Relembre a história da Estação Ferroviária de Maringá
Lembrada por muitos maringaenses que viveram na cidade entre a década de 1950 até o início dos anos 1990, a Estação Ferroviária de Maringá é considerada um importante fator de desenvolvimento econômico na história do município.
A inauguração da Estação aconteceu em 31 janeiro de 1954, contudo, o desejo por ter linhas de ferro que passassem no município é mais antigo. Sete anos antes, a Companhia de Terras Norte do Paraná realizou o projeto de transferência do centro comercial para a região que passou a ficar conhecida como Maringá Velho.
“A nova área foi contemplado com um moderno projeto urbanístico desenvolvido por Jorge de Macedo Vieira”, explica o historiador Miguel Fernando, do projeto Maringá Histórica.
Para que houvesse uma comoção para a nova área, conhecida como Maringá Novo, foi projetada a construção da estação ferroviária, que ajudaria no desenvolvimento econômico e que facilitaria o transporte de pessoas para a região. Até então, o ponto final da ferrovia era Apucarana, dificultanto a chegada na Cidada Canção.
Problemas na construção
Desde os anos 1940 era projetada pelo Departamento Nacional de Estradas de Ferro a construção de uma ferrovia que ligaria este último ponto no Paraná até o Paraguai. No entanto, diversos atrasos contribuíram para a chegada até Maringá. “Sem as locomotivas, o escoamento da produção e vinda de novos trabalhadores ficavam cada vez mais limitados. Os investidores buscavam alternativas à época como transporte aéreo e rodoviário”, explica o Maringá Histórica.
Um dos maiores problemas existentes foi na alocação de investimentos quase todo na abertura de picadas, ficando com poucos recursos para os trilhos. Assim, os espaços eram abertos mas com a demora o mato voltava a crescer e era em parte perdido. Em 1944, a companhia ferroviária que expandiu os trilhos pelo Paraná foi incorporada à União, fato que complicou ainda mais a chegada da ferrovia em Maringá.
“No início da década de 1950, a Prefeitura, a própria companhia, a recém-fundada Acim, clubes de serviços, entre outras representações da sociedade clamavam às autoridades públicas pelo início das operações da estação ferroviária. Sem essa estrutura de transbordo, as mercadorias tinham que ser levadas para a estação de Apucarana, de onde eram transportadas para o restante do País, em especial com destino ao porto de Santos”, conta o Maringá Histórica.
Inauguração
Assim, em 31 de janeiro de 1954, enfim o apito do trem soou em Maringá. Passageiros de Curitiba desembarcaram na cidade vindos pela Locomotiva 608. A chegada foi comemorada em um dia festivo e que, de acordo com o Maringá Histórica, mudou de vez a condição do jovem município. Foi um marco.
“Depoimentos apontam que mais de quatro mil pessoas presenciaram a chegada do trem. Aquele 31 de janeiro de 54, pelos registros fotográficos de Kenji Ueta, foi um dia chuvoso. A banda municipal Joubert de Carvalho abrlhantou o acontecimento. A empolgação de maringaense e moradores de cidades próximas, comprovada pela grande presença de público, é plenamente justificada, porque foi uma espera de anos”, conta Miguel Fernando no vídeo.
Apesar da bibliografia existente levar a crer a estação estava pronta, a obra estava inacabada. Foi a pressão das lideranças políticas e empresariais que fez com que o empreendimento pudesse acontecer.
Prosperidade
Com o pleno fucionamento da Estação Ferroviária, Maringá pode de vez deslanchar economicamente. Antes, tudo parava em Apucarana, agora o ponto final era por aqui. Diversas empresas então montaram filiais na cidade. As mercadorias vinham de Curitiba, São Paulo e outros locais e daqui saíam para outras partes do estado.
Depois da chegada a Maringá, somente em 1972 é que um novo trecho foi construído, conectado à cidade de Cianorte. A ferrovia, no fim das contas, nunca chegou ao Paraguai como pretendido.
Uma colônia com 50 casas foi construída nas próximidades da estação maringaense. O pequeno bairro, no coração da cidade, abrigou os ferroviários. “Além de arquiteturas similares que se diferenciavam muitas vezes pelo cargo do funcionário, havia campo de futebol e outros ambientes de uso comunitário. Era um espaço com muita vida e que os antigos moradores se lembram muito bem. Próximo dali ficavam grandes armazéns de apoio à estação, instalados às margens da Avenida Tamandaré”, relembra o projeto Maringá Histórica.
O prédio da estação e o pátio de manobras foram remodelados no fim da década de 1960 para atender à demanda que se tinha no uso dos trens.
Fim da estação
Em 1976, o transporte de passageiros foi reduzido e no início dos anos 1980 a operação parou de ser realizada. A administração do complexo foi feita pela Rede Viação São Paulo-Paraná de 1954 a 1975. Deste ano até 1991 foi feita pela Rede Ferroviária Federal SA.
Em 1991, houve a demolição da estação maringaense. O objetivo era a execução do Projeto Ágora, desenvolvido por Oscar Niemeyer nos anos 1980, mas que nunca saiu do papel. O local se transformou, então, no novo centro de Maringá.
O pátio de manobras causou por um período de tempo um problema de mobilidade urbana. Para chegar aos bairros da zona norte de Maringá, muitas pessoas pulavam os vagões para cruzar os trilhos. O problema teve uma resolução em 1966, com a construção do Viaduto do Café, na Avenida São Paulo. Ele funcionou na cidade por 30 anos.
Confira o vídeo do Maringá Histórica com toda a história da Estação Ferroviária de Maringá:
As informações são do Maringá Histórica.
