UEM: Pandemia, PAS e mudança de local de provas explicam número recorde de ausentes

Já era esperado. O índice de ausentes no vestibular realizado em plena pandemia seria alto. E foi. 46,27% dos candidatos inscritos no Vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) não compareceram no primeiro dia de provas.
De acordo com a Comissão Central do Vestibular Unificado (CVU) da UEM, pelo menos três fatores podem explicar esse total de ausentes: a pandemia é o principal deles, diz a presidente da CVU, Raquel Marçal Natali.
“Temos que considerar o fator saúde, então eu entendo, por exemplo, que poderíamos ter candidatos com covid que não vieram, candidatos com familiares com covid que também não poderiam vir. Inclusive, candidatos que poderiam ter, realmente, medo, risco de se expor […]. Aliada a pandemia, tem a questão econômica, ela está lado a lado e, naturalmente, que isso impacta também com a vinda desses candidatos. Então, eu entendo que esse fator pandemia, considerando saúde e a questão econômica, é muito significativa”, explica Raquel.
Um segundo fator pegou os organizadores do concurso de surpresa: às vésperas da prova, um decreto municipal em Curitiba, proibiu a realização de testes seletivos. Em cima da hora foi preciso transferir o local de provas para Ponta Grossa, e mais de 60% dos candidatos faltaram.
“Era a segunda sede com mais candidatos, depois de Maringá era a cidade de Curitiba. Então, em função do decreto municipal, a prova teve que acontecer na cidade de Ponta Grossa. Ali nós tivemos um grande número de ausentes. Só ali em Ponta Grossa foi cerca de 63% de ausência. Então, naturalmente que isso impacta no número total”, afirma a presidente do CVU.
Um terceiro fator foi a divulgação do resultado do PAS no último dia 7 e muitos aprovados no processo de avaliação seriada, não precisaram mais fazer o vestibular.
“752 vagas seriam seriam disputadas nesse processo e a gente toma como base que pelo menos cerca de 600/650 candidatos, por exemplo, deixariam de fazer o vestibular porque já tinham a aprovação do PAS e, geralmente, os resultados saem juntos. Era nossa previsão inicial, porém houve a necessidade de mudança da data do vestibular”, diz Raquel.
Para os que compareceram, o primeiro dia de vestibular foi tranquilo. Em um caso, um candidato conseguiu se alimentar durante a prova porque estava passando mal.
“Nós não tivemos ocorrências com relação à covid, nada nessa ordem. Atendimentos ambulatoriais, nada nessa ordem. Só as ocorrências comuns. O que aconteceu, por exemplo, tivemos candidato que numa situação de diabetes, se bem que no caso do diabético existia a previsão, caso ele solicitasse, da gente fazer uma atendimento especial […]. Ninguém passou mal nesse sentido, só um candidato que chegou até nós em Maringá, que precisou se alimentar, mas ele foi para uma sala que nós chamamos de regularização, se alimentou e retornou à prova”, detalha a presidente da CVU.
O resultado do vestibular da UEM será divulgado dia 15 de junho.