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14 de agosto de 2024

Sarah Bueno contará sua surpreendente história de vida no evento ‘A arte de ser resiliente’, em Maringá


Por Felippe Gabriel Publicado 13/08/2024 às 17h27
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A palestra ‘A arte de ser resiliente’ será realizada no próximo dia 22, às 20h, no Teatro Marista. A palestrante é a modelo Sarah Bueno, que aos 21 anos, ficou paraplégica após ser baleada num assalto a ônibus.

Em entrevista à CBN Maringá, Sarah conta como a experiência traumática ressignificou sua vida e como, a partir disso, buscou uma rede de apoio para retomar a rotina com alegria e independência. Por meio de sua história, a palestrante quer transmitir o aprendizado e tentar mudar a vida de outras pessoas.

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Foto: Eduardo Domingos/CBN Maringá

Modelo desde os 14 anos, Sarah viajava a trabalho em Brasília-DF quando o ônibus em que estava foi assaltado. Em uma troca de tiros, ela acabou sendo baleada e perdeu a capacidade de andar. Após dois meses e meio internada em um hospital, os médios não acreditavam que a modelo se recuperaria.

— “Aos olhos dos médicos era impossível eu estar viva. Falaram para a minha mãe ‘se ela sair dessa é por um milagre e se ela sair, vai sair cheia de sequelas’. E não teve tudo isso que eles falaram, sabe? Eu realmente acabei ficando na cadeira de rodas, mas eu tinha uma tranquilidade muito grande no meu coração, porque desde quando a bala me atingiu, eu senti uma paz que eu tenho certeza que veio do céu. E essa paz é que vem comigo até hoje, que faz eu enfrentar tudo na minha vida”, contou Sarah.

— “Nessa época eu já morava sozinha, já tinha uma autonomia, não dependia mais dos meus pais. Quando eu me vi numa situação em cima de uma cadeira de rodas, totalmente dependente de todo mundo, eu tive uma virada de chave interna, sabe? Falei ‘não, eu não posso desistir, isso aqui não vai ser algo que vai me deixar numa cama, não vai me deixar depressiva’. Então, nesse ‘start’, eu decidi me renovar. Nessa palestra eu quero poder ajudar muitas pessoas a resignificar a vida delas. Eu tenho certeza que se eu consegui, muitas pessoas vão conseguir“.

Em recuperação, Sarah passou um ano e meio morando com sua mãe, tempo suficiente para a modelo se reerguer e recuperar sua independência. Juntamente com as sessões clínicas, ela começou a fazer crossfit e academia, além de tirar a carteira de habilitação para motorista, em um processo de autocuidado. Hoje, já mora sozinha novamente, está no último ano do curso de Biomedicina e trabalha como modelo PCD (pessoa com deficiência) e dando palestras no Brasil inteiro.

Sarah explicou que precisou de terapia para superar o trauma, buscou especialistas para entender seu corpo dificiente e começou a praticar esportes para melhorar sua qualidade de vida. Para ela, tudo isso foi possível graças ao apoio das pessoas ao seu redor, mas também por sua determinação.

— “Foi um processo. Tudo aquilo que você encara de frente, você consegue criar um bloqueio para que ele não te traga a dor. Então eu falo que na nossa vida, enquanto a gente vive só, pensando somente em nós, sem achar que outras pessoas não podem ajudar, é impossível você conseguir caminhar sozinho. Agora, quando você está num círculo de pessoas corretas, a chance de você estagnar é zero, você sempre vai evoluir“.

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Foto: Luci Lemes

A modelo também conta que em nenhum momento passou por descrença na sua capacidade de mudança e que sua palestra vai tentar demonstrar a perseverança em sua trajetória.

— “As pessoas têm mania de achar que o que é relevante mesmo se encontra no material, e na verdade não é. É na compaixão, no amor ao próximo, nas pessoas que te estendem a mão, que todo dia você vai encontrar um pedacinho de amor. E é com esse pedacinho de amor que você vai moldando o seu coração, entendendo que a vida é muito melhor. Às vezes as pessoas olham para mim e falam que meu maior problema é a cadeira de rodas, e meu maior problema não é a cadeira de rodas. Eu falo que hoje é mais difícil lidar com as pessoas do que lidar com a lesão. Eu quero mostrar para as pessoas que não importa os problemas que elas tenham, é possível suprerá-los.”

“Eu falo que você tem duas opções quando acontece algo ruim com você: ou é você ficar deitado na cama esperando a vida passar, ou é você fazer a vida acontecer de verdade. E eu escolhi fazer ela acontecer”.

Para evoluir, Sarah Bueno buscou o apoio de diversos profissionais especializados, que estarão na palestra para contar como cada um contribuiu no processo de reabilitação da modelo. “Antes da lesão eu sentia um vazio muito grande dentro do meu coração, e depois que eu me tornei cadeirante eu consegui ver a vida de outra forma”, contou.

Como cadeirante, a modelo também relatou que teve dificuldades em encontrar trabalho, mas que contornou as dificuldades com muita batalha.

— “A gente tem que estar batendo em cima, foi muito difícil mesmo, acho que foi uns 60 currículos mais ou menos, que eu mandei e ninguém chamou. Mas eu sou o tipo de pessoa que para mim não existe uma dificuldade, se está ali eu vou conseguir fazer, e eu vou batalhar até conseguir”.

Além das oportunidades de trabalho para PCDs, Sarah também reforça a atenção necessária para a acessibilidade nos locais públicos. Segundo ela, o acesso restrito às pessoas com deficiência contribui para estas pessoas se fechem em relação à sociedade e se tornem ainda mais excluídas e sem liberdade.

— “Eu vi muita dificuldade na questão de adaptação com ruas e lugares. Às vezes você quer ir num restaurante e não tem adaptação. Aqui em Maringá, logo quando eu cheguei, eu dei uma analisada e realmente tinha muitos lugares que precisavam ser arrumados e o pessoal começou a abraçar a causa. Então eu vi muitos lugares reformando, colocando banheiro acessível, colocando uma rampa. Eu acredito que muitas vezes as pessoas se fecham por causa disso, sabe? De chegar num lugar, não ter um acesso, e não querer mais sair ou achar que não consegue. No meu caso, não, eu bato de frente e falo ‘aqui precisa ter [acessibilidade], porque é o nosso direito’“.

‘A arte de ser resiliente’

— “A minha intenção, de todo o meu coração, é que as pessoas vão até lá conhecer a história, que eu tenho certeza absoluta que vai resignificar a vida delas. Então, se você estiver passando por um problema, se você está triste em casa, se você acha que não tem solução, a hora que você chegar lá e você assistir essa palestra, você vai sair com outro pensamento”, explicou Sarah Bueno.

A palestra ‘A arte de ser resiliente’ acontece no dia 22 de agosto, às 20h, no Teatro Marista. Os ingressos estão sendo vendidos pelo site DiskIngressos e presencialmente no Posto Dubai, localizado na Av. Dr. Alexandre Rasgulaeff, 4501 – Jardim Imperial I. Os valores são R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada) para os beneficiados e aqueles que levarem um quilo de alimento para doação.

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Serviço

A arte de ser resiliente’ – Palestra com Sarah Bueno

  • Quando: 22 de agosto, às 20h
  • Onde: Teatro Marista | Av. Itororó, 99 – Zona 04, Maringá – PR
  • Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada) | Pelo site DiskIngressos ou no Posto Dubai (Av. Dr. Alexandre Rasgulaeff, 4501 – Jardim Imperial I, Maringá – PR)

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