10 de maio de 2025

A curiosa história do maringaense que nasceu, trabalhou e morreu dentro de um avião


Por Redação GMC Online Publicado 04/03/2025 às 07h56
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Foto: Reprodução/GMC Online

A vida tem suas ironias fascinantes, e poucas histórias ilustram isso tão bem quanto a de Miguel Vaspeano Lepeco. Ele veio ao mundo a bordo de um avião, sobrevoando os céus de Maringá, em 1957, e recebeu esse nome devido ao fato inusitado de ter vindo ao mundo a bordo de um voo da Vasp. Décadas depois, teve sua despedida trágica também no ar.

Durante uma viagem aérea, a mãe de Miguel começou a sentir as dores do parto. Enquanto o avião sobrevoava a cidade de Maringá, o bebê nasceu, com o apoio dos passageiros e tripulação. A intenção inicial era realizar o parto em um hospital de Curitiba, mas o tempo não foi suficiente.

O comandante da aeronave foi convidado a ser padrinho de Miguel e sugeriu que o nome do bebê fosse “Vaspeano”, uma homenagem à VASP (Viação Aérea São Paulo). Desde cedo, Miguel nutriu o sonho de se tornar piloto, algo que sua filha, Andréa Lepeco, recordava com carinho.

Segundo Andréa, em uma entrevista ao GMC Online, em 2020, as histórias de seu pai giravam sempre em torno dos voos que realizava, das situações inusitadas no ar e das soluções rápidas que ele encontrava para contornar qualquer imprevisto.

“As histórias dele eram sempre sobre os voos que ele fazia, as coisas que aconteciam no ar, os problemas e as soluções rápidas que ele encontrava”, disse em entrevista.

A carreira de piloto de Miguel Vaspeano Lepeco

Vaspeano seguiu sua carreira como piloto, mas de forma bastante singular. Trabalhou por muitos anos como piloto de garimpo, pois valorizava a liberdade de voar de forma independente, longe da aviação comercial tradicional.

Essa carreira o levou a diversas cidades do Brasil, como São Paulo, Curitiba e Manaus, onde a família teve que se adaptar constantemente ao novo ritmo de vida.

“Muitas vezes ele levava a gente para dar uma volta de avião, sempre que o patrão autorizava”, lembrou a filha.

Antes do trágico fim, Vaspeano enfrentou diversas situações de emergência no ar, mas nunca havia se envolvido em um acidente grave. No entanto, em 13 de maio de 2010, aos 52 anos, ele estava pilotando um bimotor Sêneca, de uma empresa de táxi aéreo, quando a aeronave caiu em Manaus. Todos os seis ocupantes da aeronave faleceram.

De acordo com Andréa, o voo estava fretado para transportar funcionários da Secretaria de Educação de Manaus. Miguel relatou uma falha elétrica à torre de controle e informou que tentaria retornar para pouso, mas, ao tentar voltar, o terreno acidentado impossibilitou a manobra e a aeronave caiu perto de um colégio e de algumas casas. A investigação concluiu que o acidente foi causado por um problema de sobrepeso e falhas em peças do avião.

“Aprendi que aviação não é apenas um sonho, é um talento natural, e meu pai tinha esse dom”, finalizou Andréa, relembrando a história do maringaense que nasceu, viveu e partiu voando.

Entre esses dois momentos, construiu uma trajetória marcada pela paixão pela aviação, voando por diversos cantos do Brasil e colecionando histórias que sempre retornavam ao mesmo ponto: o céu.

História singular contada em uma música

A história singular e curiosa do maringaense Miguel Vaspeano Lepeco foi destaque novamente depois que foi contada em um canal do Youtube com mais de dois milhões de inscritos.

No vídeo, que já teve quase 230 mil visualizações, o apresentador relembrou detalhes da vida do maringaense que nasceu, viveu e morreu dentro de um avião. Veja abaixo.

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