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19 de abril de 2024

Você sabia que Maringá já teve favelas? VEJA VÍDEO


Por Victor Ramalho, com projeto Maringá Histórica Publicado 03/04/2020 às 17h34 Atualizado 23/02/2023 às 13h30
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Maringá sempre foi uma cidade referência por seu padrão socioeconômico. Entretanto, quando o município ainda estava em formação, diversos fatores sociais acabaram por ‘segregar’ grupos de famílias em regiões periféricas da Cidade Canção, dando início a formação de favelas e cortiços, fato desconhecido para a grande maioria dos maringaenses. As informações são do projeto Maringá Histórica.

Que tal conhecer um pouco mais sobre essa história? Confira:

O planejamento urbano

A cidade foi planejada desde o seu surgimento. A arquitetura desenhada visou concentrar o fluxo de pessoas no centro, sem abrir mão de áreas industriais. 

“O projeto urbano original de Maringá previu uma composição socioespacial definida por núcleos: O centro e os bairros ao seu entorno. Previu-se também uma zona industrial, ao qual foi abastecida por uma Vila de Operários. No entanto, essa concepção acabou por segregar outras regiões periféricas, já ocupadas naquele período, como o Mandacaru, Vila Morangueira e Zona 7”, explica o responsável pelo Maringá Histórica, Miguel Fernando Perez Silva.

Adquirir terrenos em Maringá não era uma tarefa fácil. Apesar das facilidades ofertadas pela Companhia de Terras do Norte do Paraná, nem todos conseguiam adquirir seus lotes. 

“Obviamente, a estratégia da companhia focava o viés econômico, afinal, se tratava de um negócio, e não um benefício social”, afirma Miguel Fernando.

Famílias inteiras chegavam na cidade diariamente, em busca de oportunidades. Na ausência delas, vagavam pelo centro durante dias, esperando uma chance de trabalho. A grande maioria delas começou a se mudar para barracos improvisados na Vila Operária, onde grupos de homens se juntavam para trabalhar como poceiros, única opção de trabalho existente na época.

Vila Operária: Criada para atender os menos favorecidos

Nos primeiros anos após a fundação de Maringá, originou-se a Vila Operária. O ponto da região da Zona 3 foi concebido para atender, justamente, as famílias mais carentes. No início dos anos 1950, os terrenos do local eram comercializados a preços mais baixos do que em qualquer outro ponto da cidade.

Décadas de 50 e 60: Período de extrema pobreza

Os primeiros anos de Maringá criaram uma polarização da renda na cidade, como explica o próprio historiador, Miguel Fernando. Segundo ele, entre os anos 1950 e 1960, uma grande parcela da população maringaense não tinha uma qualidade de vida estável, faltando dinheiro e acesso para serviços essenciais.

Essa desigualdade fez ‘explodir’ o número de moradias irregulares na cidade. Uma pesquisa aponta que, entre 1947 e 1964, a cidade chegou a ter 4 grandes favelas e 11 cortiços, espalhados dentro do desenho original de Maringá. Cleópatra, Bosque, Santa Maria Goretti e Vila Vardelina são apontadas, pelos registros históricos, como as quatro primeiras favelas da Cidade Canção.

Cleópatra

Cleópatra foi uma das mais conhecidas favelas de Maringá. Situada ao lado do Cemitério Municipal, margeava parte da Av. Juscelino kubitschek, próxima a colônia dos funcionários do Frigorífico Central. Criada na década de 50, passou a receber ações públicas de erradicação a partir da década de 60,  na gestão do prefeito João Paulino Vieira Filho. Posteriormente, o local seria chamado de Vila Cleópatra.

Bosque

A Favela ‘Bosque’ também nasceu na década de 1950 e ficava localizada às margens do atual Parque do Ingá, próximo aos antigos lixão municipal matadouro, região da atual Unicesumar. 

Santa Maria Goretti

Assim chamada por situar-se próxima à Igreja Santa Maria Goretti, na esquina da Av. Paraná com a Av. Colombo. No local, inicialmente, estava prevista a construção de um Hospital. Como as obras não foram iniciadas, o local foi ocupado ilegalmente.

Favela ‘Vardelina’

Esta ficava localizada na região do Mandacaru, ao final da década de 70, na conhecida ‘Vila Vardelina’.

 

A Secretaria Municipal de Cultura listou 18 pontos de moradia irregular em Maringá, até o final da década de 80.

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