Saiba como observar a Lua do veado em Maringá e região
Conhecida como “Lua do veado”, a Lua cheia do mês de julho proporcionará um espetáculo celeste nesta quinta-feira, 10, das 18h até às 6h de sexta-feira, 11. Este fenômeno ocorre quando a Lua se posiciona de maneira oposta ao Sol, expondo uma nova face, em que aparece totalmente iluminada. Leia a matéria e saiba como observá-la em Maringá e região.
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A Lua cheia fica visível no céu durante toda a noite, apresentando uma iluminação intensa e sem sombras a partir da reflexão da luz solar. Portanto, será possível observar nitidamente a Lua do veado em Maringá e região, em qualquer horário de aparição.

O professor de matemática e astrônomo amador Maico Zorzan sugere, no entanto, que a observação seja feita ao nascer e ao pôr da Lua, pois são períodos em que o fenômeno fica ainda mais bonito.
“Ao nascer e ao se pôr, temos uma ilusão de que a Lua está maior, porque temos um diferencial da paisagem. Então se torna mais bonita para ver e fotografar”, explica Zorzan.
Por conta do posicionamento do Sol mais ao norte nesta época do ano, a Lua cheia parecerá maior e mais baixa, dando a impressão de estar mais perto da Terra, graças ao efeito chamado de “Grande Parada Lunar”. Ocorre a cada 18 anos, quando a gravidade do Sol arrasta a órbita da Lua para sua inclinação mais extrema em referência ao equador celeste da Terra.
Para uma visão privilegiada da Lua nesta quinta, basta ter acesso ao céu, pois a visualização do satélite natural não é interferida pela iluminação urbana. Porém, quanto mais a leste, melhor será o posicionamento para ver a Lua.
Mesmo sem necessidade, Zorzan indica que o uso de equipamentos ópticos pode melhorar a experiência de visualização da Lua do veado.
“Apesar da Lua ser bem visível a olho nu, se tiver um binóculo de lentes claras, ou um telescópio, por menor que seja, vai poder ver mais detalhes da Lua. Apesar de que para se enxergar as crateras, a Lua cheia não é a melhor, porque não temos sombras nas crateras. Mas dá para ver muitos detalhes, mesmo assim.”
Outro aspecto da Lua cheia pode ser a alteração de sua coloração. Por conta da perspectiva de observação na Terra da reflexão da luz solar, a Lua pode ficar alaranjada.
“O que deixa a Lua alaranjada, é a refração da luz na atmosfera. Por isso, vemos ela mais alaranjada no horizonte. E como não chove há dias, temos boas chances de ver a coloração ao nascer e ao pôr da Lua”, esclareceu Zorzan.
Mas por que a Lua recebe nome de “do veado”?
O apelido informal vem de tradições estadunidenses, que dão um nome para cada fase da Lua cheia. A Lua do veado recebe este nome por ter relação com o mês de julho. Nos Estados Unidos, este período marca a época em que os veados e cervos começam a desenvolver seus chifres, entrando na fase adulta.
“Em algumas comunidades, eles têm o costume de nomear cada Lua cheia com algo que seja significativo nesta época para eles. Não tem nada a ver com outras partes do mundo, principalmente para nós do Hemisfério Sul. Para os astrônomos, não há apelidos, eu diria apenas a ‘Lua cheia de julho’”, explica o professor de física e astronomia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Eduardo Brito.
O presidente do Clube de Astronomia de Brasília, Adriano Leonês, destaca que a tradição norte-americana apelida a Lua cheia de maio de “Lua das flores”, devido ao florescimento nessa época do ano de rosas e cerejeiras (sakuras). Já em junho, o astro recebe o nome de “Lua do morango”, por conta da época de colheita dos morangos naquele país.
“A cada época do ano eles [estadunidenses] dão um nome de acordo com algo que aconteça com a natureza”. Leonês ressalta, porém, que a Lua do veado não apresenta qualquer peculiaridade. “A Lua cheia de julho em nada difere das outras Luas cheias ao longo do ano, exceto fenômenos como eclipses ou a Super Lua, o que não é o caso”, afirmou.
De acordo com a revista Space, nos EUA, a Lua também pode ser chamada de “Lua do trovão”, em referência às tempestades sazonais de verão que costumam atingir partes do país em julho. Na Europa, a Lua cheia de julho é chamada de “Lua do Feno”, porque coincide com a época da produção da planta.
Com informações do Metrópoles, parceiro do GMC Online.