Serviços para ‘loucos por plantas’ em Maringá incluem internato e clube de assinaturas

Cultivar plantas se tornou hobby de muitos na pandemia. Com mais tempo em casa, as pessoas descobriram na jardinagem uma paixão, e as empresas uma nova oportunidade de negócio.
Foi durante a pandemia que a empresária Tatiana Martins percebeu que a comercialização de plantas poderia se tornar um negócio bem-sucedido em Maringá. Ela já atuava no ramo de jardinagem, com a venda de vasos de alto padrão para lojistas, mas viu o mercado estagnar no início do lockdown.
Foi assim que decidiu vender flores e folhagens pela internet e criou um clube de assinaturas, no qual o cliente paga um valor e recebe uma espécie por mês. “Todas as nossas plantas saem (do ateliê) fertilizadas e com manual de cuidados, indicando o número de regas por semana e a iluminação recomendada”, conta.
No portfólio do Clube de Plantas Maringá, está também o internato. Tatiana recebe as bebéias (nomes dados às plantinhas no ateliê) para uma temporada de cuidados, que incluem replantio, adubação, ajuste de regas e exposição à iluminação mais adequada. “É mais comum ver papais de plantas matá-las por excesso de cuidados do que por falta deles.”
Público jovem e plantas do Pinterest
No Viveiro Big Garden, no Jardim Aclimação, a pandemia sacudiu as vendas em todos os sentidos. Da comercialização predominantemente presencial, hoje, grande parte dos atendimentos é feita por telefone, WhatsApp e redes sociais, com entrega em casa, o que fez mudar o perfil de consumidores da empresa.
“Cuidar das plantas se tornou um hobby para muitas pessoas, principalmente para o público mais jovem, que antes não tinha muito interesse por esse universo e passou a pesquisar na internet e nas redes sociais”, diz Rannah Naja, sócia do garden. “Assim, mesmo quem não tinha nenhuma familiaridade com plantas começou a cultivar um vasinho de manjericão e, de repente, já tinha uma hortinha, uma samambaia, uma costela-de-adão.”
Muito desse interesse partiu das redes sociais, especialmente do Pinterest. A plataforma, que inspira quem ama decoração, lançou tendências entre as plantas, tornando algumas espécies verdadeiros objetos de desejo. Ficus lyrata e Begonia maculata são dois dos nomes mais buscados pelos clientes, com exemplares chegando a custar perto de R$ 300. “Como havia poucos produtores dessas plantas, o preço aumentou muito e eles passaram a limitar a compra no atacado a algumas unidades por cliente, o que antes era algo inimaginável”, comenta Rannah.

Plantas raras em supermercado
A venda de plantas em supermercados não é novidade, mas ter um setor inteiro dedicado a elas foi uma inovação para o Bom Dia FK, em Maringá. A empresa reservou seções especiais para flores e folhagens em quatro lojas da rede e hoje atende tanto principiantes em plantas quanto colecionadores, que buscam espécies exóticas.
“Temos muitos clientes colecionadores que passaram a comprar semanalmente”, diz Camila Franco, diretora do setor de flores. “Aumentamos muito a nossa diversidade de plantas e hoje comercializamos muitas espécies, muitas delas trazidas a pedido dos clientes, que procuram exemplares raros e especiais.” Há unidades para todos os bolsos e gostos: de miniplantas por R$ 1,99 à espécie Ficus elastica de R$ 419,90.
“Tem gente que não sabe que tem flores no mercado, e quando vê compra, mas também temos diversos clientes que vêm na loja só para comprar flores e plantas.”
