto, Divanir morreu em 2022 devido ao agravamento de quadro após uma queda.
Jesus da moto
Jesus Benício Cardoso, tornou-se uma figura conhecida em Maringá por pilotar uma motocicleta que pesa 275 quilos, em vez dos 93 quilos normais. O peso extra é devido às dezenas de penduricalhos que ele adicionou.
“Mas eles não atrapalham, não”, garante o dono do veículo “diferentão”. Sua Harley-Davidson Motovi, ano 1977, enfeitada de maneira única, lhe rendeu o apelido de “Negão da Moto”.
Mais de 60 objetos estão pendurados na motocicleta, incluindo churrasqueira, chuveiro e cerca de 30 bonecas. E a moto não é usada apenas para passeios nos fins de semana; Jesus a utiliza diariamente, seja para trabalhar ou ir ao mercado.
Galo Cego
Quem nunca ouviu falar do famoso Galo Cego de Maringá? Daniel Orivaldo da Silva, se tornou um meme na internet há mais de dez anos após a divulgação de duas reportagens em que aparece ‘filosofando’.
Na primeira, quando era flanelinha, ele foi entrevistado na delegacia após ser preso por atingir um carro com uma pedra. A segunda reportagem, feita dois anos depois, ganhou ainda mais repercussão.
Em maio de 2021 ele recebeu uma visita da reportagem do GMC Online e falou sobre como está atualmente. Veja o vídeo:
O engraxate de Maringá
Uma figura carimbada nas ruas de Maringá é o engraxate Aguinaldo. Ao cruzar a movimentada Avenida Duque de Caxias, em Maringá, é possível encontrá-lo trabalhando como engraxate.
Desde os 7 anos, Aguinaldo sai de Iguatemi todos os dias para trabalhar nas ruas do centro maringaense. O Portal GMC Online foi ao encontro desse personagem. Além de oferecer seus serviços na Avenida Duque de Caxias, também é possível encontrá-lo no terminal, onde ele espera pacientemente até às 18h por alguém que se interesse pelo serviço dele. Aguinaldo cobra R$ 3 pelo trabalho. Ele não soube informar quantas pessoas atende por dia, mas garante que cada moeda contribui para o sustento de casa. E, como uma espécie de lema, ele já se tornou conhecido por sempre pedir uma ‘moedinha’.
Motorista que usava chupeta
Ilário Valentin Laureano, motorista da empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), ficou famoso na década de 1990 por ser conhecido por usar uma chupeta.
Ele nasceu em fevereiro de 1932 na cidade de Varginha, em Minas Gerais, e se mudou para São Jorge do Ivaí no final da década de 1940, junto com seus pais e irmãos. Após se casar em 1954, Ilário mudou-se para Maringá e mais tarde foi residir em Sarandi.
Ele trabalhou como caminhoneiro por 40 anos e também foi motorista na Expresso Maringá, na Viação Garcia e, por último, na TCCC. Na TCCC, trabalhou de 1988 a 1996, conduzindo a linha de prefixo 141, que fazia a rota Parque Avenida.
Ilário Valentin Laureano trouxe o hábito do uso da chupeta desde sua infância, conforme relatos do projeto Maringá Histórica. Aos três anos, sua mãe tentou retirar a chupeta, mas ele ficou doente. Aos 14 anos, tentou substituir a chupeta pelo cigarro, mas acabou alternando entre os dois hábitos. Isso fez com que seu apelido se tornasse “chupeta”.
Na idade avançada, Ilário Valentin finalmente conseguiu abandonar o vício.