06 de junho de 2025

Relembre algumas invenções com o ‘DNA’ de Maringá


Por Publicado 09/05/2021 às 11h32 Atualizado 01/02/2023 às 16h27
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Da Cidade Canção para o mundo. Algumas invenções com o ‘DNA’ de Maringá podem ser encontradas em diversas partes do Brasil e até em outros países. Para celebrar o aniversário de 74 anos de Maringá, o GMC Online preparou uma lista de invenções que foram desenvolvidas em solo maringaense – veja abaixo.

Semáforo ciclo visual

Você sabia que foi um maringaense que inventou o semáforo ciclo visual? Trata-se do semáforo que ‘avisa’ quando vai abrir ou fechar. Ao ‘informar’ o tempo de espera aos motoristas, o equipamento diminui a ansiedade dos motoristas e aumenta a segurança para os pedestres. O criador da invenção foi Divino Bortolotto.

Pérsio Bortolotto, filho de Divino, relata que a ideia surgiu no início da década de 1970, quando os semáforos comuns começaram a ser instalados em Maringá. “Ele ia para o trabalho, passava por semáforos nas avenidas Herval e Paraná e começou a sentir falta de saber quando o sinal alteraria para prever o que faria em seguida”, conta.

Segundo Pérsio, seu pai realizou os primeiros experimentos com o semáforo ciclo visual em 1973. Um protótipo em tamanho real foi construído por Divino em 1975 e colocado na esquina da antiga rodoviária de Maringá. O protocolo da invenção foi registrado no Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e somente em 1996 o semáforo foi homologado. Divino Bortolotto faleceu um ano depois. 

Atualmente, o semáforo ciclo visual está instalado em diversas cidades espalhadas por todo o Brasil.

O semáforo ciclo visual está na lista de invenções com ‘DNA’ de Maringá. Foto: GMC Online

Academia da Terceira Idade (ATI)

Você sabia que Maringá foi a primeira cidade do Brasil a implantar a Academia da Terceira Idade (ATI)? A primeira unidade, instalada no Conjunto Parigot de Souza, foi inaugurada em abril de 2006 pelo então ministro do Esporte Orlando Silva. A ideia foi inspirada em um modelo adotado em Pequim, na China.

Como não existia nada parecido no Brasil, a Prefeitura de Maringá não podia abrir uma licitação para adquirir as ATIs. Por isso, foi uma cooperativa médica que bancou o projeto e doou ao município.

A tarefa de fabricar a primeira ATI foi confiada ao metalúrgico Paulo Ziober Junior, que na verdade era dono de um pesqueiro e fazia bicos numa metalúrgica de fundo de quintal. Novas unidades foram sendo construídas e em pouco tempo caíram no gosto popular.

A metalúrgica se tornou a principal renda da família Ziober depois de uma enchente que destruiu o pesqueiro e hoje fabrica equipamentos de ATIs para todo o Brasil e até para outros países. “Mercusol todo e, agora, nós estamos atingindo a Europa. Chegamos até a África, em Camarões, já exportamos para lá e a gente tem outras negociações também”, conta Ziober. Neste ano, a primeira ATI completou 15 anos.

ATI está no ‘DNA’ de Maringá. Foto: Ziober Brasil/Arquivo

Observatório Social de Maringá

Lançado em 2006, o Observatório Social de Maringá (OSM) surgiu com a missão de fiscalizar o uso do dinheiro dos contribuintes. É a sociedade de olho na gestão pública, acompanhando os gastos, apontando falhas em licitações, propondo mudanças, denunciando irregularidades. A atual presidente da entidade é a advogada Cristiane Tomiazzi, que foi empossada no cargo no ano passado e segue até 2022. Ela trabalhava como voluntária no OSM desde 2012.

O Observatório é composto por um grupo de profissionais de diversas áreas, como advogados, juízes, contabilistas, economistas, funcionários públicos federais e estaduais, empresários, estudantes, aposentados e outros, sendo todos voluntários. A entidade se tornou uma referência, com modelos replicados em várias cidades brasileiras e até em outros países.

Cachorrão

Comidas também estão lista de invenções com ‘DNA’ de Maringá, como o famoso “cachorrão”, ou cachorro-quente prensado, como também é conhecido. A ‘moda’ começou em um carrinho de lanches chamado Chefão Lanches, na esquina das avenidas Brasil e São Paulo, na década de 1980. No fim da mesma década, o carrinho Au Au Lanches, localizado na esquina das avenidas São Paulo e Brasil, abraçou a ideia e também começou a fazer o prensado.

Houve, inclusive, uma lei para transformar o lanche em patrimônio gastronômico da cidade, oficializando o que já é consenso entre os moradores. Normalmente, o famoso cachorrão é acompanhado por diversos molhos, como a famosa maionese verde.

Em entrevista ao GMC Online em 2019, Romildo Bossoni, proprietário da Bossoni Alimentos – fornecedora de várias lanchonetes da cidade – conta que até 1995 os cachorrões eram feitos com um pão menor e não eram prensados, e que foi criado um pão um pouco maior para dar uma ‘revigorada’ no lanche.

Cachorrão de Maringá. Foto: Divulgação

Pastel mini-ovo

O pastel mini-ovo, com recheio de carne moída, queijo mussarela e metade de um ovo, também é uma invenção maringaense, e é preferido dos moradores que passam pela Feira do Produtor. O pastel e o seu “nome de batismo” foram criados em Maringá pelo casal Luisa e Roberto Toshinobu Koyama – foi Roberto quem montou a primeira barraca de pastel em uma feira livre da cidade, em 1968. Antes, o pastel só era vendido na rua, em cestas de vime.

“Na época só havia pastel de carne e de queijo. Só que meu pai notou que ia numa sorveteria, por exemplo, e havia vários sabores disponíveis. Então ele e a esposa resolveram criar novos sabores de pastel. Foi daí que surgiu o ‘mini ovo’’”, disse a filha do casal, Cristiane Koyama, em entrevista ao GMC Online em 2019.

O pastel mini-ovo é difícil de encontrar em feiras de outras cidades. Em São Paulo, por exemplo, a maioria das feiras vende o pastel só com a carne. O ovo geralmente é ingrediente dos pastéis ‘especiais’, que misturam carne, frango, queijo e tudo que tem direito.

Relembre algumas invenções com o 'DNA' de Maringá
Pastel mini-ovo foi criado em Maringá. Foto: Divulgação

Enrolado

O casal Luisa e Roberto Toshinobu Koyama também foi responsável por criar o famoso pastel enrolado de carne, na década de 1970. A inspiração veio de um outro alimento: a linguiça. “Eles queriam criar pastéis com sabores diferentes e se inspiraram no sabor e formato característicos da linguiça”, relatou a filha Cristiane. 

Após pesquisar e testar receitas, o casal decidiu utilizar carne bovina para rechear o pastel em formato “compridinho”. Segundo Cristiare, a carne é temperada com alho, colocada ainda crua no salgado e frita junto com o pastel.

E o sucesso do enrolado é tão grande, que tem gente que já veio de longe só para buscá-lo. “Uma vez, uma grávida do Mato Grosso, que já havia comido o salgado em Maringá, mandou um e-mail encomendando 30 ‘enrolados’ e veio até aqui buscá-los”, conta Cristiane Koyama.

Relembre algumas invenções com o 'DNA' de Maringá
Enrolado de carne. Foto: Divulgação

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