15 de julho de 2025

Relembre algumas tragédias que abalaram Maringá


Por Redação GMC Online, com informações do Maringá Histórica Publicado 04/07/2021 às 13h30 Atualizado 20/10/2022 às 10h56
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Ao longo dos seus 74 anos de história, Maringá já presenciou algumas tragédias que abalaram a cidade e ficaram na memória dos moradores, como acidentes aéreos, assassinatos e outros. Em live realizada no último dia 1º, o projeto Maringá Histórica relembrou alguns desses acontecimentos dramáticos.

Participaram da live o pesquisador Miguel Fernando, o sociólogo Joel Cavalcante, o jornalista Marcelo Bulgarelli e o cientista político Tiago Valenciano – assista abaixo.

O GMC Online selecionou cinco das tragédias comentadas durante a transmissão. Veja abaixo.

1ª tragédia aérea de Maringá

A primeira tragédia aérea de Maringá ocorreu na Praça Raposo Tavares, em 11 maio de 1957, durante as festividades em comemoração ao 10º aniversário da cidade. Duas pessoas morreram, segundo o projeto Maringá Histórica. Os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) foram convidados para fazer um show durante as festividades, que duraram três dias.

As acrobacias aéreas foram realizadas por aviões T6 enviados pela escola aeronáutica da FAB, o embrião do que hoje é a Esquadrilha da Fumaça. Cerca de quatro mil pessoas assistiam a apresentação.

Depois de um rasante no centro da Praça Raposo Tavares, o avião de prefixo T-6-D-1634 se chocou contra o mastro de uma bandeira instalada no local. A asa do avião foi arrancada. Mesmo com a aeronave desgovernada, o piloto conseguiu desviar das milhares de pessoas que estavam ali e foi cair perto da antiga estação rodoviária, deixando todos em pânico. Os dois ocupantes, 1º Tenente Dagoberto Seixas dos Anjos e o 2º Tenente Afonso Ribeiro Melo, morreram na hora.

Foto: Acervo Maringá Histórica

Acidente aéreo na Feira de Aviação

Em 24 de setembro de 2016, Luiz Carlos Basson Dell’Aglio morreu após o avião que pilotava cair durante manobra em um show de acrobacia, na 19ª Feira Internacional de Aviação. A aeronave “caiu de bico” e entrou no solo.

A feira era realizada no Parque Industrial Bandeirantes, próximo ao aeroporto de Maringá. Luiz Carlos tinha 67 anos e era de Ponta Grossa (312 km de Maringá).

Família morre afogada no “Buracão”

Outra tragédia ocorreu no dia 3 de fevereiro de 1991, na Vila Morangueira. Por volta das 22h30, um Chevette perdeu o controle, atravessou o alambrado externo do Parque Alfredo Werner Nyffeler – popularmente conhecido como “Buracão” -, derrubou a cerca e caiu no lago. O carro era ocupado por quatro pessoas da mesma família: José Benedito Marques de Oliveira, 31 anos, que estava dirigindo; sua mulher, Vilma Marques de Oliveira, 24 anos; e os filhos do casal, Edivânia, 6 anos, e Edilson, 4 anos.

Embora o resgate tenha levado apenas 10 minutos, todos os ocupantes do veículo morreram afogados. O único registro feito foi dos servidores da Prefeitura de Maringá consertando a cerca externa do parque dias após a tragédia.

Foto: Acervo Maringá Histórica

Caso Clodimar

Clodimar Pedrosa Lô, um garoto nordestino, foi torturado e espancado até a morte pela polícia em 23 de novembro de 1967, em Maringá. Ele trabalhava no extinto Palace Hotel, quando foi acusado injustamente de furto. Na época, Clodimar foi preso e, depois, assassinado por vários policiais. 

Em 1970, o pai de Clodimar, Sebastião, veio do Ceará para se vingar. Enfurecido com a crueldade que fizeram com seu filho, o homem matou o gerente do hotel, Atílio Farris, a queima-roupa, no centro de Maringá, na Avenida Brasil. O pai de Lô se entregou à polícia e foi levado três vezes a júri popular, mas foi absolvido em todos. 

O crime gerou muita comoção na cidade. O túmulo de Clodimar, no Cemitérios Municipal de Maringá, é o mais visitado até os dias de hoje.

A história foi registrada no livro “Sala dos Suplícios – O Dossiê do Caso Clodimar Pedrosa Lô”, do pesquisador Miguel Fernando, idealizador do projeto Maringá Histórica.

Caso Barão

No início dos anos 1980, dois assassinatos na mesma família, que ocorreram em um intervalo de pouco mais de um ano, chocaram Maringá. A tragédia ficou conhecida como “Caso Barão”. José Barão Netto (Zezé) foi assassinado aos 34 anos, dentro do escritório da Fábrica de Biscoitos Barão, no dia 5 de março de 1981. Ele foi atingido por cinco tiros. Sem levar nada, dois homens que atiraram contra a vítima fugiram do local em uma Belina azul metálica sem placas. Odete Barão Duarte foi testemunha do crime contra o irmão. Junto do marido, Airton Xenofonte Duarte, Odete seguiu para delegacia para descobrir o paradeiro e o motivo do crime.

Pouco mais de um ano depois, outro crime surpreendeu a família. Odete foi encontrada morta no dia 20 de novembro de 1982, dentro de uma Caravan. O veículo foi localizado acidentado na Avenida Juscelino Kubistchek, próximo ao Bosque II.

Foto: Acervo Maringá Histórica

Houve grande mobilização para elucidar o caso que parecia ter conexão com o assassinato de Zezé. Pouco tempo depois, Airton Xenofonte Duarte, marido de Odete, revelou que ele havia arquitetado o crime. “Empresário confessou ter contratado pistoleiros para matar cunhado e esposa”, foi o título da reportagem publicada pela edição do O Diário do Norte do Paraná, de 24 de novembro de 1982.

Airton Xenofonte declarou que o dinheiro e o poder o motivaram a cometer os crimes contra os familiares. Depois de julgado e condenado, ele ficou preso por alguns anos. Em liberdade e vivendo na região de Curitiba, Airton foi encontrado assassinado, em 1995, devido a um desentendimento comercial.

Veja a live do Maringá Histórica:

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