Coragem, o cãozinho que passou meses morando no Hospital Universitário de Maringá à espera do dono, que nunca mais voltaria, agora tem uma nova casa. Segundo os funcionários do Hospital Universitário de Maringá, o cachorro chegou junto com o tutor, que acabou morrendo no hospital, e desde então, o animal passava dia e noite nos arredores da unidade hospitalar.
O bicho conquistou a todos e acabou sendo “adotado” por muitos – ganhava carinho, água, comida e tinha duas casinhas: uma de plástico e outra, um vão abaixo da guarita do vigilante. E foi justamente aquele com quem ele passava mais tempo que decidiu que estava na hora do cachorro ganhar um lar de verdade. Samuel Alves Moreira é vigilante no turno da noite no H.U de Maringá há um ano e conta que há cerca de oito meses ganhou a companhia de Coragem nas rodas noturnas.
“Eu chegava e ele já reconhecia a moto, ia fazer a ronda junto comigo. Ele é muito parceiro, esperto, ia na frente da moto, olhando tudo. E não deixava entrar nenhum cachorro ali, como se dissesse ‘aqui é minha moradia”, relembra. O vigilante conta que ele foi um dos que ajudou a escolher o nome, porque via que o cachorro era destemido, e diz que conversava com o companheiro de quatro patas dizendo que um dia ia levá-lo para morar com ele. “Você vai ter um lar”, afirmava.
Na semana passada, a presença do cachorro no hospital, que já vinha chamando atenção do médicos, enfermeiras, visitantes e até de ambulantes da região virou tema de reportagem e muitos se interessaram em levar o cãozinho dali. A possibilidade de perder a companhia de Coragem fez o vigilante cumprir a promessa que fazia todas as noites. Samuel colocou o cachorro no carro junto com a casinha de plástico e seguiu para a própria casa, no Jardim Piatã.
“Foi o Coragem que me escolheu. E ele está amando, se sente em casa”, diz o vigilante. O “super vira lata”, como o novo tutor o considera, agora só faz rondas no portão da nova residência, sempre atento, e divide o espaço com a Meg, uma cachorrinha já idosa, que o aceitou muito bem, conta Samuel. “Agora ele não fica mais ao relento, não toma mais chuva… No H.U tinha muito tráfego de carros, ele poderia ser atropelado. No meu trabalho, à noite, sem ele lá, eu sinto falta. Mas quando chego em casa, o Coragem está me esperando, todo feliz”.
Samuel conta que o cãozinho deixou saudades e muitos funcionários do hospital perguntam como ele está. Protetores de animais também se interessaram pelo cachorro, doaram ração e até banho. Mas agora, dessa nova casa, Coragem não sai mais.