O Ranking 100 Startups to Watch 2024 é elaborado pela Pequenas Empresas & Grandes Negócios e avaliou quase duas mil startups brasileiras entre inscrições e indicações. A Protium Dynamics, que nasceu em Maringá buscando a otimização energética por meio do hidrogênio, está entre elas.
As empresas mais promissoras do cenário de inovação brasileiro foram escolhidas entre 1.979 startups que participaram do processo da sétima edição da lista, publicada anualmente por PEGN, em parceria com EloGroup, Innovc, Valor Econômico e Época NEGÓCIOS. O CEO Igor Zornitta Zanella conta que a startup nasceu quando ele e o sócio estudavam Engenharia Química na Universidade Estadual de Maringá e começaram a entender o hidrogênio como um dos principais vetores para a transição energética em substituição aos combustiveis fósseis. “A gente já pesquisava sobre isso na faculdade, mas decidimos começar a trabalhar, pesquisar isso e desenvolver tecnologias”.
O primeiro passo foi dado dez anos atrás. A empresa de base tecnológica que desenvolve tecnologias de produção e aplicação de hidrogênio para prover a descarbonização nasceu daí. O primeiro produto desenvolvido doi o Eco Torque, utilizado para potencializar a queima do diesel no transporte rodoviário, reduzindo o consumo e emissão do combustível fóssil em até 7%. Os protótipos e primeiros subsídios para patentear a criação vieram com apoio do Senai, Sebrae, incubadora da universidade e da Evoa Aceleradora.
Em 2021 surgiu uma oportunidade de levar essa tecnologia para o setor de óleo e gás, em plataformas de perfuração em petróleo. Em parceria com a Ocyan, empresa de serviços offshore da gestora americana EIG Partners, eles adaptaram o projeto utilizado nos caminhões para produzir e utilizar hidrogênio nas plataformas de petróleo, além do uso em navios. “É uma usina de hidrogênio dentro de um navio”, simplifica. Manter uma embarcação offshore funcionando em posicionamento dinâmico ou navegando pelo mar requer um consumo alto de diesel, impactando no meio ambiente e elevando os custos em operações marítimas. A tecnologia, ainda em desenvolvimento, é financiada pela Shell e visa permitir a redução de consumo de combustível e de emissões de gases de efeito estufa – a expectativa é reduzir em até 10% as emissões de gases de efeito estufa, além de promover uma queda nos custos operacionais.
Entre as premiações e reconhecimentos que o trabalho da empresa vem gerando, a startup representou o Brasil na CERAWeek, conferência anual sobre energia organizada pela empresa de informações e insights S&P Global em Houston, Texas, e ganharam um prêmio da Shell pelos trabalhos em descarbonização. Além de integrarem a lista de 100 startups mais promissoras do Brasil, também ficaram no top 10 entre as energy techs.
O novo passo que estão dando agora para diversificar o uso da tecnologia no mercado é o desenvolvimento de plantas industriais. “Então a gente pode atender universidades, centros de pesquisa, quem quer fazer plantas piloto. E na sequência, além desse fornecimento de materiais e componentes que a gente está se propondo a manufaturar, a gente visa também criar alguns produtos para alguns setores específicos. O hidrogênio pode ser utilizado para fazer, por exemplo, fertilizante de maneira descentralizada, amônia, ele pode ser utilizado para otimizar processos em indústrias de metal, siderúrgicas, indústrias de cimento, então tem uma vasta aplicação”, exemplifica o CEO. “A partir do ano que vem, nosso intuito é trabalhar com a distribuição, fazer parcerias comerciais para distribuir esse produto a nível Brasil,” finaliza Zanella.