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13 de dezembro de 2025

Túmulo de Clodimar Lô tem foto furtada no Cemitério Municipal de Maringá


Por Felippe Gabriel Publicado 29/10/2025 às 19h00
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O túmulo de Clodimar Pedrosa Lô, o mais visitado do Cemitério Municipal de Maringá, teve a foto furtada nesta semana, dias antes do Feriado de Finados. Com a autorização da família de Clodimar, a equipe do projeto Maringá Histórica colocou uma nova imagem na sepultura.

A foto antiga, estampada em uma placa de porcelana, foi tirada com o menino já no caixão, no dia de seu sepultamento. A nova imagem colocada no túmulo é de Clodimar Lô ainda em vida, meses antes de sua morte, aos 15 anos de idade.

O crime é mais um dos muitos casos de furto de placas de bronze registrados no Cemitério Municipal, como denunciaram famílias proprietárias de túmulos na postagem sobre o túmulo de Lô. Em junho, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) anunciou a instalação de 32 câmeras de vigilância no local.

O adolescente nordestino Clodimar Pedrosa Lô foi preso, torturado e morto por policiais, na madrugada de 24 de novembro de 1967, em Maringá. A história virou livro, filmes, música e documentário.

Nascido em 23 de janeiro de 1952, ele tinha 15 anos na época. Lô tinha vindo do Ceará para estudar, trabalhar e morar com o tio em Maringá. O jovem trabalhava no antigo Hotel Palace, na Avenida Brasil, quando um cliente teve dinheiro supostamente furtado. O garoto foi apontado como o autor do crime.

Por horas, ele foi agredido e torturado pelos soldados Beneval Merêncio Bezerra e Manoel Gerson Maia, nas dependências da primeira delegacia de Maringá, onde hoje fica o Corpo de Bombeiros. Clodimar teve agulhas espetadas debaixo das unhas e nas partes íntimas, além de ter sofrido abuso sexual com um cassetete. O menino levou tantos socos e chutes, que a sola do coturno de um dos policiais ficou marcada em sua pele.

Lotados na então 13.ª Subdivisão de Polícia de Maringá, os soldados foram indiciados pelo assassinato de Clodimar e presos um ano depois.

O caso, já na época do ocorrido, tomou uma grande proporção na sociedade maringaense. Desde os jornais até os desdobramentos jurídicos, uma comoção surgiu em razão da violência praticada sobre o menino Lô. 

Vingança

Em 15 de outubro de 1970, o pai de Clodimar, Sebastião Pedrosa Lô, revoltado com tamanha crueldade, veio do Ceará até Maringá com o único propósito de vingança. Dessa forma, ele assassinou a tiros o gerente do hotel que entregou seu filho aos policiais, Attílio Farris.

Depois, Sebastião entregou-se e foi preso. Julgado três vezes em júris populares, foi inocentado e obteve liberdade em 1972. 

‘Santo popular’

Após sua morte, Clodimar se tornou alvo de devoções da população, sendo alegado de conceder inúmeras graças e milagres a fiéis religiosos. Por isso, o menino é considerado um ‘santo popular’ não reconhecido pela Igreja Católica.

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Foto: Felippe Gabriel/GMC Online

Milagres atribuídos ao jovem foram sempre rejeitados pela família. Seu tio, o pastor Oésio Pedrosa, durante anos distribuiu um pequeno folheto detalhando as circunstâncias da morte do neto e descartando casos que o associavam a fatos inexplicáveis. 

Atualmente, o túmulo de Clodimar Pedrosa Lô possui dezenas de placas que referenciam graças alcançadas pelos devotos. Ano após ano, a sepultura, localizada na quadra 33, fica repleta de flores, velas e agradecimentos. 

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