15 de junho de 2025

Conheça a história do autor de ‘O Eternauta’, que desapareceu durante a ditadura na Argentina


Por Agência Estado Publicado 01/05/2025 às 15h57
Ouvir: 02:42

A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um “herói coletivo”. No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

GMC+

Após 8 anos, Cléo Pires volta a usar o sobrenome da mãe


Cleo Pires anunciou que voltou a usar o sobrenome de sua mãe, a atriz Gloria Pires. Ao longo dos últimos…


Cleo Pires anunciou que voltou a usar o sobrenome de sua mãe, a atriz Gloria Pires. Ao longo dos últimos…

GMC+

Após 8 anos, Cléo Pires volta a usar o sobrenome da mãe


Cleo Pires anunciou que voltou a usar o sobrenome de sua mãe, a atriz Gloria Pires. Ao longo dos últimos…


Cleo Pires anunciou que voltou a usar o sobrenome de sua mãe, a atriz Gloria Pires. Ao longo dos últimos…

GMC+

Diretora mostra bastidores do último dia de gravação de ‘Garota do Momento’


Natália Grimberg, diretora de Garota do Momento, que chegará ao fim em breve (o último capítulo está previsto para ir…


Natália Grimberg, diretora de Garota do Momento, que chegará ao fim em breve (o último capítulo está previsto para ir…