09 de maio de 2025

Volta às aulas: estudante leva máquina fotográfica para substituir celular em sala de aula em Maringá


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 05/02/2025 às 09h11
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Foto: Luciana Peña/CBN Maringá


Os estudantes da rede estadual de ensino do Paraná estão voltando às aulas nesta quarta-feira, 5. E a novidade é que eles não poderão mais usar o celular durante o período de aula, nem no intervalo. É uma lei federal e vale para todas as escolas, públicas ou privadas.

A lei não proíbe totalmente o uso de celulares, mas restringe o uso durante aulas, recreios e intervalos, para que os alunos possam se concentrar nas atividades diárias e interagir com outras pessoas.

Guilherme La Torre, aluno do ensino médio, deixou o celular em casa, mas levou uma máquina fotográfica para a sala de aula. Ele diz que usava o celular para fotografar o quadro negro.

“Eu usava o celular para tirar foto do quadro e só usava mesmo o aparelho quando tinha aula vaga, aí brincava um pouco com o celular. Hoje trouxe a câmera e agora é só fotografar”, diz.

A estratégia de Guilherme não vai prosperar. A máquina fotográfica também não poderá ser utilizada, diz a chefe do Núcleo Regional de Educação de Maringá, Isabel Lopes. “Não é necessário. Hoje a gente tem o recurso da TV também, o ‘Educatron’, que já traz a aula então exposta, sintetizada, com tópicos. Eu acho que ele vai desanimar disso, também não vai poder usar e vai voltar a fazer os seus rascunhos, os seus esquemas, que facilita muito mais a memória”, afirma.

Em Maringá, cada colégio está adotando uma forma diferente para implementar a regra. “As escolas estão se reunindo com a comunidade escolar, incluindo o Conselho Escolar e a APMF, para definir metas claras sobre o uso de celulares. Algumas escolas consideram positivo permitir que os alunos tragam o celular, mas com regras claras: ele deve ser guardado em uma caixinha durante as aulas e só pode ser retirado em situações específicas. Outras optam por permitir que o celular fique na mochila, mas no modo silencioso, com sanções previstas no Regimento Escolar caso o aluno seja flagrado utilizando o aparelho de forma inadequada. Existem também escolas que acreditam que não há necessidade de os alunos trazerem o celular, uma vez que dispõem de equipamentos e laboratórios suficientes para as atividades escolares”, diz.

De acordo com Isabel Lopes, caso o aluno precise entrar em contato com familiares, a escola está preparada para mediar esse intercâmbio de forma segura. Além disso, explica ela, as escolas estão incentivando o resgate de atividades mais tradicionais, como jogos de tabuleiro e outras formas de interação que promovem o desenvolvimento social e cognitivo.

“O objetivo é valorizar experiências educativas que estimulem o pensamento estratégico, a colaboração e o aprendizado lúdico. Para isso, as escolas também têm clubes de protagonismo, onde alunos podem atuar como monitores e desenvolver outras habilidades, seja na monitoria de atividades ou em clubes de interesse específico. Durante os intervalos, o uso de celular é desestimulado, reforçando a importância do momento de socialização e descanso”, destaca.

Por fim, a recomendação para os pais é que fiquem atentos para garantir que seus filhos não tragam celulares para a escola, a fim de promover um ambiente mais focado e saudável para o aprendizado e a convivência escolar.
Muitos pais estão a favor da lei.

Uma mãe, que preferiu não se identificar, diz que apoia a decisão da escola. “Eu acho ótimo. Eu acho que o celular hoje tira muita concentração dos alunos. Eu acho que eles vão desenvolver mais na sala de aulas. Eu estou junto com as escolas”, comenta.

Na rede municipal, as aulas voltam nessa quinta-feira, 6.

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