As zeladoras da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão em greve. A UEM mantém dois contratos com uma empresa especializada para a prestação de zeladoria. Um é para o campus sede e outro para o Hospital Universitário de Maringá (HUM).
Uma acadêmica entrou em contato com a CBN informando que as zeladoras que trabalham no campus estão em greve há dois dias porque não receberam os salários. Segunda a estudante, que preferiu não se identificar, os banheiros estão muito sujos e sem condições de uso. “Nós estudantes estamos em uma situação bem difícil. As salas estão sujas, com muito lixo…os banheiros estão impossíveis de usar, com muito lixo, sem papel”, diz.
Apesar disso, conforme a estudante, a maioria dos alunos apoia a greve. “É mais que justo, elas não são obrigadas a trabalhar sem pagamento, mas ao mesmo tempo fica o questionamento do porquê esse atraso no pagamento delas, se a Uem repassou essa verba, se não repassou, e se a Uem repassou a verba, por que a empresa ainda não pagou as meninas, porque elas já estão no segundo dia consecutivo de greve, tá impossível a permanência nos blocos, inclusive hoje a gente estava conversando, os estudantes falando que se continuar dessa maneira não tem como a gente vir à Universidade, porque está se tornando um ambiente insalubre”, relatou.
O que diz a UEM sobre a greve das zeladoras
O pró-reitor de Administração da UEM, Ademir Moribe, explica que a Universidade repassou normalmente o recurso para a empresa terceirizada. “São zeladoras terceirizadas. Nós contratamos uma empresa por meio de licitação e essa empresa então contrata esse pessoal pra trabalhar dentro da universidade. Por parte da universidade, não estamos devendo nada para essa empresa, a Solution. Nós estamos pagando pontualmente o que foi contratado. O que está acontecendo é que a empresa, por problemas trabalhistas, previdenciários…ela não esta repassando esses valores adequadamente para os funcionários, e por conta disso é que elas estão fazendo esse movimento aqui na universidade”.
Medidas tomadas para resolver o problema da greve das zeladoras
A empresa foi notificada pelo fiscal do contrato da licitação. Tanto o fiscal de contrato, quanto o gestor de contrato, nomeados pela universidade, fazem o acompanhamento diário das pessoas que estão indo trabalhar, bem como das questões legais, conforme o pró-reitor. “Então quanto a isso, no momento em que nós detectamos esse problema, tomamos a medida. A primeira medida é chamar a empresa para esclarecer a situação. Tem todo o procedimento legal, um rito legal…para evitar qualquer transtorno lá para a frente. Então num primeiro momento os diretores dessa empresa foram chamados, foi feita a notificação num segundo momento, e a partir de agora uma medida mais drástica é suspender o contrato”.
Greve das zeladoras acontece pela segunda vez
De acordo com o pró-reitor, é o segundo mês que os salários não são pagos corretamente e caso a situação continue a unversidade poderá romper o contrato. “Só que é uma empresa que tem contratos aqui na universidade, aqui na parte de ensinos, bem como lá no HU, que são contratos diferentes. Então aqui na parte de ensino esse episódio aconteceu no mês de junho e aconteceu novamente agora. Então por conta disso a universidade já está tomando as medidas…talvez a medida mais drástica seja a rescisão de contrato, mas para chegar nesse ponto nós temos que seguir todo um rito legal para evitar futuros transtornos legais”, explica.
Terceirização das zeladoras na UEM
A decisão de terceirizar o serviço foi do governo do estado, por conta da extinção de alguns cargos operacionais. “Então o servidor efetivo da universidade que foi se aposentando ou foi se desligando da instituoção…o governo do estado auturizou a contratação não de efetivo, mas de terceirizados. Então foi uma decisão de governo. Não cabe à universidade decidir como vai fazer. Então os terceirizados, os servidores como zeladora, vigilante, motorista…o estado não contrata mais, o estado não autoriza mais a contratação por concurso, somente por terceirização”, explica o pró-reitor.
A situação das zeladoras no Hospital Universitário
No Hospital Universitário, os zeladores contratados não estão em greve. Nos dois casos o Estado licitou o contrato, mas os recursos só poderão ser repassados quando a empresa comprovar o pagamento de encargos trabalhistas e previdenciários.
A CBN está tentando contato com a Solution Serviços Terceirizados.
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