Usuários da Sudamed vinham se queixando há tempos sobre serviços prestados

A licitação que contratou a Sudamed para a prestação de benefício de assistência aos servidores públicos de Maringá foi motivo de comemoração. Afinal, a economia foi de aproximadamente R$ 10 milhões em relação ao valor máximo previsto em edital.
Mas o barato às vezes sai caro. Desde janeiro, usuários do Sistema de Atenção à Saúde dos Servidores da Prefeitura de Maringá (Sama), atendido pela Sudamed, reclamam.
No começo do ano, a justificativa da empresa que oferece 3.300 procedimentos na área da saúde, era de que por contrato tinha prazo de três meses para se adequar.
Mas o prazo venceu e agora em abril as reclamações continuaram. Nessa quarta-feira, 28, um dos hospitais que atendem usuários do Sama interrompeu o atendimento por falta de pagamento.
Para o usuário Benilson Barbosa não foi surpresa.
“Para mim não foi surpresa nenhuma quando eu recebi o comunicado que o Hospital Paraná havia deixado de atender os servidores municipais, porque o meu pai foi servidor público e, hoje, a gente utiliza esse serviço de assistência médica da Prefeitura e, a partir do momento que eu vi uma nova licitação e essa empresa ganhou, nós já começamos a ter problema. Começou já sem estrutura nenhuma”, comenta Barbosa.
“O única atendimento que consegui foi através da secretaria do Sama, mas as outras vezes, você liga, liga, liga, o telefone não atende. Aí você chega lá pessoalmente e eles orientavam que a única forma de atendimento deles seria por telefone, só que o telefone deles, na verdade, nunca atendeu”, detalha o usuário do serviço.
Em nota, a Sudamed alegou que os custos aumentaram por causa do pico da covid-19 em março, com mais volume de atendimentos e longa permanência de pacientes nos hospitais. O contrato foi fechado no final do ano passado, em pandemia.
Na noite dessa quarta-feira, 28, a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sismmar), Priscila Guedes, se reuniu com representantes da Sudamed e conversou com o prefeito Ulisses Maia. Ela diz que o sindicato quer uma solução o mais rápido possível.
“Quem é responsável pela manutenção, fiscalização do Sama é a administração. Então, nós perguntamos qual seriam as medidas que a administração tomaria em relação a essa situação. […] Eu falei com o prefeito pessoalmente, e ele me respondeu que eles estavam procurando algumas soluções, inclusive, vendo uma prestadora de serviço, se fosse necessário a título de urgência, inclusive, se fosse necessário, também, romper o contrato, desde que algum item do contrato não seja cumprido. Constatando isso e conseguindo provar, o contrato pode ser rompido por ambas as partes”, afirma Priscila.
“Nós temos a notícia de que só o Hospital Paraná atendia urgência e emergência pediátrica. Então, se os outros hospitais já não atendem essa situação, realmente fica a título de procurar a questão jurídica para ver se enquadra isso. Para o Sismmar, […] nós queremos que a administração toma uma medida imediata para que o servidor, nessa briga jurídica, administrativa, financeira, o único que não tem que pagar o pato é o servidor público”, completa a presidente do Sismmar.
Como a presidente do Sismmar disse, a Prefeitura de Maringá divulgou uma nota informando que está avaliando a situação e pode romper o contrato com a Sudamed. Entre servidores na ativa e aposentados, pensionistas e familiares que se enquadram como dependentes, são 33 mil pessoas atendidas pela Sudamed. Quase a população de Mandaguari.
As reclamações de usuários em relação à Sudamed eram tema de discursos de vereadores nas sessões mais recentes da Câmara de Maringá. O vereador Manoel Sobrinho, que é servidor público, enviou um ofício ao prefeito nessa quarta-feira, 28, assim que soube da interrupção de serviços. No ofício, o vereador cobra providências.
