Reynaldo Costa, o artista que criou o brasão e a bandeira de Maringá

O trabalho realizado em vida rendeu grande reconhecimento a Reynaldo Costa, o designer gráfico e artista plástico que desenvolveu, entre as obras mais conhecidas, o brasão e a bandeira de Maringá.
Nascido em São Sebastião do Paraíso (MG), em 1951, Costa morreu em junho de 2018, mas deixou eternizado na memória de quem conviveu com ele a doçura e a força de vontade com que levava a vida.
“Pai presente, o ombro realmente amigo. Justo nas decisões. Sempre com uma palavra de conforto para nos dizer nas horas de desespero. A sobrancelha marcante passava um ar de homem bravo, muito sério, mas na verdade tinha um coração grandioso. Não media esforços para nos dar o melhor. Seja na educação, conforto ou amor! Sinto saudades”, diz a filha mais nova de Costa, a engenheira civil Beatriz Bianchi Costa, de 44 anos.
O talento do artista plástico começou a ganhar Maringá quando, em 1960, ele venceu um concurso para criar o brasão e a bandeira da cidade. O trabalho minucioso não ficou apenas por aqui. A criatividade o levou a desenvolver, ainda, logotipos para empresas e instituições importantes, como a Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Por anos, inclusive, foi incubido a ele elaborar, manualmente, as honrarias que eram propostas e entregues pela Câmara de Vereadores.
O lado profissional de Costa também foi destaque dentro de uma das mais importantes cooperativas de Maringá, a Cocamar. Mesmo após aposentado, o já idoso designer mantinha a rotina de trabalho dentro da empresa cuidando e organizando o acervo histórico do local. Costa, conforme a própria cooperativa, foi um dos colaboradores com mais tempo de casa que a Cocamar já teve.
Fora do âmbito profissional, o artista plástico também foi referência.
Casou-se com Laura, com quem teve três filhas e manteve um relacionamento por mais de 50 anos. Para a primogênita do casal, Lúcia Bianchi Costa de Paiva, de 53 anos, funcionária pública estadual, o pai era um homem forte, com tantas qualidades que se torna quase impossível descrevê-lo de forma rasa. Apesar das dificuldades que a família enfrentou, segundo ela, ele se manteve firme e guiou a todos pelo caminho da coragem.
“Ele era de uma grandiosidade marcante. Deixou e ensinou muita coisa boa. Orientou a mim e a minhas irmãs para a vida. Nos fez mulheres fortes, determinadas. Sempre nos ensinou a jamais fraquejar”, comenta Lúcia.
“[Ele era] o pai de todos. Das filhas, dos sobrinhos, dos irmãos e irmãs. Fazia a diferença na vida das pessoas que o cercavam”, acrescenta a filha mais nova, Beatriz.
É comum aparecem, entre as lembranças da família, imagens de Costa envolvido com o trabalho. A profissão escolhida refletiu nos ensinamentos que deixou para as filhas e, até hoje, o exemplo vindo dentro de casa guia as três nas escolhas necessárias.
“Reynaldo Costa foi e é toda a base que tenho sobre família, respeito, companheirismo, buscar sonhos, e realizá-los. Hoje sou reflexo de todas as orientações e exemplos que esse homem, pai, amigo, pode fornecer, e com muito orgulho transmitimos, meu esposo e eu, aos nossos filhos, que irão repassar aos seus”, afirma Lara Sylvia Bianchi Costa Serrou Camy, de 51 anos, a terceira filha de Costa.

No ano passado, a história de Costa criou laços ainda mais concretos com a história de Maringá. Em novembro, o artista plástico foi homenageado na Câmara dos Vereadores, e um projeto do vereador Sidney Telles determinou que a rotatória de acesso ao Complexo Industrial da Cocamar passasse a ter o nome de Reynaldo Costa. A proposta foi aprovada por unanimidade.
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