Sexta 13: Exorcismo, vulto, magia… Três histórias misteriosas em Maringá
A sexta-feira 13 está enraizada no imaginário das pessoas. Muitos acreditam que eventos negativos e sobrenaturais são mais propensos a ocorrer nessa data. Carregada de superstições, a Sexta 13 ganhou destaque em filmes de terror e está marcada na cultura popular como um dia cercado de mistério.

Por isso, nesta sexta-feira, 13 de outubro, relembre três histórias misteriosas registradas em Maringá.
Vulto na câmera
Fantasma, inseto, folha ou apenas um reflexo? Os moradores de uma casa do Parque Avenida, em Maringá, ficaram intrigados com um vulto que foi registrado, no início de fevereiro de 2022, em imagens de uma câmera de segurança do local. O vulto aparece nas gravações um pouco depois das 4h. Intrigado, o morador publicou o vídeo nas redes sociais e a postagem viralizou. Na época, o GMC Online conversou com caçadores de fantasma, que analisaram a imagem.
Exorcismo mais famosos de Maringá
Maringá é cercada por inúmeras histórias sobrenaturais, mas uma delas, sem dúvida, figura entre as mais misteriosas e intrigantes: o exorcismo ocorrido no bairro Guaiapó em 1955.
O caso foi registrado no livro “Maringá, Cidade Canção – Volta às raízes”. O responsável por conduzir esse exorcismo foi o padre Benno Wagner, um dos primeiros párocos da Igreja São José Operário, na Vila Operária.

O padre descreve em detalhes no livro como uma casa no bairro vivia sob constante tremor noturno, perturbando o sono e a paz de todos os que ali habitavam. Um dos moradores, em busca de solução para esse pesadelo, procurou o padre na paróquia. Após investigar o assunto, o padre Benno descobriu um evento macabro ocorrido no mesmo ano: cinco irmãos italianos haviam assassinado o cunhado naquela residência, lançando uma sombra de inquietação sobre o local.
O livro relata que, ao chegar à casa, o padre foi recebido por uma multidão ansiosa do bairro, esperançosa de que suas preces expulsassem o que consideravam ser um espírito maligno. No início, tudo parecia normal, mas à medida que as orações começaram, a situação se transformou em algo que o padre Benno descreve como a experiência mais assustadora de sua vida religiosa, quase como se estivesse dentro de um filme de horror.
Após o exorcismo, o silêncio se estabeleceu na casa onde o ritual foi realizado.
Veja relatos do padre registrado no livro:
Era semelhante a um terremoto. A casa tremia. Objetos caíam no chão. Parecia um violento abalo sísmico. Todos os presentes, com os olhos esbugalhados, olhavam para mim, que estava no centro macabro. Seguiu um momento de silêncio pavoroso. De repente, uma velhinha, sentada numa cadeira no canto da sala, gritou histericamente: É agora, seu padre!”
Padre Benno Wagner
Perplexo, confesso que um estranho sentimento invadiu todo o meu ser. Prevenido porém, e avisado antes, com profunda fé no coração, acenei a meu sacristão que me alcançasse o meu Rituale do Exorcismo. Ele obedeceu. Estava porém tremendo e mal conseguia segurar a água benta. Foi então que pus em prática, o que tinha aprendido no meu curso de Teologia e Pastoral. Acredito que nunca rezei com tanta fé no coração. Sentia-me muito perto desse estranho fenômeno. Sei que o esconjurei em nome de Deus. Pedi paz para aquele povo e sossego para aquele lugar. Com a cruz na mão, arpergia a água benta, pedia a Deus a benção para o meu povo. E tudo aquietou
Padre Benno Wagner
Quando ia dar o primeiro passo na sala da casa, escutei um barulho no sótão. Bem na minha frente, caiu de cima uma velha lima de afiar ferramentas. Com a parte apontada, ficou espetada no assoalho de peroba, mal um palmo diante dos meus pés. Por um nada atingiria minha cabeça
Padre Benno Wagner
Bandido com poderes sobrenaturais
Saruê foi um bandido que morou na Vila Operária até a década de 1980. Apesar de ser criminoso, ele era protegido pelos moradores do bairro porque roubava dos ricos e dava aos pobres que viviam ali. Como só roubava em outras regiões da cidade e sempre ajudava as pessoas do bairro, era querido e protegido pelos moradores do bairro onde residia.

Pela forma como conseguia sempre fugir da polícia, os moradores do bairro acreditavam que Saruê tinha poderes sobrenaturais. Diziam que ele podia se transformar em árvores, animais e qualquer tipo de objeto.
A sua façanha teria funcionado até o final dos anos 1970, quando Saruê foi morto pela polícia. “Ele foi uma espécie de Robin Hood da Vila Operária. Essa lenda é muito forte no bairro e contada até hoje”, explicou em entrevista realizada em 2018 ao GMC Online, o historiador João Laércio.
